Portugal 28 de Abril de 2014
Mais um jogo contra o FCP, mais uma vitória, desta vez obtida na marcação de grandes penalidades, mais um momento de grande exaltação e fervor clubístico.
Como eu dizia quando escrevi o texto sobre o “Round 2” em 28 de Março, “estamos portanto no desenrolar de um autêntico “combate” com 5 rounds, esperando no final sermos vencedores por KO, mesmo que os árbitros e a comunicação social puxem para o lado do adversário”. Independentemente do resultado do 5º jogo, de facto já ganhamos este “combate” por KO técnico: 3 vitórias contra 1 derrota.
Precisamente em 27 de Março perdemos com o FCP para a 1ª mão da final da Taça de Portugal. E as mesmas vozes de sempre insurgiram-se contra as opções do treinador, contra o desempenho de alguns jogadores, enfim, deram (mais uma vez) um exemplo de falta de “fair-play”, de não saber perder, de falta de categoria para se considerarem adeptos de um grande clube como é o Benfica.
Possivelmente hoje, essas mesmas vozes idolatram o mesmo treinador que antes vilipendiaram, os jogadores que antes criticaram, etc. Mas a verdade como sempre, está no meio. Nem era umas bestas há 1 mês, nem são bestiais agora. São sim os nossos treinadores e jogadores, e é isso que o faz especiais: serem os nossos!
E por serem nossos, o balanço não se pode fazer semana a semana, jogo a jogo, mas sim no final da época quando tudo terminar. No nosso clube há a tendência de intervir, pelos movimentos de opinião, em cada insucesso, sem perceber que a agitação prejudica a confiança dos jogadores e a relação que têm com o treinador, ou seja, criam empecilhos adicionais que dificultam o sucesso no jogo seguinte. Esperar que os treinadores e os jogadores sejam superiores aos adversários no campo, incluindo árbitros, e aos problemas criados pelos próprios adeptos, é algo muito difícil de ser bem sucedido.
Contudo Jesus tem superado essas enormes adversidades, características do nosso clube que é grande nas coisas boas mas também é grande nas coisas más. E tem-nas superado com qualidade ou seja, com futebol vistoso. Mas também com uma ponta de sorte, como foi o caso do jogo de ontem, onde uma equipa sem rotinas, pese o esforço e dedicação dos jogadores, conseguiu – com uma expulsão incorrecta – superiorizar-se pelas grandes penalidades a um adversário habituado a conquistar títulos, e que nada mais tinha a ganhar do que aquilo que acabou por perder.
Daqui resulta uma outra lição: no futebol a sorte e o azar também jogam e não devemos elogiar excessivamente quando temos sorte, mas também não devemos criticar excessivamente quando tivemos azar. E na época passada tivemos vários momentos de azar. Por ter noção do azar que tínhamos tido (já para não falar nos erros de arbitragem) eu sempre defendi a continuidade de Jorge Jesus enquanto a voz corrente e maioritária entre benfiquistas, era que JJ devia ser despedido para voltarmos à “Via Sacra” de termos 1 treinador por época (alguma gente parece sentir falta disso), crucificado regra geral antes da Páscoa.
Desta vez e ao contrário do que se passou em 27 de Março, a 1ª página do RECORD, o 2º órgão oficial do SCP, não optou por enfatizar que o Benfica jogou contra o FCP sem 6 titulares. Ganhamos e assim já não se coloca a questão dos titulares. Aumenta-se a pressão com o título foi “Tripla à Vista”. Se não houver tripla, mais uma vez há espaço para criticar o treinador (do ponto de vista deles).
Por último as palavras de Jardel, de raro oportunismo acutilante num jogador, porque proferidas a quente (após o jogo, na flash interview), demonstram que para defender o Benfica não é preciso vir da Formação, não é preciso ser “benfiquinha” de pequenino. É preciso sentir a camisola, é preciso sentir a história do clube, é preciso sentir a paixão dos adeptos. Estas qualidades não dependem da nacionalidade do jogador, da sua cor ou credo religioso. Dependem das suas qualidade humanas. Já se sabia que Jardel era um grande profissional, mas agora mostrou ser também um bom benfiquista. É destes bons profissionais/benfiquistas que o Benfica mais precisa e não de benfiquistas filósofos baratos ou políticos de segunda nos programas de trios, e não só....
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