Há quem diga que para o verdadeiro benfiquista não há meio termo: Ou estamos tremendamente entusiasmados e vamos ganhar a Champions, ou estamos em depressão forte e até se instala o receio de nem dar para ficar a meio da tabela. Simplesmente não há meio termo.
Por isso há algumas pessoas que insistem em elogiar as coisas que são bem feitas e criticar as coisas que são mal feitas que acabam sendo confundidos com cata-ventos, ouvindo frequentemente que mudamos de opinião ou que antes apoiávamos mas agora já admitimos que está mal ou vice versa...
Enfim, a esses, como muitas vezes refiro o que recomendo é que parem de ler aqui neste ponto porque para os parágrafos seguintes é preciso mais do que desonestidade intelectual para os entender.
Reservo também uma palavra aos vários leitores da sombra de "jihadistas sociais" e aos profissionais de comunicação do Sporting (especialmente, por serem mais e mais inexperientes) e para os do FCPorto: Vejam se entendem: Nós sabemos quem são, nós já apanhámos a maior parte dos vossos IPs e sabemos quem escreve, mesmo quando clicam no "Anónimo". Acham mesmo que vale a pena?
Feitas as ressalvas iniciais, vamos lá para uma crítica a um factor do SLBenfica que já aqui várias vezes elogiei e até defendi perante aqueles a que ela se referem de forma jocosa: A Estrutura que compõe o futebol do SLBenfica.
Já aqui tenho referido alguns tópicos onde aponto claramente à dita Estrutura pelo falhanço que se está a verificar em Rui Vitória:
Mas há aqui um ponto que ainda não dei especial atenção e que, apesar de todos os erros e faltas de inteligência expostos nos tópicos anteriores, poderia ter sido acautelado e, não tendo sido, não só reforça o que escrevi nos tópicos referidos (especialmente no do Pecado Capital), mas demonstra uma tremenda incompetência: O Processo de Transição.
No tópico O Pecado Capital da Estrutura do Benfica... penso que ficou claro que, na minha opinião, quiseram "atirar fora Jesus" não pelo que ele fazia, mas porque queriam ser eles a fazê-lo, queriam ser eles a ter o poder. Foi uma questão de poder, nada mais.
Porém a melhor forma de assegurar que esse poder seria duradouro seria preparando bem essa transição, mas ao invés, qual Manchester United, simplesmente se "mandou aos lobos" um treinador de equipa pequena e esperou-se que ele fosse engulido pelas regras e pelo poder... e ainda ter resultados.
O Manchester United viu isso com o Moyes e, pelos vistos não compreendeu e Van Gaal está a sentir as mesmas dificildades que Moyes teve de quebrar um ciclo de 27 anos. Nesta situação, quase podemos dizer que ter 6, 10 ou 27 anos... acima de 5 anos no clube já é sempre a mesma dimensão, pelo que as sucessões de Jesus e Ferguson podem efectivamente ser equiparadas.
Ora, talvez por serem duas situações de longevidade ímpares no futebol europeu de topo... foram duas situações imensamente mal conduzidas e com péssimos resultados desportivos.
E porquê? Simplesmente porque se procurou rapidamente direccionar o "Poder" e se esqueceu o "Saber". Não houve, em nenhum dos dois casos, uma preocupação de tornar a vida mais fácil a quem vem.
Sabendo que vinham de realidades diferentes (e mais pequenas), Vitória e Moyes deveriam ter tido o dobro do cuidado por parte das suas estruturas, o dobro da atenção. Deveriam ter assegurado aos treinadores um processo de transição controlado nas diferentes dimensões externas e internas.
Pelo contrário, ambos foram confrontados com o "Poder" que fora desde logo tomado, restanto-lhes a menor autonomia possível e, o pior, foram confrontados com o interesse do clube dar continuidade ao passado, ignorando a propriedade intelectual de quem chega.
Em resumo, alguém acredito que os novos treinadores poderiam trabalhar como os anteriores e obter os mesmos resultados. Ora, como eu aqui escrevi ontem, ninguém é Ferguson nem Jesus... como ninguém nunca será no Guimarães ou no Everton o Vitória ou Moyes.
Enquanto o SLBenfica se mantiver com a sua estrutura focada no "Poder", e ontem penso que fui claro a identificar quem rapidamente, na minha opinião, quis ocupar o espaço de poder de Jesus, ignorando que o "Saber" não se impõe e não dá continuidade ao que já não existe e não procurando desenvolver um novo ciclo de conhecimento, de trabalho e de colaboração... simplesmente não vai funcionar seja como Rui Vitória, Vitor Pereira, Marco Silva ou qualquer outro treinador-fetiche que muitos de vocês falam por aí.
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