Quando este dia deveria ser de alegria e reflexão sobre o #34, eis que a violência em Guimarães e em Lisboa emergem como alvo prioritário de análise.
Em Lisboa:
Na minha opinião, o erro foi, como já li num comentário neste blogue, fazer uma festa a pensar na TV e em imitar outras festas como as de Madrid.
Toda a cerimónia com os jogadores e as mensagens dos antigos atletas teria sido o ideal para fazer no último jogo na Luz. E o lógico. A segurança de todos, inclusive dos atletas, é assegurada. Além de que isso lugar certo para isso é mesmo o Estádio da Luz!
Então a ideia de montar uma "tenda VIP" nas imediações é ridícula e típica de novos-ricos. O SL Benfica não é nada disso.
Mas além do planeamento da festa, antes teria de haver o planeamento de segurança. E mais uma vez aí também há falhas graves.
No ano passado, a festa embora espontânea na medida do possível teve um planeamento diferente privilegiando o contacto com todos os adeptos.
Em termos de segurança, evitou o que se passou este ano.
No ano passado, devido à passagem do autocarro descoberto com os atletas foram criadas várias caixas de segurança que impediam a circulação descontrolada de pessoas. Num ajuntamento com tanta gente isso é uma mais valia.
No ano passado quem queria festejar e saudar os jogadores esperou onde estava.
Este ano não existiam caixas de segurança.
O arremesso de dezenas de petardos e de latas de cerveja cedo começou a anunciar o que viria a suceder.
Eram às dezenas a quantidade de gandulos que circulavam aos encontrões em toda a gente, sempre com uma postura provocatória e esperando reacção.
A PSP ía fazendo o que podia com algumas detenções. Enquanto a equipa aterrava na Portela, já alguns feridos eram assistidos.
Segundo alguns relatos que me chegaram da zona onde tudo começou, já desde as 22h e pouco alguns elementos estavam preocupados em contar o número de policias na zona bem como o número de carrinhas das forças da ordem na zona do Marquês.
Elementos esses que seriam vistos a arremessar garrafas mais tarde contra
a multidão e a polícia.
As imagens dizem o resto.
O fim de festa antecipado pelas piores razões.
Uma polícia que usa a força de forma desproporcionada com arruaceiros e com cidadãos pacatos.
Uma polícia que tem nas suas fileiras gente mal formada e que usa estes momentos para descarregar, como o polícia que coloca o cacetete na virilha num gesto inqualificável e indigno de um agente da autoridade.
Quem um dia disse que limpar cadastros seria uma medida para não marcar ninguém para o futuro esqueceu-se de que agora alguns desses antigos cadastrados hoje, fruto dessa limpeza, vestem uma farda.
Mas a polícia e os arruaceiros, no âmbito do fenómeno desportivo, não ficam com todas as culpas.
Na parte 3 abordarei essa vertente.
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