Nos últimos dias existiu alguma confusão, por parte da comunicação social e comentadores desportivos, acerca de uma notícia do Jornal O Jogo, relativa a um eventual tecto salarial de 1M€/Ano "limpos", que irá vigorar na próxima época, no Benfica.
Serviu essa notícia para misturar alhos com bugalhos. A comunicação social portuguesa é pródiga em meter os pés pelas mãos, no que diz respeito às finanças dos clubes, e em particular do Benfica.
Vamos por partes:
- Jorge Jesus tem proposta para RENOVAR contrato por 2M€/Ano "limpos" + prémios, o que equivale a cerca de 4,5M€/Ano "brutos" + prémios de performance, considerando-se os custos adicionais (IRS + Segurança Social + Seguro). É uma proposta de acordo com o que já recebe no Benfica. Acredito que poderá renovar, caso o PSG, Barcelona ou Man. City não se interessem pelo Treinador do Benfica.
- Maxi Pereira tem propostas de outros clubes por 2M€/Ano "limpos" + prémio de assinatura, o que equivale a 4,5M€/Ano "brutos" (+IRS + Seg. Social + Seguro), e juntando o prémio de assinatura (Amortizações), o custo anual para um clube supera os 5M€/Ano. Esse valor ultrapassa o limite dos jogadores mais bem pagos (Luisão ganha 3,5M€ "brutos", cerca de 1,5M€ "limpos" + prémios). Se Maxi Pereira aceitar 3,5M€/Ano "brutos" continua no Benfica. Se preferir 5M€/Ano "brutos" sai do Benfica. O orçamento "total" para Salários de Jogadores + Treinadores ronda os 50M€/Ano + 10M€/Ano em prémios. Não há milagres, e o orçamento não estica. Se o Maxi Pereira preferir sair para ganhar mais 40% do que poderá ganhar no Benfica, não há nada a fazer.
- Os Reforços a contratar têm um tecto salarial de 1M€/Ano "limpos", ou seja, cerca de 2,5M€/Ano "brutos", que é o tal valor referido pelo Jornal O Jogo, mas esse limite sempre existiu e foi raro o reforço que vinha ganhar mais do que esse valor. (As excepções terão sido Garay, Aimar, Saviola e mais um ou outro reforço já consagrado). Apenas em renovações é que alguns reforços foram superando esse limite, e chegaram aos 1,5M€/Ano "limpos" e 3,5M€/Ano "brutos". Esse valor aplica-se a reforços, e não aos actuais contratos em vigor.
Ou seja, para resumir:
- Jorge Jesus: proposta de 2M€/Ano "limpos", cerca de 4,5M€/Ano "brutos"
- Jogadores do Plantel: Máximo de 1,5M€/Ano "limpos", cerca de 3,5M€/Ano "brutos"
- Reforços do Benfica: Máximo de 1M€/Ano "limpos", cerca de 2,5M€/Ano "brutos".
Nota: Jorge Jesus e os Jogadores, além do salário base, têm direito a prémios de desempenho (conquistas desportivas, etc).
Pelo facto de os jornalistas e comentadores desportivos portugueses perceberem pouco deste assunto é que ninguém ligou à notícia de que o Tello ganha 2,4M€/Ano "limpos" no F.C. Porto, o que equivale a 5,5M€/Ano "brutos", muito mais do que o Jorge Jesus ou algum jogador do Benfica ganha em termos salariais.
Para concluir:
- Concordo que Jorge Jesus, atendendo ao seu desempenho desportivo e mais-valias com jogadores, mereça ganhar mais do que o jogador mais bem pago do Benfica. (proposta de 2M€/Ano "limpos").
- Concordo que alguns jogadores mais bem pagos do Benfica ganhem 1,5M€/Ano "limpos", e que o Benfica deve manter esse limite, mesmo no caso de Maxi Pereira. Subir esse "limite" levaria à inflação dos salários de vários jogadores titulares.
- Concordo que um reforço "titular" deve ganhar no máximo 1M€/Ano "limpos", com a hipótese de em futuras renovações subir para 1,5M€/Ano "limpos".
E assim se compreende a "confusão" sobre os limites salariais.
E assim se compreende a "confusão" sobre os limites salariais.
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