O verdadeiro 'abre-olhos' para quem quiser deixar de ser cego.

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الخميس، 12 ديسمبر 2013

O verdadeiro 'abre-olhos' para quem quiser deixar de ser cego.


Do blogue 'Palavras ao Poste' por Joni Francisco. Um 'abre-olhos' para quem quiser.


"Não, este não é mais um texto onde o autor vai defender a importância de ver o Sporting Clube de Portugal campeão só porque é ‘bonito’ ter um Campeonato com diferentes vencedores, ano após ano, um Campeonato que possamos defender como competitivo. Na verdade, como Benfiquista que sou (e todos sabem disso, escusam de vir os comentários a chamar-me Benfiquista, como se isso me ofendesse), estou pouco interessado em quem ganha o Campeonato se não for o meu Clube. Emocionalmente, entre um FC Porto campeão e um Sporting campeão, venha o diabo e escolha.

Mas depois existe a parte Benfiquista em mim que me faz pensar no lado racional, nos efeitos da vitória de um e do outro rival. A verdade é que faz falta um abanão no Benfica. Na generalidade, o Benfiquista anda amorfo, resignado, anestesiado… desligado. 

Só isso justifica a reeleição de um presidente manifestamente incompetente e incapaz com 83% dos votos. Só isso justifica um Estádio da Luz calado depois do Benfica acabar de deitar ao lixo dois pontos na recepção ao recém-promovido e fraquíssimo Arouca, hipotecando a hipótese de, no mínimo, manter vantagem sobre o FC Porto e igualdade pontual face ao Sporting (a vitória traria pressão sobre os rivais). 

Só isso justifica que o presidente e o treinador com mais campeonatos perdidos na história do Clube continuem a pavonear-se, semana após semana, sem que as constantes humilhações e os constantes atropelos à história e tradição do Clube mereçam um ‘aperto’ da parte de sócios e simpatizantes Benfiquistas.

Luís Filipe Vieira é o presidente das grandes obras. Congratula-se por ter edificado o Centro de Estágios do Seixal, o Museu Cosme Damião e até o Estádio da Luz. Sim, até o Estádio da Luz… Chegou à presidência do Benfica em Novembro de 2003 mas é a grande figura por trás de uma obra inaugurada um mês antes. Afinal de contas, mais uma mentira, menos uma mentira… 

Mas a grande obra de Vieira no Clube (que cada vez menos acredito ser o seu) esteve na forma como “conseguiu” (e este conseguiu surge entre aspas porque não é um feito do qual deve orgulhar-se) afastar os Benfiquistas da vida activa e democrática do Clube. 

Não falo em ir ao Estádio. No Benfica, ser Benfiquista sempre foi muito mais que isso, é isso que me contam os mais antigos, é isso que leio. O Benfica, que se orgulha de ter começado a ser democrático antes mesmo do próprio País, hoje não o é. 

Como diria Rui Rangel, candidato vencido às últimas eleições do Clube, «O Benfica divorciou-se dos sócios, da democracia e da liberdade». Sim, estive do lado de Rangel nessas eleições. Não, não considero que tivesse o perfil adequado para o cargo. Mas entre Rangel e Vieira? Rangel, claro! Entre qualquer um e Vieira? Qualquer um, desde que não seja Vale e Azevedo. Mas seria sempre a escolha entre o pior presidente da história do Clube e o segundo pior.

Ora, o nome de Vale e Azevedo surge oportunamente. Luís Filipe Vieira anda há mais de 10 anos a recordar que, antes de si, só existiam as pedras da calçada. Orgulha-se de ser melhor presidente que Vale e Azevedo, que é somente o pior presidente da história do Benfica. Não deveria ser motivo de grande regozijo mas Vieira lá encontrou forma de ver nisso algo de muito bom. Comparar-se com os melhores? Isso já não… 

E qualquer um que apareça, que lhe faça a mínima oposição e levante a crista é logo apelidado de «garotão», um «abutre» que quer, segundo Vieira, chegar ao poleiro depois da «fantástica» recuperação do Clube pelas mãos do empresário do pneu. São já dez anos de mandatos de recuperação financeira e de recuperação da credibilidade do Clube. Mandatos desportivos? Na verdade, nenhum. 

Em 2009, Vieira ganhava novas eleições garantido que a recuperação do Clube estava feita e que a partir dali viriam as vitórias. Quatro anos depois, paisagem e passarinhos. Mais mentira, menos mentira…


«Interessa é estar nas decisões!». Seria assim que o incompetente treinador oriundo da Amadora responderia à falta de títulos do Benfica. Ganhar? Isso é tudo muito sobrevalorizado. Interessa estar lá! Um treinador que ficará na história como o maior perdedor que alguma vez orientou este Clube. Um treinador que ficará ligado a muitas das maiores humilhações da história de um emblema com mais de 100 anos de vida. 

Também isto é obra meus amigos. A “genialidade” de Jesus e da sua táctica 4-coiso-4. A “honestidade” de um técnico que ganha porque foi visionário e percebeu que Rodrigo ia resolver e que perde porque «coiso», nunca por culpa própria. Um treinador que vai espalhando pelos estádios nacionais os seus dotes de pugilista, seja em jogadores adversários, seja em polícias. Um homem que, admita-se, não sabe viver em sociedade. 

Mas também um homem que, diga-se, não é o principal artífice deste benfiquinha.


É isto que anda no meu Benfica. Um presidente campeão duas vezes em dez anos (ou já deveria dizer duas vezes em onze anos?) e reeleito com 83% dos votos. Um treinador campeão uma vez em quatro possíveis (ou uma em cinco?) mas que não vê um único lenço branco na Luz. Claques desligadas, embora sempre a puxar pelos nossos.

Quem preferir para Campeão entre FC Porto e Sporting? Um FC Porto campeão já vai sendo habitual… O Benfiquista pode sempre recordar as escutas e os erros dos árbitros (que sim, os beneficiam muito mais que a todos os outros). E com isso, acaba sempre por ignorar o que tem em sua casa. 

Esquece que tem no seu Clube o presidente que ajudou Fernando ‘facturas’ Gomes a chegar à liderança da Federação Portuguesa de Futebol e que, se for necessário, é bem capaz de derrubar Mário Figueiredo e apoiar para a liderança da Liga um qualquer Rodolfo Reis. À Benfiquista! Pelo Benfica! O Benfiquista esquece também que tem no seu clube o treinador mais medroso de sempre em jogos contra o FC Porto. Nem as célebres equipas de pinos do início do século entravam complexadas como entram as de Jesus.

Um FC Porto campeão não chateia grande parte dos Benfiquistas porque, a bem de verdade, ainda não existem muitos adeptos do clube azul-e-branco na esmagadora maioria do território nacional. São mais que há trinta anos atrás, é claro. Mas tirando a cidade do Porto e a sua área metropolitana, perdem em adeptos na comparação com o Sporting. 

Um FC Porto campeão leva ao Marquês de Pombal meia dúzia de pessoas, uma mão cheia a Coimbra e em Faro nem se percebe que alguma coisa aconteceu. O Benfiquista desliga a televisão quando começa o noticiário e não compra jornais durante uma semana. Tudo passa sem grandes incómodos. E ignora que o FC Porto vai, ano após ano, ameaçando o Benfica enquanto maior clube nacional de futebol no que a títulos diz respeito. Talvez quando o FC Porto chegar ao mesmo número de Campeonatos, algum clique se faça na cabeça do Benfiquista. Até lá, o clique terá que chegar de outra forma.

E é por isto que digo: faz falta um Sporting campeão. Não ao futebol nacional ou à competitividade da Liga, que se lixem ambos. Faz falta ao Benfica! Faz falta aos Benfiquistas! Um Sporting campeão enche o Marquês. Um Sporting campeão leva a festa às ruas de Coimbra e de Faro. E de Beja, Évora, Leiria, Santarém, Castelo Branco, Aveiro, Viseu, Braga, Guimarães, Funchal, Ponta Delgada… e do Porto. Sim, o Sporting e o Benfica são clubes nacionais, não regionais. Sim, o Benfiquista vai desligar a televisão mas terá os amigos e familiares Sportinguistas a enviarem mensagens, a telefonar, a bater à porta se necessário. O Benfiquista ouvirá as buzinas na rua durante toda a noite, por mais que abafe os ouvidos com a almofada. O Benfiquista não compra o jornal mas também não pode ir ao café. E vocês sabem bem o que custa ao Benfiquista não ir ao café.

Um Sporting campeão poderia ter o efeito necessário no Benfica. Poderia ser o clique que falta no orgulho Benfiquista. Poderia ser o alfinete no balão que enche, enche, enche mas não rebenta. Um Sporting campeão seria chato. E se chateia, é bom, porque incomoda. Falta ao Benfica incómodos. 

Falta ao Benfica ver Bruno Carvalho dançar em cuecas no relvado de Alvalade para perceber que até a figura menos ‘presidenciável’ tem um potencial tremendamente superior ao de Luís Filipe Vieira. Mesmo que seja brejeiro, arrogante, desbocado, lunático e que, no fim, não passe de mais um mau presidente. Mas sendo Sportinguista, já é um bom começo. 

Ao Benfica também faltam Benfiquistas. Faltam Benfiquistas nos cargos de decisão. Faltam Benfiquistas na vida democrática. Faltam Benfiquistas acordados às 3 da manhã por um telefonema, ouvindo do outro lado “Zpoooooooooorting! Campeões c*ralho! Incha lampião! Amanhã vamos beber uma juntos?”. Será um acordar traumático. Mas não deixa de ser um acordar.

PS: Que não se pense que estas linhas surgem ‘a quente’, acoçado pela liderança do Sporting. Quem me conhece, e os que me têm lido neste espaço, sabem bem o que penso da dupla Vieira e Jesus. Não é de hoje. Mas hoje vem mesmo a calhar."

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