الأحد، 12 مايو 2013
Existem pequenos momentos na vida em que as emoções tomam o controlo total do nosso corpo. Pode ser numa trip fodida de ácido, num grave momento de ansiedade ou quando algo nos provoca um choque emocional.
No mesmo momento em que Jesus caiu de joelhos, todos nós tivemos o mesmo choque emocional, e cada um de nós ajoelhou-se à sua maneira, sem saber sequer o que o seu corpo estava a fazer. Não vi este ajoelhar de Jesus como fraqueza, vi como um momento de choque, daqueles que só são comparáveis à notícia da morte de alguém muito querido, ou de ver a casa a arder ou a ruir.
Tirando a morte de jogadores em campo, não me lembro, em tantos anos a ver futebol, de um momento tão dramático para o Benfica, ou até para outro clube qualquer. Todos sabemos que sofrer um golo naquela altura pode acontecer, mas ter acontecido mesmo, no jogo 29, no campo do rival directo, e depois de tudo o que envolveu esse jogo, só pode ser, a par da morte de Miklos, um dos segundos mais dramáticos de sempre, da história do nosso clube. Se repararem, o pequeno apanha-bolas perdeu o seu segundo de comemoração para olhar, estupefacto, para o nosso treinador. Naquele momento, o petiz percebia que qualquer mito podia cair, e, entristecido, contempla o pior dos lados de um choque emocional provocado pelo Futebol. Ver Jesus, prostrado, dói a qualquer um.
Não sei o que irá acontecer nos próximos dias, estou certo que hoje também terá sido dia de luto para os jogadores, mas estou convicto que o ajoelhar de Jesus não mais foi que um segundo de fraqueza, proporcionado por algo que não lhe foi possível controlar naquele momento. Não vi isto como um 'cair por terra', mas sim um tropeço. E todos sabemos que quando se tropeça, queremos é voltar a andar, e não ficar com a fronha no meio da calçada.
PS: Mas por amor de D10s Aimar, não me venham com o "há que levantar a cabeça", isso já é humilhante por demais.
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