O que dizer?
O Benfica não entrou bem no jogo: muitas bolas perdidas, muitos passes falhados... foi notório que ainda temos de afinar a máquina. Houve momentos em que fiquei com a sensação que a equipa não estava muito concentrada, isto para além de pouco pressionar quando perdia a bola. Não deixar a equipa adversária “sair a jogar” é fundamental. Afinal, quem é que tem de assumir o comando do jogo, quem tem de ter a iniciativa?!
Não entendi, deixem que vos diga desde já, o onze inicial da nossa equipa, sobretudo no que toca à titularidade de Salvio, que mal acabou de chegar, e que – verdade seja dita – não está em forma! Estaríamos nós à espera – como do “pão para a boca” – de Salvio, até ao ponto da sua compra ser fulcral para a base da equipa? Penso que não, mas é o que leio das entre-linhas. Contudo, como já fui dizendo ao longo de vários textos aqui publicados, são opções do treinador, que, apesar de não concordar neste caso, respeito-as.
Não percebi, também, a não entrada no onze inicial (nem numa substituição!!) de Carlos Martins depois da estrondosa (!) pré-época que fez. Enfim.
O jogo esteve equilibrado, durante largos minutos, estando tendencialmente a favor do Braga e – como não poderia faltar – com alguns lances para apimentar: desde cedo percebeu-se a existência de um especial duelo entre Maxi Pereira - com a raça do costume - e Rúben Amorim, de onde surgiu um cartão amarelo (mal dado, fica a referência) para o nosso jogador, em resultado de um espalhafatoso teatro do jogador do Braga (o seu a seu dono: foi um belo cartão amarelo arrancado – literalmente – pelo Rúben Amorim!); Alan teve uma entrada muito dura sobre Bruno César, pelo que, no seguimento deste lance, deveria ter visto o segundo amarelo, algo que não aconteceu (uma pequena nota, com relevância extrema: foi poupada uma expulsão ao Braga, ainda a noite era uma criança, ou melhor, no decorrer da primeira parte, o que, eventualmente, poderia ter tido reflexos no resultado.
Afinal, jogar contra dez ainda com bastante jogo pela frente não é o mesmo que jogar em superioridade numérica já com a partida praticamente no final!).
Não obstante o marcador a zero, poderíamos ter ficado em desvantagem ainda no primeiro tempo, devido a alguns sustos – que poderiam ter corrido mal – pregados por Artur. Ouviu-se, não só no estádio, mas também na boca daqueles que seguiam o jogo noutros locais um “ai Jesus”. Para agravar mais a situação, os adeptos acabaram por perder a cabeça com o nosso guarda-redes quando falhou um passe, mandando a bola para fora das quatro linhas.
Ouviram-se assobios, o que é de lamentar!! Quiseram e conseguiram deixá-lo algo desestabilizado. Contudo – e como não poderia deixar de ser - , respondeu afirmativamente, com uma boa defesa, arrancando aplausos da plateia (incluindo os daqueles que o assobiaram, presumo. Adoro!).
Resta dizer, para terminar a análise da primeira parte, que temos algumas novidades (estarão elas para ficar?) na marcação de livres: quando todos esperavam, num livre directo, e após um pequeno toque de um dos nossos jogadores, o (forte) remate de pé esquerdo de Cardozo, eis que surgiu uma bonita “jogada de laboratório”, envolvendo o “Tacuara”, Maxi, entre outros, que quase resultou em golo. Quase.
No que diz respeito ao segundo tempo, o nosso Benfica entrou claramente melhor. Fomos superiores e, portanto, não foi com surpresa que chegamos ao golo. Salvio, que não fez uma boa exibição, na minha humilde opinião, e após ter falhado – à semelhança dos seus colegas – alguns passes, redimiu-se e coroou o seu regresso com a marcação de um golo.
No entanto, nem tudo foram rosas. Melgarejo, que estava a fazer uma exibição razoável, não comprometendo a equipa marcou um auto-golo, sendo imediatamente consolado por Artur (bonito!). Foi um lance bastante infeliz, que acabou por se reflectir no resto do seu jogo. Quem o viu (no Paços!) e quem o vê, o que prova, mais uma vez, a dificuldade que os jogadores têm de jogar ao mesmo nível de outrora numa equipa como o Benfica. Compreende-se, é uma grande responsabilidade. O peso do Manto Sagrado acaba por provocar alguns dissabores. Mas acredito que o Melga vai crescer e que ainda nos vai dar muitas alegrias, sabendo, porém, que o caminho até lá nos tratá alguns amargos de boca.
Passado algum tempo, e para mal dos nossos pecados, o adversário adiantou-se no marcador, com um passe literalmente oferecido por Melgarejo. Notou-se que acusou o auto-golo.
Apesar de ver um Benfica mais denominador, esteve (sempre) presente alguma indefinição.
De uma bonita jogada, já quando o tempo parecia “estar a voar”, resultou uma grande penalidade (marcada pelo marcador de serviço: Óscar Cardozo, fixando o 2-2 final) a nosso favor. Indiscutível. E de onde resultou, também, uma má expulsão de um jogador do Braga, por acumulação de amarelos. Carlão foi expulso, quando quem cometeu a falta foi Custódio.
Até esta parte, e no que toca à arbitragem, uma expulsão poupada a Alan e uma má expulsão de Carlão. Quanto ao resto, nada mais a assinalar, apesar de não concordar com o seu critério largo, por um lado, nalguns lances e, por outro lado, tão apertado noutros, Enfim, critérios!
Contudo, foi anulado um terceiro golo ao Glorioso, por eventual toque de Cardozo no Beto. Nada de mais errado!!! Cardozo nem toca no Beto, pelo que me questiono: como foram anular um golo limpo ao meu Benfica??? Inacreditável!!! Regressou o campeonato, e com ele regressaram, também, as polémicas, os lances-chave que decidem uma partida. Nada que me admire, mas uma coisa é certa: uma vez mais fomos claramente prejudicados!!! Este lance marcou a diferença entre empatar ou ganhar.
O Benfica poderia ter feito mais, é certo. Poderia e deveria, pois estava em superioridade numérica. Contra dez, ainda que a poucos minutos do fim, era para ter carregado.
Faltou-nos, não só aqui, como também ao longo do jogo, as tais “ganas” para ganhar o jogou.
Faltou-nos a “raça, querer e ambição”. Isto para não falar na individualidade de alguns jogadores (Nolito é um deles. Até poderia deixar passar, mas irritou-me bastante algumas perdas de bola, onde não foi capaz de correr atrás do prejuízo. Aqui, no Benfica, luta-se até ao fim. Nunca se dá um lance como perdido!) que só prejudica o colectivo: há jogadores que de tanto (querer) fintar, acabam por se fintar a eles próprios.
Para terminar, três substituições da nossa parte que mal resultaram. Há noites assim, umas mais inspiradas que outras...
Há muito a fazer e a trabalhar. CARREGA BENFICA!!!
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