Assunto: Conduta discriminatória e antidemocrática na Escola EB 2-3 de Celeirós
Para: info@eb23-celeiros.rcts.pt
Cc: gmec@mec.gov.pt, gabpresidencia@slbenfica.pt, belem@presidencia.pt, atendimento@sic.pt, benficatv@slbenfica.pt, relacoes.publicas@tvi.pt
Na sequência da noticia saída nos jornais desportivos acerca do impedimento a que foi votado um dos vossos alunos, pelo simples facto de ter uma preferência diferente dos demais, venho por este meio manifestar o meu repudio pela acção levada a cabo por um dos profissionais do vosso estabelecimento de ensino. Sendo eu bracarense, ainda mais envergonhado fico pois a imagem que a minha cidade passa é quase equivalente ao regime Salazarista, que também perseguia grandes Benfiquistas, dado o Benfica ter sido o único clube português que sempre teve eleições democráticas, mesmo em época de repressão. Sempre assim foi porque o Benfica é o clube do povo e o povo é diversificado, tanto em raça como em credo. Como tal um Benfiquista, por norma, não é antidemocrático nem discriminatório. Aquele que devia ser o local onde se aprendem os melhores valores educativos e sociais acaba por dar um exemplo de intolerância e discriminação perante uma corrente de opinião diferente. Estamos a falar de um jovem!
Não seria esta a oportunidade perfeita para dar um exemplo de civismo e cidadania? Não seria esta a altura perfeita para explicar aos mais novos que devemos aceitar as diferenças, não devemos enveredar pelo caminho da violência e da barbárie simplesmente porque não somos da mesma opinião?
Relembro aos membros do concelho directivo desta escola quais os Direitos do Aluno.
O aluno tem direito a:
O aluno tem direito a:
- Uma educação de qualidade – ou seja, usufruir de todas as aulas e actividades previstas no currículo do ano que frequenta, de acordo com horário definido pela escola;
- Usufruir de um ambiente seguro, tranquilo e equilibrado que facilite a aprendizagem e propicie o seu pleno desenvolvimento físico, intelectual, moral, cultural e cívico;
- Ser tratado com respeito e correcção por todos os membros da comunidade;
- Beneficiar dos serviços de Acção Social Escolar de acordo com as regras em vigor;
- Apresentar problemas ou questões aos professores, director de turma, director da escola;
- Beneficiar de apoios específicos, se as suas necessidades de aprendizagem o justificarem;
- Ser assistido em caso de acidente ou doença súbita, que possam ocorrer na escola;
- Participar nas actividades e nos órgãos da escola, nos termos da lei e do regulamento interno de cada estabelecimento de ensino.
Como se pode ver pelo exposto, há aqui uma grosseira falha no cumprimento do proposto. Esse tipo de conduta é e pode vir a tornar-se altamente lesiva na formação académica e pessoal do jovem visado, assim como das restantes crianças presentes no evento,criando uma falsa ideia de que quem pensa diferente deve ser excomungado, afastado,seja de que forma for.
Este tipo de comportamento já começa a ser visível em alguns jovens locais pois o sentimento de ódio pela diferença já ficou bem patente nas deslocações a Braga dos últimos 2 anos por parte da equipa do Sport Lisboa e Benfica.
Há um espírito de guerrilha que se vai instalando na cidade, importado talvez de outras "escolas" com mais tradição na arte de odiar os Benfiquistas, e esse estilo não pode ser dissociado da chegada à direcção do clube de determinadas pessoas, pessoas essas com peso na sociedade bracarense, tanto politica como industrial, pessoas essas com aspirações aos mais altos cargos nessas mesmas "escolas" de bons costumes.
Tenho esperança que o concelho directivo deste estabelecimento tome os devidos procedimentos para punir os responsaveis por tão aberrante situação,algo que se julgava impensável em pleno séc.XXI e, mais grave ainda, num País democrático (ou pelo menos assim o julgava).
Com os melhores cumprimentos deste cidadão português e bracarense, Luís Bastos.
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