Direitos Televisivos: Será este o plano da Aliança?

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الأحد، 7 ديسمبر 2014

Direitos Televisivos: Será este o plano da Aliança?


A 11 de novembro, Luís Duque enviou um comunicado à Lusa a dizer ao que ia quando aceitou ser candidato à presidência da Liga: a centralização dos direitos televisivos. Ou seja, Duque quer que os dinheiros das transmissões dos jogos sejam negociados em pacote e não clube a clube com a Olivedesportos, como se faz hoje em dia. As palavras são dele, as ideias são de outros. 

Luís Duque é o homem que Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, e Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do FC Porto, escolheram para liderar este processo — e mais tarde neste texto perceberemos porquê. 

Com a Liga falida e a dívida instalada, Vieira e Pinto da Costa uniram-se para tentar salvar o futebol português — e, em última instância, salvarem-se a eles

Adiantaram dinheiro para que, entre outras coisas, os árbitros recebessem os salários em atraso e para que o spray que delimita a barreira e a zona de marcação dos livres enfim aparecesse. Isto deu ao Benfica e ao FC Porto a dianteira nas negociações para os direitos televisivos. 

Ao que o Expresso apurou, benfiquistas e portistas propõem um modelo de centralização baseado na notoriedade e na perceção do clube. Ou seja, o futebol português seria dividido por regiões e os dinheiros distribuídos por ordem de importância: número de adeptos e força social na dita zona. 

Obviamente, há dois beneficiados: FC Porto, o emblema mais representativo no litoral norte; e Benfica, o mais ‘poderoso’ na Grande Lisboa. 

Obviamente, há um derrotado: o Sporting. E foi isso que o presidente leonino deixou no ar no programa semanal no canal de Alvalade — a de que os rivais estavam a cozinhar um ‘esquema’ que deixasse o Sporting fora do bolo televisivo. [Entre portas, na Luz, há quem diga, em surdina, que o mercado português é pequeno para os três grandes e que afastar Alvalade das decisões beneficiaria o futebol]

Este modelo, a ser implementado, só poderá ser exequível a partir de 2018, ano em que cessam todos os contratos da Olivedesportos com os clubes. A centralização dos direitos televisivos fora uma das bandeiras de Mário Figueiredo, o presidente da Liga, que deixou de o ser quando Benfica e FC Porto tomaram as rédeas.

A direção de Mário Figueiredo propôs o seguinte modelo: do total de €140 milhões, 35% seria distribuído em partes iguais, 25% pela classificação da época anterior, 10% pela classificação das últimas cinco épocas, 5% pela classificação desde 1934/35, 15% pelo número de títulos e 10% pelo número de presenças. Nestas contas, o Benfica (1º) receberia €17 milhões e o Penafiel (último) chegaria a quase €4 milhões. 

Fonte da direção de Figueiredo assegura que este modelo reduz a diferença entre os grandes e os pequenos, que “era de um para oito para um para quatro”. “Foi isso que Benfica e FC Porto não gostaram e portanto partiram para outra realidade”, dizem ao Expresso. 

Na Luz espera-se pela centralização dos direitos televisivos e a posição oficial (e pública) será a de que o Benfica foi um dos que sempre agitou esta bandeira — a BTV surgiu num contexto de contestação contra os valores propostos por Joaquim Oliveira. 

“Mas o clube não esquece o que o Joaquim fez pelo Benfica”. Neste cenário, a BTV, que tentou comprar os direitos da Liga dos Campeões, manter-se-ia como um canal desportivo (a ideia é renovar a parceria com a Premier League, que finda em 2016) mas sem transmitir os encontros do Benfica. Na Luz, fazem-se contas à vida.

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