A liderança bicéfala da FPF apresentou ontem Fernando Santos como seleccionador nacional.
No inquérito que realizamos aos digníssimos visitantes do NGB, foi esse o nome mais votado.
No entanto, a apresentação do novo seleccionador fica marcada pelas palavras do presidente da FPF, Fernando Gomes.
Sem qualquer margem de engano quanto à interpretação das suas palavras, Fernando Gomes chamou mentiroso a Paulo Bento no que toca ao processo de saída do antigo seleccionador. Quer na forma como se chegou à decisão como no que se refere a quem estava contra ou a favor.
Um processo transparente à boa maneira do futebol português.
Cerca de um mês depois de ter considerado que "não fomos competentes" no Brasil 2014, de ter reforçado os poderes de Paulo Bento, e de ter sacrificado Henrique Jones, Fernando Gomes agiu como se nada fosse com ele.
Leu um discurso que provavelmente Tiago Craveiro lhe escreveu para que nada falhasse. Só que quem fala verdade não precisa de cábulas.
Relativamente a Fernando Santos, o futebol das suas equipas não é muito apelativo, mas a experiência acumulada certamente lhe dará ferramentas adicionais para levar a bom porto a sua missão. Pelo menos em teoria será assim. Na prática, contratar um treinador que pode estar longe do banco durante 8 jogos é um risco.
O que não quer dizer que não concorde com o que li no blogue "Travessa do Alqueidão":
"Vieira continua convencido que o erro maior da sua gestão desportiva foi despedir Fernando Santos.
Para mim foi contratá-lo.
Fernando Santos tem o carisma de uma garrafa de Sumol, é claramente um perdedor e o futebol das suas equipas é tão entusiasmante que só os pobres gregos o aturariam durante tanto tempo."
Um dia depois de se confirmar a decisão desportiva sobre mais um episódio do Apito Dourado, confesso que ouvir a escuta em que Fernando Gomes confirma a familiaridade com o empresário António Araújo, o homem que entregava a fruta para dormir, me faz não encontrar qualquer motivo para que gente séria tenha apoiado este senhor para a FPF.
É um motivo de grande tristeza para quem gosta de futebol honesto ver quem está no topo do futebol português.
Mas não será isso um sinal do país em que estamos? Dos dirigentes que temos no futebol português?
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