O problema está nas primeiras linhas

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Monday, August 17, 2015

O problema está nas primeiras linhas

Apesar dos 4-0...

É justo dizer: O melhor em campo foi Júlio César.

Tal como é justo dizer que até aos 74 minutos de jogo, Júlio César já tinha feito 3-4 defesas de grande nível, enquanto o guarda-redes Estorilista, tinha visto uma bola bater no poste mas ainda mal tinha tocado na bola...

Mitroglou, que faz o 1-0 num lance em que o mais difícil seria falhar, até esse momento tinha-me feito perguntar várias vezes porque razão se tinha vendido Cardozo, para ir buscar um jogador parecidíssimo, mas mais caro...

O seu ponto forte parece ser o remate fácil (mas isso Cardozo também tinha). O problema em Portugal é que as marcações são quase sempre impiedosas, e não sei se Mitroglou, à semelhança de Cardozo, vai ter tempo e espaço e a rapidez de movimento necessária para explorar convenientemente essa sua arma. O tempo dirá.

Se até aos 74 minutos ofensivamente fomos demasiado moles e previsíveis, a defender o caso era ainda mais bicudo:

Estávamos a jogar contra o Estoril, convém dizer... E se contra uma equipa mediana como o Estoril não se evitam percas de bolas infantis a meio campo e se permite 4-5 oportunidades de golo claras ao adversário, é natural que nos perguntemos como vai ser contra adversários mais fortes e mais letais, nomeadamente na Liga dos Campeões...

E aqui, acho que o problema começa em Jonas...

É que com o antigo treinador tínhamos um 4-4-2 em que um dos avançados (Lima) defendia muito e bem...

E agora temos um 4-4-2 com Mitroglou que é um jogador estático na frente, mais Jonas que não é jogador de grande trabalho defensivo...

A juntar a isso, no miolo, a dupla Fesja/Pizzi não me parece uma dupla com a qualidade e consistência suficiente para ser aquilo que o Benfica precisa defensivamente mas ofensivamente também...

Fejsa neste momento é um pouco como o Júlio César... Não duvido da sua qualidade e do que podem ser capazes de fazer... Mas de cada vez que há um sprint mais disputado levo as mãos à cabeça e rezo por todos os santinhos para que os músculos e os tendões não cedam...

Aquilo que verdadeiramente me preocupa pois, é que acho que o grande problema de Rui Vitória neste momento, ao contrario dos problemas do técnico anterior na grande maioria dos últimos seis anos, é que Rui Vitória não tem um problema de segundas linhas. Tem as mais difíceis de resolver, que são as primeiras linhas, mais acentuadas ainda se Gaitan sair.

As segundas linhas, não duvido, Rui Vitória tem matéria para trabalhar, e qualidade também para ajudar os jogadores mais jovens a fazer essa transição...

Mas quando o problema está nas primeiras linhas, na tal espinha dorsal em que tudo assenta e que devia servir de apoio a esta nova geração de jogadores que traz explosão e irreverência mais naturalmente ainda alguma inconsistência, aí desconfio que Rui Vitória acabará mais tarde ou mais cedo por pagar a conta, sem ter sido ele o responsável pelo enredo...

Ou talvez seja apenas eu, se calhar, que perceba pouco da coisa e esteja a olhar para tudo com algum pessimismo...

Mas da tal espinha, aquilo que eu vejo é um Luisão que não caminha para novo, um segundo central que ainda não me convenceu, um Eliseu que está a prazo, um Fejsa que não sei quanto tempo durará até se lesionar novamente, um Pizzi que para mim é apenas um jogador mediano, um Samaris que ainda ninguém sabe bem que papel tem ou pode ter, um Gaitan que pode estar de saída, um Ola John a tentar ganhar uma nova vida, e um Jonas que desconfio que ainda irá sair até final do mercado...

Será Jiménez que virá dar a esta equipa o toque de classe, a consistência que precisa, e a flexibilidade tática que Rui Vitória exige?!

Pois a esperança é que sim, e que pelo menos venha para somar...

Mas não consigo evitar ir sempre ter ao mesmo ponto de sempre: Esta equipa precisa de investimento em pedras basilares, o resultado de 4-0 é uma mentira, conseguido apenas contra uma equipa mediana, que tendo sido muito melhor do que o Benfica em 73 minutos do jogo de ontem, e tal como acontece com a maioria das equipas medianas, quando sofreu o primeiro golo, pura e simplesmente desapareceu do jogo...

O problema pois é que a época é longa, e não vai ser disputada apenas contra equipas do nível do Estoril...


Temos equipa para o título? Neste momento, sinceramente, acho que estamos bem longe de nos podermos considerar a equipa mais forte do campeonato...

...Mas também é justo dizer que excluindo Porto e Sporting, os outros 30 jogos do campeonato são disputados contra equipa muitíssimo mais fracas do que a nossa, o que torna, evidentemente, todos os sonhos possíveis.

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