Não sou eu que o digo:
Foi Rui Gomes da Silva ontem mesmo que anunciou aos Benfiquistas que no Sporting, Jorge Jesus até pode ser o Manager, e ele o responsável por tudo o que acontece e todo o entulho que chega, mas que no Benfica, “à exceção do seu primeiro ano (em que foi dada a Jorge Jesus total liberdade de escolha), quem contrata jogadores é a estrutura do Sport Lisboa e Benfica.”
Jorge Jesus treinava. A Direção contratava. Assim mesmo, para não deixar dúvidas.
Jorge Jesus treinava. A Direção contratava. Assim mesmo, para não deixar dúvidas.
Ora este anúncio, a ser verdade encerra também ele mais um mito, o mito que quem escolhia muitos dos jogadores medíocres que chegaram à Luz nas últimas temporadas eram da responsabilidade do treinador, e não da tal estrutura como parece ser.
Ora este dado é de facto curiosíssimo, e eu fico na dúvida se RGS se referia à primeiríssima época de Jorge Jesus, ano em que chegou Ramirez, Rodrigo, Javi Garcia, Saviola, César Peixoto, Weldon e mesmo Kardec ou Airton, jogadores que em diferentes níveis foram, uns mais úteis e outros mais fundamentais, na conquista do título desse ano... Shaffer e Filipe Menezes foram as desilusões (ainda assim relativamente baratas) e uma outra mais cara chamada Éder Luís...
...Ou se se referia ao fim da sua primeira época na Luz (início da segunda) ano em que se atribui a Jorge Jesus a responsabilidade das contratações de Gaitan, Jara, Roberto, Sálvio, Jardel, Carole ou Patrick, ano em que existem flops Roberto e Jara (Carole e Patrick custaram “peanners”), mas onde Gaitan, Jardel e Sálvio foram contratações de grande acerto.
Ora, a fazer fé nas palavras de RGS, é dado adquirido que nas últimas quatro épocas as contratações do Benfica são da responsabilidade da estrutura...
E aí sim, as conclusões são preocupantes:
Se na terceira época a estrutura acertou em cheio em jogadores como Garay, Matic, Enzo, Witsel, Artur e mesmo Bruno César (que não se pode considerar flop), a partir daí o acerto das contratações diminuiu drasticamente:
Em 2012/2013 Ola John é um erro de casting (atendendo ao elevado preço que custou) e Lima é contratação acertada. Sálvio já cá tinha estado antes pelo que era uma contratação sem risco.
Em 2013/2014 gastaram-se 35 milhões de euros em jogadores como Markovic, Djuricic, Fesja, Lisandro, Funes Mori, Mitrovic, Sulejmani, Cortês e Sílvio, dos quais apenas Markovic foi uma contratação de elevado rendimento (Fejsa infelizmente, as lesões não o têm deixado mostrar o que pode valer)
Em 2014/2015 gastaram-se mais 35 milhões de euros em jogadores como Samaris, Cristante, Talisca, Benito, Bebé, César, Jonathan, Luís Filipe, Djavan, Eliseu e Muhktar, e nenhum deles atingiu AINDA um patamar de jogador de eleição...
E em 2015/2016, até agora já se contrataram 11 (!!) jogadores, e a ver vamos que resultados vai ter essa colheita!
Por isso, a fazer fé nas palavras de Rui Gomes da Silva, no Benfica quem contrata é a estrutura. Jorge Jesus está ilibado por isso da contratação de muitos dos recentes flops e talvez certas criticas passem a ter de visar sim o departamento de prospeção do Benfica, no qual segundo parece Rui Costa é o elemento de mais elevada responsabilidade.
E por último tem de se atribuir a esse Departamento de Prospeção a queda da Política de contratações dos jogadores de 6-7 milhões, como foi anunciada, mas que parece também já ter sido retomada (quando não se sabe muito bem para onde se vai, qualquer vento serve).
É que políticas dessas só são sustentáveis quando o que se contrata por 7 milhões tem capacidade de sair por 25 ou 30 pouco tempo depois. Ora,
Os dados que temos mostram que nos últimos três anos, dos quase 90 milhões de euros que se gastaram em contratações, apenas Markovic foi capaz de fazer essa valorização para jogador de topo e sair pelos tais valores que se exige a um jogador que chega por tão elevado preço...
Poderíamos juntar aqui Sálvio, que conseguiu chegar a esse patamar mas que não permitiu ao Benfica fazer o tal encaixe financeiro por se lesionar com gravidade em dois finais de época.
De todas as outras contratações, a grande maioria foi flops. Samaris não entra no grupo dos flops mas também não entra no grupo de jogadores pelos quais se justifica pagar um preço de 10 milhões de euros...
Ora, sem boas contratações não há boas vendas, e muitas das más contrações dos últimos três anos são responsáveis muito provavelmente pelos tempos difíceis que hoje se vivem.
Para já, Gaitan é o último “artista” que ainda temos a valer 25 ou 30 milhões, e daqui para a frente das duas uma:
Precisamos que Rui Vitória saiba valorizar o que por cá temos, para que vendas de grande valor continuem a acontecer e a roda se mantenha a girar;
E precisamos também que a tal estrutura perceba que os três últimos anos foram um fiasco em termos de contratações, e que é necessário que o futuro nos traga muito maior acerto.
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