5 dias e tanto por fazer...

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الأربعاء، 26 أغسطس 2015

5 dias e tanto por fazer...


"O mercado corre a nosso favor" era uma frase de José Veiga que vinha muitas vezes com outra frase relacionada com a falta de recursos e que ele também tornou célebre: "ir às compras com um saco de caramelos".

Curiosamente, parece que voltámos ao tempo destas situações, pelo que será porventura justo dizer que andámos 7 ou 8 anos para trás com a saída do Jorge Jesus...

Não é que tivesse sido Jorge Jesus a fazer o Benfica avançar, mas foi devido à auto-imposta autonomia de Jorge Jesus que o poder ficou concentrado em que percebia de futebol. Era ele que de forma autónoma definia a estratégia e até abordava jogadores (foi conhecido o caso do Danilo). Se juntarmos o Vieira e o Jesus, dava uma espécie de "Manager à inglesa" mas dividido por dois, o que obrigava a que a estrutura andasse a "toque de caixa" de todos eles.

Vieira teve o mérito de criar e disponibilizar recursos para a dita estrutura. Jesus teve o mérito de a saber usar. A estrutura teve o mérito de se profissionalizar e serem hoje profissionais de elite em várias áreas como é o caso de Lourenço Coelho, Bruno Mendes e o BenficaLAB em geral, toda a estrutura de Scouting, etc. 

Porém, e reforço que é apenas a minha opinião, com a saída do Jesus este edifício simplesmente... desmoronou por completo.

Na leitura que faço à distância possível, portanto passível de poder estar enganada, a estrutura que vivia "acabrunhada" atrás de Jesus e obrigada a se alinhar com uma liderança obcecada por resultados, viu na saída de Jesus a oportunidade de "se chegar à frente" e dividir para reinar. Rui Costa, João Gabriel e Paulo Gonçalves têm hoje mais autonomia para se posicionarem na liderança de algumas temáticas e Domingos Soares Oliveira é claramente o DDT do SLBenfica (e todos sabemos o que acontece às empresas quando há alguém que pensa ser um DDT).

Voltando ao José Veiga e às suas famosas citações "Não se percebe como há tanto poder numa pessoa de fora que só deveria liderar a parte financeira" (não foram exactamente estas palavras, mas a ideia é esta!).

Ora, a saida de Jesus era uma oportunidade dourada de iniciar um novo ciclo, mantendo uma liderança obcecada com resultados desportivos, mas com uma liderança mais profisisonal e menos "bronca". Em Portugal (ou melhor, português) só José Mourinho poderia fazer esse papel. Ou então era a oportunidade de ir buscar um treinador com capacidade e potencial... e ter um líder do futebol que, como já aqui foi escrito vezes sem conta: Não pode ser Luis Filipe Vieira e este não deixa que seja o Rui Costa (que está por provar que tem competência para tal).

A estratégia já não estava lá! Vieira deixava isso a cargo do JJ... e ele não tinha estratégia, tinha uma concepção do futebol e terraplanava tudo e todos à volta dele para lá chegar. Não olhava a meios para atingir os fins o que causava natural desgaste nas relações... mas ao final do dia Vieira suportava porque entregava resultados. É por isto, e só por isto, que compreendi a que a relação com o Jesus teria um prazo de validade.

Porém, assim que se viram livres do Jesus... todos basicamente saltaram para os espaços de poder e agora temos um clube, sem estratégia mas com muita vaidade.... e isso está bem patente no facto de a 5 dias do fecho do mercado temos UMA VITÓRIA em todos os jogos realizados (oficiais e de preparação), já temos UMA DERROTA OFICIAL em dois jogos. e temos UM PLANTEL TOTALMENTE DESEQUILIBRADO E INDEFINIDO...

Voltando a "bater na mesma tecla", se decidimos não ter a via em que não importavam os meios desde que se atingissem os fins, então agora temos que reestruturar a estrutura e isso não significa "distribuir o poder pelos mais espertos", mas sim repensar liderança... na verdade criar uma liderança efectiva que seja uma liderança com capacidade de liderar e que seja uma liderança orientada ao sucesso e aos resultados do core business: FUTEBOL.

Porém, no SLBenfica parece que ninguém quer perceber isso e é mais importante distribuir o protagonismo do que orientar e preparar para o sucesso. O que interessa ao sucesso e os resultados se podem ter poder e ter a mania que são alguém importante numa das maiores multinacionais portuguesas? Pois...

- O Presidente jamais entregaria o futebol a alguém...
- O DSO jamais deixaria de minar o trabalho de quem não pensasse, como ele que o estádio e os jogadores são simples fontes de custo e receitas
- E a "entourage" dos que têm os novos mini-poderes jamais aceitaria ter (ou voltar a ter, para alguns) um líder que não fosse um deles e que tivesse autonomia sobre eles e sobre todo o futebol.

Senhoras e senhores... parece que voltámos à feira das vaidades, ao "saco de caramelos" e ao cemitério de treinadores!

Na verdade, quanto à parte do saco de caramelos, antes que venham com a história do dinheiro gasto... mesmo nessa altura gastava-se muito dinheiro no total, só que eram muitos "pequenos dinheiros" que juntos faziam um "grande dinheiro"... ou seja, menos critério e os custos altos. Gastar 30M€ em 10 jogadores de 3M€ não tem a mesma garantia de qualidade de gastar 30M€ em três jogadores de 10M€, utilizando os recursos existentes e os da formação para completar as necessidades de segunda linha.

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