Em 2013 Vieira não salvou apenas Jesus. Salvou também a própria pele!

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الاثنين، 1 يونيو 2015

Em 2013 Vieira não salvou apenas Jesus. Salvou também a própria pele!

Bem, quem consulta este blogue há mais tempo é mais do que conhecedor da minha admiração pelo técnico Jorge Jesus. Por isso, quanto à sua competência, da minha parte estamos conversados. Veio de baixo, subiu a carreira a pulso, nada do que hoje tem lhe foi servido numa bandeja de prata, e eu admiro homens assim.

Estou-me marimbando para se teve um mau ano no Amora ou no Felgueiras, ou se o Zé da Esquina pegou no Penafiel e o levou à Liga Europa. É uma discussão absurda. Absurda, porque o lógico é perceber-se que quem veio de baixo e chegou ao topo (em Portugal), é porque foi passando com competência os diversos degraus da escadaria.

Com percalços? Evidentemente! Mas mal seria que num campeonato de tostões, e em que muitas equipas sobrevivem com planteis absolutamente miseráveis, se imputasse aos treinadores toda a responsabilidade dos “inêxitos”.

No futebol português impera a lei da sobrevivência, e quantos treinadores não abraçam “projetos” em Portugal que sabem que estão condenados à partida? E abraçam-nos porque precisam de trabalhar para comer, e porque 6 ou 7 meses num clube qualquer pode não ser  inteligente do ponto de vista de carreira mas paga as contas, e isso é tudo o que muitas vezes interessa.

No ano em que o Benfica perde três competições numa semana fui dos que achei que talvez o ciclo de Jorge Jesus estivesse terminado no Benfica. Mas não foi porque o tivesse passado a achar um mau treinador. Longe disso. Foi sim porque achei que animicamente a época seguinte começaria num ponto extremamente perigoso, e que talvez fosse preciso criar uma nova aura não tão marcada pelo insucesso, com sangue novo pois claro!

E de facto, a nova época começou mal. O Benfica começou a jogar mal e a perder pontos, e há aquele jogo em casa contra o Gil Vicente em que a perdermos por 0-1 aos 90 minutos de jogo, milagrosamente fomos capazes de dar a volta. E esse foi o primeiro dia do resto da vida de Jorge Jesus, não tenho a mínima dúvida disso.

E porque sei que o sucesso dos treinadores depende de muitos fatores bem mais do que apenas da sua competência, essa época 2013/2014 foi uma época em que o Benfica começou nervoso e a jogar mal, com metade do estádio desconfiado e pessimista, e também aqui sou hoje da opinião que a morte de Eusébio deu preciosa ajuda. O jogo seguinte era contra o Porto, o Benfica entrou de raiva e venceu, e os fantasmas dissiparam-se de repente, passando a equipa a jogar com confiança e a alma que haviam estado alheadas do terreno de jogo nos últimos meses, vá-se lá saber porquê.

Por isso, aqui não mudo a minha opinião. A época passada foi uma época que correu bem a Benfica e a Jesus, mas que também podia ter corrido muitíssimo mal, e daí achar eu hoje que LFV não foi nenhum génio por manter JJ nessa altura. Foi corajoso sim, e correu-lhe bem a aposta, mas também podia muito bem ter acontecido a seguir ao jogo do Gil Vicente a repetição do episódio Fernando Santos, o que para LFV teria sido a sua sentença de morte!

E contextualizando agora isto tudo, LFV manteve JJ e muito bem, mas também consciente de que despedir JJ naquela altura era ter de assumir MAIS um falhanço de um projeto seu. Não foi apenas JJ que LFV quis salvar, mas também a sua própria pele, como que dizendo aos Benfiquistas que o seu projeto AINDA podia dar certo, como deu. Se JJ estava morto, LFV também estava, e não sei se despedindo JJ naquela altura, LFV tinha margem junto dos sócios para reclamar uma nova oportunidade e o início de um novo ciclo. JJ era a sua última cartada!

Dito isto, o que me importa é o que JJ fez no Benfica.  E fez muito, no plano desportivo sim, mas também no financeiro. Quando deram a JJ bons instrumentos, JJ mostrou ter unhas para tocar guitarra, tão simples como isso! Que outros também as possam ter?! De acordo. Que o Benfica não acabará depois de JJ? Totalmente de acordo também! Mas também não cometamos o erro de pensar que qualquer um serve, venha ele do Guimarães, do Sporting ou do Nacional!

A verdade é que nos últimos dois anos “papámos” todas as competições internamente menos esta Taça de Portugal! Mas lá está... Como o Shadows bem diz e muitos dos que pensam como ele acompanham: “E então e os falhanços das segundas e terceiras épocas, não contam?!”  

Bem, quanto a isto pois, resta aos adeptos do Manchester United agradecerem não terem no seu clube adeptos como o Shadows, porque a partir do momento em que Alex Fergusson encetou um caminho ganhador e esmagador em Old Trafford, lá viria o “mauzão” do Shadows dizer, “Alex Fergusson?! Não brinques comigo, então e que ganhou o homem na primeiras três épocas?!” Pois.

Trocando tudo isto agora por miúdos, assumo aqui que me recuso a acreditar que LFV tenha oferecido a JJ metade do que hoje ganha. Já sei que há gente que garante que sim, mas eu vou reservar para mim o direito de duvidar até ao dia em que isso seja oficial. Porque se for verdade será conhecido. JJ sairá do Benfica e não deixará de explicar porquê.

Num outro prisma porém, se LFV acredita que o futuro tem de ser diferente, que as escolas do clube têm de ser melhor aproveitadas, e que JJ não é o homem certo para a nova missão, pois bem, é um direito que assiste ao presidente e que eu vou respeitar.

A única coisa que me permito dizer é que discordo desse caminho, o que também é um direito que tenho. Discordo do caminho de se achar que o futuro de um grande Benfica está nas escolas do clube, discordo do julgamento de LFV quanto à qualidade que vislumbra em alguma pérolas da formação (não lhe reconheço competência alguma para avaliar talentos), e discordo profundamente do abortar de uma politica de transferências que nos últimos 6 anos fez passar pela Luz muitos jogadores de classe mundial e que nos deram 225 milhões de euros brutos de lucro, para além claro, de grandes espetáculos de futebol no relvado da Luz.

Discordo do facto de se prescindir de um treinador que nos últimos dois anos foi simplesmente magnífico, que criou no clube uma cultura de vitória, alguém de quem os adeptos do clube gostam na sua grande maioria, ao contrario dos adeptos dos rivais que o querem ver a milhas, e alguém que com seis anos de casa partirá para a sua próxima época já uns passos à frente dos outros. Discordo por isto tudo: pôr em causa tudo o que de bom se tem feito, e arriscar-se a que um novo ciclo também possa correr bem... Mas que possa também ser um trambolhão de todo o tamanho!

O que me parece também olhando tudo de longe, e ainda nesta final da Taça da Liga me pareceu ver Jorge Jesus e Rui Costa a discutir e com caras de poucos amigos, é que haverá muita gente no Benfica que passou para segundo plano, cansada se calhar de todo o mérito destas conquistas ser dado sempre ao treinador e nunca à “estrutura” que antes de Jesus não se cansou de dar tiros nos pés.

O que me parece vendo tudo de longe (e admito estar errado evidentemente) é que se calhar a “estrutura” precisa de ganhar sem Jesus para poder reclamar para si o mérito que poucos lhe concedem, porque de facto, e feitas as contas, essa “estrutura” só ganhou de forma consistente com Jesus, e isso claro, ao fim de seis anos deve custar um bocadinho a engolir.

Por isso pois, cá estaremos para ver o que o futuro nos traz.. Como disse, vou esperar e duvidar do que alguns me dizem, de alguém poder estar a oferecer metade do ordenado a  um treinador que em dois anos ganhou quase tudo o que lhe era humanamente possível ganhar... E vou acreditar que LFV vai continuar a perceber que o segredo do seu sucesso há-de ser sempre rodear-se de pessoas competentes nas áreas que não domina (e que não tem que dominar), e que o sucesso dos outros há-de ser sempre o seu próprio sucesso.

Se LFV tiver outras ideias, se achar que pode continuar a ganhar mudando o paradigma, como Benfiquista que sou continuarei a apoiar...

Mas não deixarei de ser um benfiquista desconfiado, um Benfiquista que não esquece anos e anos de tiros nos pés de LFV em matéria de futebol, e um Benfiquista que não pode deixar de reconhecer que uma mudança de paradigma nesta altura será um caminho extremamente perigoso...

Será que tudo isto de que se fala, A SER VERDADE, será mesmo para poupar um milhão de euros?! Claro que não! Se assim for, inclino-me mais para acreditar que o objetivo é mostrar que a “estrutura” será capaz de conseguir ganhar mesmo sem Jorge Jesus. Se correr bem, cá estarei para reconhecer a LFV finalmente o génio EM MATÉRIA DE FUTEBOL que até hoje nunca lhe vislumbrei. Mas se correr mal cá estarei também, hoje e sempre, para lhe lembrar o dia em que por questões se calhar de ego pessoal, fez esfumar os sonhos de milhões de Benfiquistas, fazendo-me recordar um triste Verão de 1994.



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