A saída de Jorge Jesus do Sport Lisboa e Benfica deu umas lições curiosas sobre até que ponto pode ou deve ir o apoio a quem está apenas de passagem pelo clube.
A primeira lição é dada por Jorge Jesus a si próprio.
Depois de anos a gabar-se que só sairia para um Real Madrid, um Barcelona ou um Manchester United, sai para o...Sporting.
Um grande clube português mas a léguas de distância de qualquer um desses clubes ou mesmo do Benfica.
O que o moveu? Aquilo que sempre foi a sua única motivação: o dinheiro.
O que me parece claro é que decidiu quando percebeu que não teria mais nenhuma temporada com os mesmos milhões e amplitude de movimentos no Benfica que tinha usufruído durante 6 anos. E a partir daí fez jogo duplo. Não foi esta semana. Foi muito antes. Típico de pulhas.
A forma como tratou Luis Filipe Vieira, o único que o segurou no clube em 2013, foi um exemplo da forma como tratou funcionários, atletas e outros dirigentes do clube durante a sua permanência do clube: sem respeito.
Shéu e Rui Costa foram alguns dos episódios visíveis a todos. Mas no balneário e na estrutura do clube esses episódios repetiram-se sem fim.
Jorge Jesus ao agir desta forma com Luis Filipe Vieira indirectamente fez o mesmo com os milhões de adeptos do clube.
Deu uma bofetada aos que gostam muito de palmadinhas nas costas e que achavam que ele já sentia o Benfica como qualquer um de nós que se senta nas bancadas da Luz ou de outro estádio a apoiar o clube.
Como escrevia antes da notícia da saída de Jorge Jesus, quando alguns exigiam "agradecimento" ao treinador, eu respondi que o "agradecimento" era um vencimento e prémios milionários que ele nunca teria conseguido em mais nenhum lugar.
Jorge Jesus foi dissimulado, falso para com o Sport Lisboa e Benfica. Sim, porque ao enganar Luís Filipe Vieira enganou o clube que lhe deu tudo.Assim como fez noutras ocasiões, tentou chantagear o Benfica para lhe dar mais dinheiro. Só que desta vez o Benfica não cedeu. Nem tinha que ceder.
Sempre procurou promover-se à custa do estatuto que ser treinador do Glorioso lhe dava e daí que muitas das suas decisões ao comando da equipa do Benfica tenham apenas servido os seus interesses pessoais. Como por exemplo o sacrificar das competições europeias e da Taça de Portugal nesta temporada que findou.
Talvez um dia se saibam até onde foram esses interesses pessoais em promover alguns jogadores sem valor.
A mim Jorge Jesus confirmou tudo o que pensava sobre ele e que escrevi tantas vezes neste espaço.
Confirmou-me também que não estou errado na minha convicção: o clube são os seus sócios e adeptos. Tudo o resto está lá de passagem e devem é ser agradecidos por terem tido o privilégio de um dia servirem uma instituição como o Sport Lisboa e Benfica.
Os hipócritas que agoram chamam de Judas a Jorge Jesus eram os que no domingo o idolatravam e olhavam para o lado perante as faltas de carácter e respeito de Jorge Jesus.
Típico não de adeptos do clube em si, mas de adeptos de pessoas. Esses podem ir todos atrás do falso Jesus. Como dizia ontem um amigo, comprem Gameboxes e vão para o outro lado da estrada.
Os verdadeiros benfiquistas agora têm a palavra. Em especial porque o próximo treinador do clube, seja Rui Vitória ou qualquer outro, tem que ter o apoio de todos. Em especial apoio em forma de tempo para poder produzir resultados.
Jorge Jesus, a partir de agora, é um capítulo encerrado na história do Benfica.
Um capítulo que demonstrou que o espírito benfiquista do antigo Terceiro Anel é aquele que vai sempre proteger o clube de gente como Jorge Jesus.
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