O discurso de que só Jorge Jesus pode levar o Benfica aos triunfos é ridículo.
Jorge Jesus antes do Benfica, durante 20 anos de carreira, não ganhou nada. Andou por clubes secundários e não valorizou nenhum jogador em milhões de contos ou euros.
A realidade é que qualquer outro treinador com algum currículo hoje tem oportunidades lá fora para trabalhar e crescer. Jorge Jesus teve o Mónaco e pouco mais. O resto não passaram de sondagens ou pouco mais que isso. Nem o Milan, que é tão invocado como tendo oferecido uma fortuna a Jorge Jesus, nunca passou de pouco mais que uma sondagem. E quando viram o que o treinador do Benfica queria receber por mês, a coisa morreu.
As limitações de Jorge Jesus são claras. Não é uma crítica ao treinador. É uma constatação.
O Sport Lisboa e Benfica tem que continuar a evoluir. Não pode ficar refém de um treinador de 61 anos sem qualquer margem de evolução.
Vir apregoar “grandes vitórias” quando se fala em Jorge Jesus é querer fazer o mesmo que ele nas suas entrevistas de auto-contemplação: passar a mensagem de que é o melhor treinador do mundo, quando está bem longe de o ser.
Comecemos por este campeonato que agora termina.Fomos campeões e foi atingido um objectivo que não era cumprido há muito tempo: o bi-campeonato. Mas há coragem para olhar para o que realmente se passou?
A equipa andou em esquema de pré-época até perto do fim de Janeiro. Inaceitável numa equipa de topo. Mas é o normal com Jorge Jesus.
Jorge Jesus a fim de salvar a sua pele sacrificou as competições europeias. É um facto e que custou muitos milhões de euros ao clube. Como custaram milhões de euros as sucessivas eliminações precoces da Champions. Costumam fazer estas contas?
Em Dezembro já estávamos fora de cumprir 50% dos objectivos: competições europeias e Taça de Portugal.Só com o conforto mental de não ter mais jogos dessas competições para planear e gerir é que Jorge Jesus foi capaz de ir pouco a pouco melhorando algumas exibições da equipa.
Ainda assim, as exibições fora de casa quase sempre foram fracas, com a excepção de Barcelos.
Mas o ponto mais importante passa pelo que se passou nos jogos decisivos do campeonato: os últimos. Esses é que decidiram o que aconteceu.
Quando recebeu o FC Porto, o SL Benfica demonstrou uma incapacidade brutal para matar o campeonato.Ficou à mercê de um golo à Kelvin. Foi humilhante chegar ao final da primeira parte sem praticamente 1 remate à baliza. Isto perante o FC Porto do Lopatego, um medíocre basco que se julga uma espécie de Mourinho.
Depois no jogo de Guimarães, mesmo com as oportunidades falhadas, o resultado final foi 0-0. Se dependesse do seu resultado, o Benfica não teria ido para a última jornada campeão nacional.
Esta é a realidade. Seja com o Braga, o Sporting ou o FC Porto, o SL Benfica de Jesus é isto. Tudo à rasca e sempre com inúmeras desculpas para os erros. Egos cheios de vitórias na Taça da Liga? É uma competição que deve ser sempre um complemento de uma temporada e não a justificação de uma época.
Ontem foquei o resultado do Sevilha e a “bi-Liga Europa” porque é disto que a história falará. E quando um Dnipro ou um Braga chegam à final da Liga Europa…querem mesmo comparar com a Champions?
A renovação de Jorge Jesus só fará sentido numa perspectiva de continuidade e por um custo inferior.
Um novo paradigma é necessário no Sport Lisboa e Benfica: menos investimento, menos custos e mais eficiência. E rentabilização das oportunidades sucessivas na Champions League, coisa que com Jorge Jesus está provado que é impossível.
Quem não entender isto e vier com as contas de merceeiro das “vendas”, omitindo as aquisições, os vencimentos, os custos de manutenção, os juros gigantescos pagos todos os anos e toda a restante árvore de custos deve ser bom é para jogar Monopólio.
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