O minuto 92, por Jorge Jesus.

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Monday, April 27, 2015

O minuto 92, por Jorge Jesus.




Fantástico ambiente no estádio da Luz para o jogo mais importante da temporada, face à classificação do campeonato.
Desde logo os parabéns a quem idealizou a coreografia nas bancadas pois foi impressionante! 

Infelizmente, o jogo não esteve à altura dos adeptos. Foi um jogo medíocre, sem quase nenhuma ocasião de golo que merecesse esse nome. Muito mastigado a meio campo, não se via de parte a parte uma jogada com princípio meio e fim.

Do lado do Benfica, JJ optou por Talisca para o lugar de Salvio, mantendo a restante estrutura já habitual. Não só essa opção foi incompreensível face ao problema disciplinar que envolveu Talisca que quebrou uma das regras do regulamento interno do clube, como em termos futebolísticos Talisca vale pouco mais que zero naquela posição.
Não ajudava a defender, não atacava em condições e raramente conseguiu sequer fazer um bom passe. Foi um elemento a menos enquanto esteve em campo, com a excepção daquele remate fraco.

Também optou por manter Eliseu a titular e desde o início da partida que se percebeu que seria um dos caminhos preferidos do FCP. Curiosamente, Eliseu melhorou a sua produção depois de ser amarelado e louvo-o por isso. Mas ainda assim sempre a precisar de muletas, ora Jardel ora Pizzi que até valeu uma discussão entre eles durante a primeira parte.

Pizzi foi também um elemento problemático. Perdeu muitas bolas, chegou atrasado a imensas outras e apesar de lhe reconhecer um empenho e concentração no jogo acima da média, a sua qualidade como jogador não chega. 

Gaitan passou ao lado do jogo assim como Lima e Jonas que raramente tiveram bola ou espaço para tentar sequer rematar à baliza. Aquela do Jonas ser eleito o homem do jogo só pode ter sido por quem não viu o mesmo.

Destaco Luisão e Jardel por quase não terem tido uma falha bem como Samaris que fez um bom jogo.
Júlio César empresta uma estabilidade a todos que mesmo quando tem menos participação no jogo nota-se a sua presença.

O treinador do Benfica preferiu jogar para o empate. O seu discurso no final do jogo deixou isso claro para quem não tivesse visto o jogo. 
Enunciou que o SL Benfica tinha 2 objectivos: vencer e em segundo lugar não perder.
Jorge Jesus mostrou neste jogo a sua essência: em jogos decisivos e importantes só sabe jogar para não perder. Uma equipa que chega ao final da primeira parte, no seu estádio, perante a sua gente, sem qualquer remate à baliza, não pode afirmar com honestidade que joga para ganhar.

Chego nesta minha análise ao minuto 92. Ontem fizemos uma exibição parecida com aquela em que jogamos com o FCP de Vítor Pereira. A diferença foi que para segurar o resultado desta vez JJ meteu Fejsa e não o Roderick que todos menos Jorge Jesus já tinham percebido que não tinha maturidade para ser opção num jogo daqueles.

A falta que Fejsa faz sobre, salvo erro, o Herrera e em que leva amarelo foi de um jogador inteligente e preparado para não deixar chegar bola à sua baliza. Nesse fatídico jogo, a equipa não tinha essas instruções e por isso perdeu.

Ontem o SL Benfica tinha que fazer tudo para ganhar o jogo. Sem ataques desenfreados ou desmedidos mas tinha que ter feito mais perante um FCP que estava claramente partido, sem chama e que só teve mais bola porque tem alguns bons jogadores e porque o SL Benfica jogou à defesa.  

O treinador do Benfica preferiu apostar no minuto 92. Como assim? Vamos viver vários minutos 92 nas próximas semanas. Em Barcelos que é um campo tradicionalmente complicado e em Guimarães onde também o Benfica não tem sido muitas vezes feliz sob a batuta de Jorge Jesus.
Serão os minutos 92 deste campeonato que poderão deitar tudo a perder.

No final do jogo, as palmas foram merecidas para os atletas que fizeram o melhor perante as instruções e escolhas do seu treinador.

Jorge Jesus mostrou porque não é um treinador de topo ou de elite. Ontem não vimos táctica. Não vimos um jogo à Trapattoni como já lhe vi chamar. É um treinador medroso que não sabe muito mais que isto e que nem sequer quer aprender. Não aprendeu com o jogo do minuto 92 de Kelvin. 

Palavras avisadas e sábias de Luis Filipe Vieira que avisou todos para não festejarem porque ainda não ganhamos nada. 

Estamos mais perto do título 34? Matematicamente sim. Futebolisticamente não.

Nota: Não vi uma única referência ao gesto de Danilo na segunda parte que, ao efectuar um lançamento lateral, abaixou-se para cuspir numa cartolina vermelha que estava aos seus pés. Ao nível do seu treinador azeiteiro.

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