As críticas do treinador do SL Benfica aos assobios momentâneos de sábado na Luz ficaram-lhe muito mal, mas ao mesmo tempo revelam a pouca tolerância que Jorge Jesus revela para quem não pensa da mesma forma que ele.
A diferença é que os adeptos do SL Benfica não se chamam "Raúl José". Não enfardam e calam. Pelo menos todos.
Nesta altura do campeonato, e perante o resultado final, um líder consciente do lugar que ocupa e que tenha empatia e uma visão mais alargada teria desvalorizado o episódio e até demonstrado alguma compreensão pelo sucedido. Mas não Jorge Jesus.
Não sei a razão pela qual cada um assobiou. Mas sei o que vi naqueles minutos. De repente, o Benfica passou do 80 para o 8. Deixou de dominar e começou a ficar demasiado atrás. Não estava a gerir, estava na retranca. A mesma dificuldade de sempre das equipas de Jorge Jesus em gerir jogos sem estarem no ataque desenfreado.
E se ao fim de uns minutos disso o Nacional marca, é natural a insatisfação. E se o Nacional tem marcado novamente pouco depois como poderia ter sido?
Não será natural que se desconfie de uma equipa que tem sido apoiada como nenhuma outra por esse país fora e que ainda no jogo anterior em Vila do Conde realizou um jogo com uma atitude pouco digna da sua camisola, com uma derrota como resultado?
Não vimos já no Benfica de Jorge Jesus a incapacidade do treinador de gerir os jogos? O nervosismo nestes momentos está ao rubro.
Mas, caro Jorge Jesus, os adeptos por muito injustos que possam ser algumas vezes, têm sempre razão.
São os adeptos que percorrem kms às suas próprias custas, que pagam quotas, cativos e merchandising.
Eles são os verdadeiros "patrões" e ao mesmo tempo "clientes". Com paixão.
O verdadeiro culpado dos assobios é o próprio Jorge Jesus. Ou será que esqueceu a quantidade de vezes que falhou, quando tinha tudo para triunfar?
Os adeptos são a essência de um clube. Quem não entender isso está no ramo errado.
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