Ontem no programa "O Dia Seguinte" da SIC Notícias o tema dos fundos de investimento foi novamente aflorado, face às mudanças que podem vir a acontecer a partir de 1 de Maio.
A posição de Rui Gomes da Silva, vice-presidente do SL Benfica, é clara, assim como o foi no tema Sport TV e Olivedesportos.
A minha opinião vai de encontro à de RGS. Os fundos devem ser proibidos de entrar no futebol, seja de que forma for.
O jornalista Paulo Garcia destacou um ponto importante neste tema. É que alguns dos actuais proprietários de clubes ou SAD's fazem-no também através de fundos de que são proprietários. Eu aí vejo a diferença de que nesses casos sabemos quem são. Sabemos de onde vem o seu dinheiro.
Mas que dizer dos outros fundos, as "Doyens" da vida?
Ninguém sequer sabe quais são os verdadeiros "donos do dinheiro" nem sequer a sua origem.
E é nisto que se revela a discussão pouco séria da parte dos que defendem a manutenção dos fundos como intervenientes em negócios e propriedade de jogadores.
Na maioria dos casos, quem defende os fundos são os mesmos que beneficiam da sua falta de transparência.
Acho curioso como ainda num passado recente alguns benfiquistas defendiam de mão no peito um tipo que ninguém conhece de lado nenhum nem sequer pode atestar de onde vem a sua fortuna. O seu nome é Peter Lim. No entanto, parece que já era tipo visita de casa pela forma como se defenderam negócios com este senhor.
Aliás, o carrossel de comissões é enorme, mas mesmo assim dá lucro. Entendo que os principais utilizadores de fundos estejam preocupados. As fontes de rendimento de muita gente são colocadas em causa com o fim dos fundos no futebol.
Basta olhar para o passado recente. Nem instituições que estavam sob a alçada do BP ou do BCE foram suficientemente auditadas de forma a prevenir a crise que surgiu. Quem é que pode então dizer que sabe de onde vem o dinheiro do fundo X?
Como no caso das Off-Shores, que todos criticam mas a que ninguém coloca um fim, também os fundos são um exemplo de dinheiro sem cara, sem origem, mas que existe e limita e muito o que é o futebol de hoje.
Fundos registados e de que são conhecidos os gestores e investidores? Seria o menos mal.
Mas os fundos que operam no futebol europeu são de outro nível. E desses quero distância.
Os clubes de futebol, ao contrário do que se diz, não têm beneficiado nada com as suas relações com os fundos. Os negócios podem ser de dezenas de milhões, mas enquanto os fundos prosperam, os clubes estão endividados e prisioneiros do dinheiro que os fundos libertam para as aquisições.
Isso é beneficiar quem?
Certamente que este tema fará parte do dia-a-dia do futebol nos próximos tempos. Espero que se concretize a proibição.
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