O gráfico acima não vem tentar negar uma evidência, a evidência de que o golo do Benfica frente ao Gil Vicente foi precedido de um fora de jogo.
O objetivo do gráfico não é portanto negar a irregularidade do lance mas explicá-lo, porque a explicação de Guilherme Aguiar para este lance é de facto ridícula.
Tenho-o ouvido ao longo de vários programas tentar catalogar diversos lances de fora de jogo, os desculpáveis, os indesculpáveis, os pontos de referencia, etc, etc...
E quem o ouça falar, sempre com tanta sapiência, até vai pensar que o homem é um entendido...
Só que não é, e a sua explicação ontem para este lance prova-o...
Diz Guilherme Aguiar que neste lance o fiscal de linha não tem qualquer desculpa para se ter enganado, porque está bem colocado e no enfiamento de Maxi Pereira...
Só que o expert enganou-se:
Antes de mais nada, a imagem demonstra que o fiscal de linha não está no enfiamento de Maxi Pereira como Guilherme Aguiar reclama.
Mas o grande engano não é esse. O grande engano é que o fiscal de linha não tem de estar no enfiamento de Maxi, tem de estar no enfiamento do penúltimo defesa do Gil Vicente, que neste caso é o jogador número 2. É ao penúltimo defesa que lhe compete acompanhar, não é ao avançado que se desmarca.
Ou seja, como a imagem demonstra o fiscal de linha está muito mal colocado e bem longe de estar no enfiamento do jogador número 2, mas todos sabemos (e eu sei, porque fui árbitro de futebol da Associação de Futebol de Lisboa), que em certos lances é muitas vezes impossível a um fiscal de linha estar milimetricamente alinhado com o penúltimo defesa, devido à velocidade com que certos lances se desenrolam.
Ora muitos dos enganos dos fiscais de linha são provocados por esta realidade, e na verdade, é muitas vezes humanamente impossível aos fiscais de linha ajuizar certos lances com total acerto. Muitas vezes adivinham apenas, e penso que neste lance terá sido esse o caso. O fiscal de linha está mal colocado, traçou uma linha errada que vai dos seus olhos até ao jogador da camisola 2 do Gil Vicente, e enganou-se naturalmente. E ainda bem para nós, acrescentaria.
Ora, a linha branca que acrescentei ao gráfico define essa linha imaginária, a linha pelo qual o fiscal de linha se orienta, a linha que ele vê, e nessa linha pode-se constatar que para o fiscal de linha, e devido à sua má colocação, o Maxi Pereira parece estar em jogo.
Esta é pois a explicação real para o lance, e não a explicação doutorada que Guilherme Aguiar inventou.
Serve a explicação acima para legalizar um lance irregular? De maneira nenhuma. Serve apenas para humanizar o erro, e para que se perceba a hipocrisia das explicações doutoradas de Guilherme Aguiar, não só neste como em muitos outros lances que analisa todas as semanas.
Por muito que nos custe aceitar, em lances destes só a tecnologia pode erradicar o erro. Só que quem manda não quer. E é fácil perceber porquê.
P.S. Imaginem a dificuldade que é para um fiscal de linha traçar uma linha de fora de jogo EXATAMENTE paralela à linha de fundo por exemplo num campo pelado em que não há a ajuda do corte do relvado como ponto de referência, e o outro lado do campo está a 80 metros, para perceberem a magnitude do que se pede a um fiscal de linha. Dá para perceber a facilidade com que se traça uma linha ligeiramente torta, ainda que apenas por 50 ou 60 cm, o suficiente para colocar um avançado em jogo ou fora de jogo erradamente?
Com profissionalismo ou amadorismo, não há-de ser nunca o dinheiro que vai erradicar estes erros. Estes são os erros que só a tecnologia pode resolver,.
P.S. Imaginem a dificuldade que é para um fiscal de linha traçar uma linha de fora de jogo EXATAMENTE paralela à linha de fundo por exemplo num campo pelado em que não há a ajuda do corte do relvado como ponto de referência, e o outro lado do campo está a 80 metros, para perceberem a magnitude do que se pede a um fiscal de linha. Dá para perceber a facilidade com que se traça uma linha ligeiramente torta, ainda que apenas por 50 ou 60 cm, o suficiente para colocar um avançado em jogo ou fora de jogo erradamente?
Com profissionalismo ou amadorismo, não há-de ser nunca o dinheiro que vai erradicar estes erros. Estes são os erros que só a tecnologia pode resolver,.
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