"Benfica e Porto (resultados líquidos consolidados de 700 mil e 13,5 milhões de euros, respectivamente) comunicaram à CMVM as contas do primeiro trimestre de 2014/15 com estratégias diferentes, segundo António Samagaio, professor de Gestão no ISEG: "A estrutura do passivo nas duas SAD quase não se alterou, evidenciando peso elevado das obrigações de curto prazo: 78% no Porto e 64% no Benfica."
Além disso, "as contas revelam diferenças significativas entre as duas SAD no rácio de liquidez: 0,54 no Porto e 0,36 no Benfica. Estes factos mostram que ambas continuam com estratégia de financiamento arriscada e que a tesouraria nos próximos tempos irá permanecer bastante pressionada".
Na SAD portista, "os fluxos monetários da saída de jogadores (cerca de 57,5 milhões) foram aproveitados para reduzir dívida financeira em 14,5 milhões - em parte devido a reembolso de empréstimos ao Novo Banco -, situando-se agora o passivo remunerado nos 135 milhões. Todavia, a política de forte investimento no plantel do Porto traduziu-se num aumento do passivo não remunerado de 50,2 milhões de euros, explicado em parte pela subida da dívida a fornecedores".
Novas linhas de financiamento
Quanto à situação patrimonial na Luz, "as avultadas quantias recebidas da transferência de jogadores (cerca de 50 milhões) não foram aproveitadas para reduzir o passivo remunerado", verifica Samagaio. "A dívida financeira consolidada permanece nos 322 milhões com preponderância crescente da dívida de curto prazo (62% do total). Perante este cenário, a administração da SAD reconhece que a continuidade das operações está dependente do sucesso de várias iniciativas, incluindo o apoio das instituições financeiras na renovação e reforço das linhas de financiamento", comenta.
As contas do 1º trimestre revelam que a Benfica SAD "tem negociado com sucesso novas linhas de financiamento como um novo contrato com o BES Factoring de 12,8 milhões e substituição do empréstimo obrigacionista de 35 milhões por novo programa de papel comercial de 30 milhões".
Os custos com o pessoal da Porto SAD "situaram-se nos 15,5 milhões, significando crescimento de 41,5% face ao período homólogo e superando em um milhão os encargos suportados pela Benfica SAD". E o docente analisa: "Jogadores e treinadores são fundamentais, mas os dirigentes não podem ignorar que estes níveis de investimento nos passes e os gastos com salários irão traduzir-se em custos afundados e mais em custos fixos. Este facto é problemático atendendo a que os proveitos dependem mais, no curto prazo, do desempenho desportivo do clube e da evolução dos jogadores que potenciam as mais-valias."
Em suma, "a volatilidade dos proveitos, conjugada com gestão pouco prudente da estrutura de custos - preponderância dos custos fixos -, concorre para elevado risco de negócio que tem empurrado as SAD rumo à situação de falência técnica." - António Samagaio - Económico.
Esta análise do professor António Samagaio deixa claro que o SL Benfica e o FC Porto estão muito longe de ter saúde financeira para serem financiadores seja de quem for, quanto mais da Liga de Clubes.
Esse anúncio de Luis Duque, como uma possível medida para salvar a Liga de Clubes, não passa de uma desculpa para que a ligação que existe neste momento entre alguns membros da direcção do Benfica e o FC Porto possa ser considerada "aceitável".
Com a aproximação do jogo no Dragão, veremos qual o árbitro e condicionalismos lançados pelo clube comprovadamente corruptor do nosso futebol. Ou acham que este ano são sérios e vão até jogar sem a bomba do druida Povoix?
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