Começo por aí para concordar com Jesus numa perspectiva de que, salvaguardando épocas muito especiais, os clubes vendedores como o Benfica não podem ambicionar a títulos europeus, porque a cada viragem de época, lá se vão os melhores jogadores ou grande parte deles. Como diz Jesus, e muito bem, não é possível manter um plantel de grande qualidade durante três anos em que se constrói a equipa para lutar pela Champions.
Jorge Jesus fala do Marquês com paixão. Estar no Marquês não é só ser campeão, estar lá pelo Benfica é muito mais que isso, quem passa não esquece e marca para sempre.
O treinador do Benfica "assentou a poeira" sobre a vantagem dos rivais, alertado que tudo pode mudar e que tal se refere apenas a um determinado momento da época. Jesus mostra aqui que aprendeu com os erros do passado.
Jesus não tem vergonha nenhuma de ser treinador sem paixão pelo jogador nacional. É indesmentivel o seu ponto de vista sobre o posicionamento do futebol português hoje e do que poderia ser no dia em que venham a haver quotas/limites para estrangeiros, posicionando Jesus o futebol nacional ao nível de uma Turquia, Bélgica, Holanda ou Rússia (com menos dinheiro) ao invés do actual quadro de 4° ou 5° melhor Campeoanto.
Eu não consigo partilhar da opinião de Jesus, mas apenas porque me estou nas tintas para os rankings e para as pontuações na UEFA. Como Jesus disse antes, na verdade dificilmente lá ganharemos alguma coisa em condições normais, ora se assim é para quê vibrar com o "quase"? Seja como for, para quem valoriza a Europa e os rankings, claramente que Jesus está carregado de razão.
Quando Jesus fala de jogadores, ele fala com um entendimento único. Avalia o potencial e as caracterisças de jogadores como ninguém. Porém, à luz de alguns dogmas que fazem parte do seu modelo mental, mas não pode ser diferente. Jesus há coisas que faz como ele acha que deve ser (como a "pancada" dos jogadores acima de 1.80).
Jesus falha tremendamente quando fala dos jogadores mais jovens. Confunde tudo no que diz respeito à formação, baralhando os contextos físicos e técnicos, mas isso é o Jesus, é a maneira de pensar dele em que o jogador tem que já ter um conjunto de pré-requisitos antes de tocarem na bola e por muito bons que sejam se não tiverem esses pré-requisitos... Nada feito.
Enfim, um Jorge Jesus igual a si próprio nos defeitos e na sobranceria... Mas um verdadeiro catedrático em matéria de futebol.
Post a Comment