"Fomos incompetentes."
É a frase chave de Fernando Gomes, presidente da FPF, sobre a campanha no Mundial do Brasil.
E como em tantas outras situações neste país, a incompetência tem com consequência...nada.
O presidente não assume qualquer responsabilidade específica nos maus resultados. Os directores não assumem directamente qualquer responsabilidade específica nos maus resultados.
O seleccionador, o tal que escolheu os jogadores e tomou as opções com critérios de amiguismo e lealdades incompatíveis com profissionalismo e respeito pela responsabilidade que lhe foi confiada, também não retirou consequências.
Pelo contrário, o seleccionador que foi incapaz de renovar a selecção e desperdiçou uma oportunidade enorme de fazer um bom mundial num país cuja familiaridade com Portugal é única, vê a sua incompetência ser recompensada com um reforço de poderes.
A falta de liderança na FPF evidencia-se nestes momentos. Assim como no Brasil ninguém deu a cara pelas opções de estágio e preparação, e Fernando Gomes bem ao seu estilo andou fugido das câmaras e dos micofones até a "tenda estar bem a arder", como o tem feito no caso da LPFP, também agora se consiera que "fomos incompetentes" mas afinal tudo foi bem escolhido e decidido.
Então falhamos onde? Em quê "fomos incompetentes"?
Parece que o médico, que colocou em causa as opções de Paulo Bento devido à deficiente condição física que muitas dessas primeiras opções apresentavam, foi o culpado e o único a ter que retirar consequências.
O futebol português é um reflexo de parte do país que nunca retira consequências dos seus erros. Ou não os assume, ou assumindo, agarra-se aos seus lugares até a tempestade passar, acabando por culpar a má sorte pelas suas teorias não resultarem em algo grandioso e repete depois aquilo que já de mal
Este futebol velho, corporativista e repleto de gente com vícios e lealdades mais mportantes que o profissionalismo que os largos milhares de euros que auferem exigem, continuam a estrangular o que poderia ser algo bem melhor. Alimentam e alimentam-se do entusiasmo e da crença dos adeptos para apenas continuarem a manter os seus interesses bem vivos.
Pobre adepto do futebol. Enganado, iludido e sem força para mudar seja o que fôr.
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