Portugal 2 de Maio de 2014
Se uma época desportiva se assemelha ao voo da águia desde o seu ponto de partida até alcançar a sua “presa”, este ano podemos dizer que a águia está a ter um voo de excelência: o campeonato (principal objectivo) está conquistado a 2 jornadas do final, os demais três objectivos (a presença nas finais das restantes provas nacionais e europeias) estão alcançados. E com brilhantismo: duas das finais conseguidas à custa do FCP, outra à custa da poderosa e milionária Juventus.
Será possível pedir mais? Sim, agora há que ganhar essas três finais para termos a época perfeita, o voo mais produtivo e completo de todo o historial do Benfica! É possível fazer História porque já estamos na antecâmara de um ano glorioso. Falta o último passo: a conquista final!
Não vou ser desonesto e dizer agora que sempre acreditei na eliminação da Juventus. Porque não foi bem assim. Quer dizer: como adepto, acredito sempre na vitória, mesmo que joguemos com 7, o número mínimo de jogadores permitido. Seja contra a Juventus, Barcelona, Real Madrid ou Bayern. Mas racionalmente reconheci a existência de uma diferença de potencial significativa entre as duas equipas, que em futebol se materializa nos tais detalhes. Quem tem jogadores capazes de por em campo mais detalhes é quem tem a maior probabilidade de ganhar.
Quis o destino que Pirlo não tivesse marcado nenhum dos seus habituais penaltys de livre directo, apesar das tentativas patrocinadas pelos erros de arbitragem (mais lá do que cá). Quis o destino que Jesus escolhesse bem os jogadores do 1º jogo, em particular colocando Lima a suplente que depois teve a disponibilidade física adequada de modo a concluir em golo uma jogada colectiva vistosa, provocando a primeira derrota da Juventus e os primeiros golos sofridos fora de casa.
Marcasse Pirlo um dos seus habituais golos, ou entrasse Lima de início na Luz, e possivelmente a história final desta eliminatória seria bem diferente.
Mas como se costuma dizer, o destino somos nós que o fazemos e é nessa orientação que mais acredito. Neste aspecto de termos o destino nas nossas mãos, temos de incluir a extrema competência como abordamos os jogos, independentemente de qual seja o adversário, e de que voltas dê o jogo em si mesmo. E tudo isso é possível porque temos um treinador competente e temos um conjunto de jogadores que pelas suas características técnicas e pessoais, originam um colectivo mais forte do que em anos anteriores.
Quero com isto dizer que não alinho na teoria que Jesus corrigiu erros passados, nada disso até porque continua a pensar da mesma maneira, mas os jogadores que temos este ano, fruto de vendas e compras, umas circunstanciais (venda de Matic), outras mais pensadas (aquisições de pré temporada), a somar ao trabalho do treinador, resultaram numa “fórmula” mais forte do que nos anos recentes, onde por sua vez já tínhamos estado na fronteira do sucesso, apenas impedidos pela arbitragem (na esmagadora maior parte dos casos) de alcançarmos o lado de lá dessa fronteira do sucesso. Este ano nem os erros de arbitragem ou decisões estranhas nos conseguem parar....
Desfrutemos pois destes dias de vitórias épicas que nos alcandoram ao “estrelato” do passado, onde nos fizemos um clube mítico e reconhecido em todo o Mundo onde se fala a linguagem do futebol.
Contudo o trabalho não está concluído. Faltam 5 jogos, dos quais 3 são para ganhar: os jogos das Finais! Será primeiro a Taça da Liga, já no próximo dia 7 de Maio, de seguida a Liga Europa a 14 de Maio e por último a Taça de Portugal.
Termino com umas notas de rodapé. Fiquei desapontado com Bruno Conte, que tinha em consideração pelo notável trabalho que tem feito na Juventus, depois da passagem pela 2ª divisão. Recomendo-lhe que venha ver alguns jogos do campeonato português onde intervenha o FCP, para ver o que é um árbitro ajudar uma equipa.
Para ver uma equipa defender, recomendo-lhe que veja o último Liverpool – Chelsea onde o treinador preferido de “Aburromouritch” colocou 2 autocarros à frente da baliza, na 2ª parte. Na 1ª parte só pôs um e beneficiou de 1 golo caído do céu.
Este empate com sabor a vitória vem repor alguma justiça na eliminação de 1993, quando após uma vitória na Luz por 2-1, a Juve igualou a eliminatória aos 5 mn, com um golo em que partiram a cana do nariz ao Silvino e o árbitro validou o golo que pôs a Juventus na frente da eliminatória. Nunca percebi como é que esse golo não foi anulado, nem porque todos em Portugal silenciaram esse erro tremendo que tranquilizou a Juventus que partiu para uma exibição tranquila e vitória por 3-0. Ontem, contra os erros do árbitro, contra o ambiente tiffosi, contra a malapata do mn 92, senti que se fez alguma justiça com o Benfica.
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