O AFAS Stadium com capacidade para 17 mil pessoas |
O AZ Alkmaar de todos os possíveis adversários que nos poderiam sair, era de longe o meu preferido, pois está longe da qualidade colectiva e individual do que foi recentemente. As saídas de Adam Maher para o PSV e de Jozy Altidore para o Sunderland da Premier League ainda deixam saudades, mesmo reconhecendo qualidade em Gudelj e o ponta de lança Aron Jóhannsson apesar dos seus 16 golos na Liga Holandesa, tem apenas 2 golos apontados em 12 jogos na Liga Europa esta época.
Este será o 11 inicial que muito provavelmente Dick Advocaat colocará em campo às 20h05m em Portugal para defrontar o Benfica. Esta semana falou-se de uma crise entre o treinador e o ponta de lança Jóhannsson, se houver de Advocaat algum castigo, colocará o islandês Gudmundsson no seu lugar ( 5 golos na Liga Europa ), tendo ainda como opção o sueco Avdic, fisicamente mais parecido com o habitual avançado titular, mas sem qualquer golo apontado esta época.
O AZ é uma típica equipa holandesa. Enorme propensão ofensiva, colocando muitos jogadores na organização ofensiva, mas esquecendo-se do equilíbrio necessário em termos colectivos para não se deixar surpreender, na transição ataque / defesa.
No papel, os holandeses jogam numa estrutura táctica de 1x4x3x3, que na organização ofensiva, na 1º fase de construcção, apresenta-se num 1x2x3x2x3.
A sua construcção ofensiva tem início nos seus centrais, Gouweleeuw ( contratado ao Herenveen ) e Viergever. Gouweleeuw constrói de uma forma mais longa, para o corredor direito. Ou joga no extremo Berghuis, ou se este faz o movimento para dentro, aparece o lateral Johansson a receber.
Se a saída de jogo é no lado esquerdo em Viergever, este opta por jogar mais curto em Poulsen, o lateral esquerdo, ou no médio defensivo Ortiz.
Se o AZ defronta equipas a pressionar alto, ambos os centrais não têm problemas em jogar para o seu guarda redes Esteban, que bate a bola longa na direcção do ponta de lança que é a sua referência.
Ambos os laterais sobem bastante no terreno, por vezes mesmo em simultâneo as jogadas ofensivas, dando a profundidade em ambos os corredores, fazendo com que os extremos Berghuis e Beerens, procurem várias vezes posicionamento por dentro, até porque os seus pés dominantes estão no interior do terreno, exactamente para poderem numa diagonal interior, poderem visar a baliza adversária.
O trio do meio campo é formado pelo já citado Ortiz, o 6 da equipa, por Elm que será o 8, o homem que tem mais sentido do equilíbrio necessário no colectivo holandês e pelo sérvio Gudelj, o jogador com mais qualidade técnica da equipa. O organizador de jogo, o médio que entra bem no espaça criado pelo movimento do ponta de lança, aparecendo várias vezes na área para tentar finalizar. Ortiz é muito limitado na construcção de jogo, com um raio de acção muito curto, Elm joga para o corredor esquerdo ou procura o criativo Gudelj ao seu lado. Uma pressão forte no sérvio, limitará e muito o jogo ofensivo do AZ no meio campo do Benfica.
A Jóhannsson falta-lhe agressividade na luta com os centrais. No jogo observado para a Taça diante do Ajax, não ganhou uma bola de cabela no meio campo aos centrais, mas tem bons movimentos na sua zona, a área adversária, onde aparece geralmente ao 2º poste ( 2º pau se for o Carlos Manuel a comentar...), jogando nas costas dos centrais, e libertando espaço para a rutura de Gudelj.
A grande iniciativa ofensiva da equipa, deixa como já escrevi, muito espaço para rápidas transições ofensivas do seu adversário, característica que agrada a Jorge Jesus e que o Benfica se sente confortável a jogar.
Os laterais defendem mal, Poulsen demora muito tempo a ocupar o seu lugar, pois sobe imenso. Johansson preocupa-se mais com o homem, do que com o espaço, por isso com um jogador aberto no corredor esquerdo ofensivo, o Benfica poderá ter espaço para a rutura entre o espaço criado entre Johansson e Gouweleew. Poulsen pelo seu lado defende excessivamente dentro e não tem grande ajuda no trabalho defensivo do seu colega de corredor, Beerens ( Berghuis fecha muito mais o corredor direito ).
Existe também a possibilidade de explorar o corredor central, já que não são raras as vezes que Ortiz ao subir tanto no terreno, cria espaça entre linhas, deixando a dupla de centrais "descoberta" e poderá ser também uma boa referência para a transição ofensiva do Benfica ou até mesmo para o contra ataque.
Os holandeses baixarão o seu bloco para defenderem perto da sua área se o primeiro momento de pressing não surtir efeito. A sua estrutura passará para o 1x4x5x1, com as linhas juntas.
A defesa não aposta na colocação dos adversários em fora de jogo, perde-se um pouco no sentido orientacional, pois não são raras as vezes em que por exemplo o lateral esquerdo Poulsen fica posicionado atrás dos seus centrais !!
Na última eliminatória o AZ eliminou os russos do Anzhi, actualmente últimos classificados no campeonato russo e um clube falido, que foi obrigado a vender todas as suas estrelas no mercado de inverno, por 1 x 0 conquistado em Alkmaar.
Não tenho qualquer dúvida pela qualidade das duas equipas e não confundir com confiança exagerada, que o Benfica estará presente nas meias finais da Liga Europa, e que já hoje poderá dar um forte passo na decisão destes quartos de final.
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