Portugal, 11 de Fevereiro de 2014
O Benfica - SCP de mais logo passará à história como o derby da terça-feira.
Porque os jogos sabem bem quando se pensa que vão ser jogados, confesso que neste momento sinto uma certa apatia e distanciamento das emoções que um jogo de futebol do Benfica sempre transporta, quanto mais um derby ou um clássico. A única coisa que me vai entretendo, são os fait-divers do SCP e a completa ausência da Direcção do Benfica. Ambos marcam este plano de acontecimentos desportivos.
Da parte do SCP, verifico a existência de uma certa hipocrisia da parte de quem defende a verdade desportiva e a sã convivência entre clubes. Vejamos. Ao longo do dia de ontem, fomos confrontados com 3 comunicados que, por ordem de divulgação, abordaram 1) a necessidade de ser efectuada uma vistoria técnica independente, 2) a explicação das palavras do Presidente da Mesa da AG do SCP que representou o clube na parte de confraternização entre Direcções antes do jogo e na Tribuna Presidencial e 3) o protesto contra a forma como os adeptos do SCP foram evacuados após decisão de adiamento do jogo.
Parece-me ter existido uma completa inversão da ordem de prioridades do SCP, porque a segurança dos seus adeptos, que supostamente foi posta em causa no processo de evacuação, deveria estar à frente da explicação das palavras da Mesa da AG e da necessidade de se efectuar uma vistoria técnica independente. Esta última nem deveria ter existido, porquanto após o jogo e numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente da Liga, o representante do Benfica referiu que no dia seguinte iria ser efectuada uma vistoria por parte da empresa Martifer, sem que o representante do SCP tivesse registado posição diferente.
O SCP não pode mudar de opinião de um dia para o outro, provocando um incidente e um debate escusado, que pôs em causa não só a credibilidade do seu representante nessa conferência de imprensa, como também o Benfica e a própria empresa Martifer que construiu essa parte do estádio do Benfica. Por outro lado, a realização de uma vistoria independente, por parte do LNEC ou outra entidade credível, demoraria alguns dias a convocar e a realizar, o que poria em causa a realização do jogo esta semana.
Quanto às prioridades do SCP verifico que alguns adeptos do Benfica, os ingénuos de sempre, se preocuparam bem mais com a segurança dos adeptos do SCP, do que a própria Direcção do SCP, uma vez que espalharam criticas pelos blogues, sobre a forma como se tinha processado a evacuação, umas quantas horas antes da Direcção do SCP o ter feito.
Sobre a Direcção do Benfica, apesar de não ser consumidor de televisão desportiva, pelo que vejo e ouço por aí, nos onlines e comentários diversos, esta Direcção não deu qualquer sinal de vida num momento tão particular como este que o estádio do Benfica viveu. Para minha surpresa, teve de ser um ex-dirigente que se consta estar foragido à Justiça, e conhecido como “pai do estádio”, a dar as explicações para o sucedido a partir de Luanda: falta de manutenção!
Não sei se é o meu anti-vieirismo convicto que me tolda o raciocínio, mas não deveria ser o Presidente do Clube/SAD a dar esse tipo de explicações? Ou o Presidente, ou “faz-que-é-presidente”, apenas trata das contratações, dos custos zero dos milhões e das cedências de percentagem dos passes desportivos para Jorge Mendes?
Parece-me surpreendente e até interessante que o Sr.º Vieira nunca dê a cara quando as coisas correm mal, refugiando-se nas delegações de competências (neste caso estranhas) para não explicar ou não assumir as coisas que correm mal. Não vou na “procissão” sportinguista de que o Benfica é responsável pelas condições de segurança do recinto, porque só a habitual idiotice dos pensadores sportinguistas pode estabelecer uma relação de causa - efeito entre as condições de segurança e a responsabilidade do Benfica, sem considerar as condições atmosféricas que incluíram ventos com mais de 130 km/h e levaram a Protecção Civil a decretar “alerta vermelho” (o mais grave de todos), na região de Lisboa. Mas não posso deixar de registar que uma vez mais o Presidente do Benfica desapareceu quando era necessário dar garantias e tranquilidade aos sócios e adeptos do Benfica, e que uma vez mais delegou esse papel, desta vez num ex-dirigente que está em Angola....
Os sinais de fraqueza do Presidente do Benfica continuam a acumular-se e terão consequência, mais tarde ou mais cedo, nas provas desportivas. O ensurdecedor silêncio após o roubo de arbitragem em Braga, contra o ABC, e no Hóquei em Valongo, são mais provas que esclarecem bem qual a natureza do actual “projecto desportivo” do Benfica. Ou melhor, do “não projecto desportivo”, mas sim do projecto financeiro que suga o amor, a dedicação e o dinheiro dos adeptos e sócios benfiquistas...
Resta-nos Jesus, demais equipa técnica e os jogadores... Boa sorte para mais logo!
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