O mundo do futebol tem pouco de bola, mas quase tudo de negócio.

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الاثنين، 17 فبراير 2014

O mundo do futebol tem pouco de bola, mas quase tudo de negócio.




A situação relacionada com as coberturas da Luz deixou a descoberto mais do que a insegurança que os adeptos presentes na Luz sentiram.

A explicação para o sucedido continua no segredo dos deuses. Os ventos fortes e o mau tempo foram comuns a toda a região de Lisboa e ao país. Daí que o que o mau tempo revelou foi uma manutenção deficiente e/ou uma intervenção na cobertura efectuada sem cuidados adequados para a intempérie anunciada.

As revelações do 'pai do Estádio da Luz', Mário Dias, complementaram essa ideia que já estava clara.
Algo não correu bem.

Ora, a empresa responsável por essa manutenção é a empresa dos irmãos Martins, a Martifer. 
Natural do concelho de Oliveira de Frades, desta empresa fundada em 1990 não teve grande história até chegar a Expo 98, esse 'grande plantio' que foi para a construção civil em Portugal. 

A partir desses ganhos, a Martifer vai estreitando relações com o poder e consegue apoios importantes para ser escolhida para muitas das obras do Euro2004. É a grande rampa da Martifer.

Consegue também ser um 'player' importante no lançamento do mercado das energias renováveis, quer em Portugal, quer lá fora.

Em 2007, recebe 199 milhões de fundos através de uma oferta de 25 milhões de ações, que foram colocadas no ponto máximo do intervalo de preços, 8,00 € por ação. Após o IPO, a Empresa contava com 65 mil novos accionistas.
A expansão da Martifer continua em força até 2012 por mercados tão vastos como os do Brasil ou os do EUA, sempre apoiada em sucessivos contratos do sector público em Portugal.

Mas nem tudo são rosas para a empresa dos irmãos Martins.

O resultado líquido atribuível aos accionistas foi negativo em 48,7 milhões de euros entre Janeiro e Setembro de 2013, o que corresponde a um agravamento de 47,7% face ao período homólogo do ano passado, quando os prejuízos da Martifer ascenderam a 33 milhões.

A Martifer informou também que o total da dívida líquida consolidada era de 378 milhões de euros no final de Setembro de 2013, um milhão acima dos 377 milhões registados no final de 2012, “devido essencialmente ao CAPEX de 10 milhões de euros e ao investimento em fundo de maneio”. Já no 3º trimestre de 2013 o grupo acordou um prolongamento de aproximadamente 30% da dívida para médio e longo prazo (MLP), 7 anos.

“O grupo continua focalizado no processo de diminuição da dívida líquida. Como tal, irá continuar empenhado no processo de venda de activos não core, especialmente parques eólicos, projectos solares e, residualmente, pela venda de projectos imobiliários, no decorrer de 2013 e ao longo de 2014. Ou seja, o objectivo continua a ser de obtenção de um nível de endividamento entre 230 a 250 milhões de euros até ao final de 2014”, sublinha a Martifer em comunicado.

Isto tudo para se perceber que a vida anda complicada para os lados da Martifer. 

O que se viu nesta situação da cobertura do Estádio da Luz foi a tentativa de excluir das responsabilidades os principais responsáveis pela integridade da mesma: a Martifer.

O silêncio curioso de Luis Filipe Vieira, também ele um homem da construção civil, que mais uma vez num momento em que era importante sossegar os benfiquistas quantos aos acontecimentos resolveu ficar calado até ao fim do jogo na terça, não foi surpreendente. Aquela frase de que 'afinal o Estádio da Luz é seguro' foi o único relatório que o presidente do Benfica resolveu apresentar.

Assim como a reacção do ex-presidente da CM Sintra e responsável durante muitos anos por obras públicas num dos maiores concelhos do país, Fernando Seara, que na TVI em vez de revelar indignação ou pedir apuramento de responsabilides, resolveu acudir e indignar-se por se colocar em causa a Martifer.

Após uma semana, já se percebeu que explicações por parte do Benfica não existirão. Os adeptos e sócios que pagam os seus lugares na Luz têm é que apoiar e rezar para que não venham novamente ventos demasiado fortes.

Assim como o processo da substituição do relvado, tratado de forma amadora, este processo da cobertura revelou que o director das instalações ou andava distraído ou resolveu achar que uma obra por concluir não precisava de medidas suplementares face ao temporal anunciado atempadamente.

Como no mundo da política, assim também o mundo da bola está instrumentalizado aos interesses superiores de terceiros. 

Paga português e paga benfiquista. É o teu dever. Explicações ou justificações são coisas que não deves exigir.  

Mas como em tantas outras coisas, isto pouco interessa para algum do adepto da bifana. 
Para aquele que vendo o Benfica vencer esquece tudo o resto que está mal.
Ou para o novo-benfiquista que vibra com derrotas nas decisões. O que interessa é estar lá, dizem eles.

Queria ver o que diriam se aquela cobertura tem demorado menos 7 minutos a sair do sítio.

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