"O portista Fernando tem o nome na extensa lista de 36 jogadores que estão pré-convocados por Paulo Bento para o Portugal-Camarões, do próximo dia 5, em Leiria.
O médio nascido no Brasil naturalizou-se português a 14 de dezembro do ano passado e a partir dessa data ficou disponível para ser chamado pelo selecionador nacional, que neste momento ainda avalia jogadores que possam estar presentes no Campeonato do Mundo do Brasil, de 12 de junho a 13 de julho deste ano.
Paulo Bento anunciará no próximo dia 28 a lista final com os 23 jogadores eleitos para o particular com os Camarões, mas a inclusão de Fernando nesta pré-convocatória é sinal de que o luso-brasileiro pode sonhar com uma presença no Campeonato do Mundo em representação da Seleção portuguesa, uma hipótese que até à data ainda não foi assumida de forma completamente clara por parte da Federação Portuguesa de Futebol. Fernando poderá estar na iminência de percorrer caminho semelhante aos de Deco, Pepe ou Liedson." - A Bola.
Fernando é sem dúvida um bom jogador. Penso que teria lugar na maioria das selecções. Mas levá-lo ao campeonato do mundo para representar Portugal é errado, na minha opinião.
Assim como foi errado convocar Pepe, Deco e Liedson.
Eu traço uma diferença entre o jogador brasileiro e o jogador oriundo dos países africanos de expressão portuguesa.
O Brasil já não é 'Portugal' há quase 200 anos. Os países africanos de expressão portuguesa têm laços com Portugal quebrados ainda não fizeram 50 anos sequer. Menos de uma geração.
Além disso, Portugal, país amante do futebol, tem mais que 'matéria prima' para produzir bons atletas. Se eles não surgem com a mesma frequência dos últimos anos deve-se à falta de oportunidades em crescerem, em evoluirem.
Outro problema está também na ausência de um trabalho de fundo nas selecções jovens. Hoje qualquer um vai treinar as camadas jovens com base nas amizades que tem e não no seu mérito ou qualidades como formador e treinador. Carlos Queiroz e Nelo Vingada foram ainda inimitáveis nesse aspecto.
Não faltam exemplos por essa Europa fora de jogadores naturalizados nas selecções. Sinceramente, acho isso mais um erro deste futebol 'negócio' que agora domina as estruturas decisoras.
Um erro que a médio prazo também estragará a competitividade do futebol de selecções, assim como o Acordão Bosman destruiu parte do futebol europeu e o transformou numa coutada de alguns clubes e países, matando na sua expressão nas competições internacionais países como a Bélgica, os países Nórdicos ou alguns clubes históricos do futebol europeu como o Ajax, o Sparta de Praga ou o Anderlecht, apenas para dar alguns exemplos.
Apenas uma excepção para aqueles que tenham crescido desde as camadas jovens no futebol do país poderia ser criada automaticamente.
Estes limites que vão sendo removidos tirarão ao futebol todo o seu brilho e encanto.
Um jovem português passa uma carreira nas camadas jovens sem ter oportunidades.
Um estrangeiro em meia dúzia de anos ganha o mesmo direito.
Que sinal é esse?
Depois digam que o jogador não sente a selecção.
Nota: O Fernando poderia ser jogador do Benfica que eu diria a mesma coisa.
Post a Comment