«É normal a cobertura ter uma chapa por baixo, outra por cima, e, no meio, uma manta térmica feita de lã de rocha, que é usada em todo o lado. Pelas informações que tenho, estava a ser feita a manutenção da cobertura, e essa manutenção demora sempre algum tempo, não se faz num dia. É provável que não estivessem colocados todos os rebites», começou por dizer, explicando em seguida, com mais pormenor, o que terá estado em causa.
«As chapas são fixadas em vários pontos, e se não estiverem fixados todos esses pontos, é normal que com o vento, sobretudo vindo de baixo, as chapas acabem por rasgar-se e a manta térmica de lã de rocha comece a soltar-se.»
Mário Dias concorda que o sucedido na Luz poderia ter assumido proporções bem piores caso o estádio não tivesse sido evacuado. «Felizmente, só a manta térmica é que começou a soltar-se enquanto a maioria das pessoas ainda estava nas bancadas, e que os pedaços de chapa da cobertura só começaram a cair depois dos adeptos saírem», sublinhou.
O antigo vice-presidente das águias fala na necessidade de «manutenção contínua» neste tipo de estruturas, embora sem querer colocar em causa a empresa responsável por essas intervenções. «Provavelmente, as chapas que se soltaram hoje não foram as mesmas que foram substituídas há um ano. As coisas têm de estar sempre a ser vistas porque o sol e a chuva corroem e enferrujam os materiais, podendo os parafusos soltar-se com ventos fortes, acima de 100 km/h. Volto a referir, porém, que, pelo que sei, não foi esse o caso, mas sim o facto de as obras de manutenção não estarem concluídas», analisou. - A Bola.
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Ontem levantei algumas perguntas sobre o sucedido na Luz no post 'As perguntas para as quais se exigem respostas'.
Entre outras, perguntei se perante o alerta de mau tempo tinha sido feita alguma inspecção à luz dos acontecimentos recentes quanto à cobertura. Falei até nos rebites, para quem não tenha reparado.
Pois o que Mário Dias acima declara penso ser ainda mais grave. Se estavam a decorrer trabalhos e não estavam concluídos, que condições de segurança oferecia a Luz?
Se haviam chapas que não estavam ainda totalmente fixas à estrutura, como foi possível não fazer um esforço para concluir os trabalhos antes do temporal?
Porque agora se consegue resolver tudo em 24h, mas na sexta-feira, aquando do alerta de mau tempo, tais trabalhos não foram realizados?
De quem é a responsabilidade do risco que correram os milhares de espectadores na Luz?
Estes factos enunciados por Mário Dias, a serem verdade, são gravíssimos.
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