Para a imaginação e a teoria, estatísticas e factos são sempre uma grande chatice

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Saturday, January 4, 2014

Para a imaginação e a teoria, estatísticas e factos são sempre uma grande chatice

Bem, é da praxe discordar do GB quando o tema é futebol jogado, e por isso aqui vai, que ele já não estranha:

Em primeiro lugar ressalvo logo o título do seu post em resposta à minha análise ao papel dos números “10” no futebol moderno:

“O gajo”, com que me brindou logo a abrir, logo no título, no começo da sua aula de tática... O “gajo” que é para me colocar logo no meu lugar... Ressalvo o “Inteligente” com que também me catalogou... Mas para logo de seguida dizer que o gajo inteligente se “baixa”... E baixa-se perante quê? Perante obviamente a sapiência e o brilhantismo de uma mente mesmo à séria e que só os predestinados possuem, que é a mente do GB!

O Redmoon fala portanto “Futebolês” – também no título do post... Se os leitores quiserem ler posts sobre futebol à séria, leiam portanto posts à séria, que são obviamente os posts do GB, que aparecem como corretivos às asneiras do "futebolês" debitadas pelos “gajos” nos posts anteriores. 

Eh pá, com o devido respeito, o teu problema com as estatísticas é só um: É que desmentem teorias, teorias e mais teorias, mas que, e esse é o grande problema, carecem de confirmação no terreno...

E a merda toda é mesmo essa: é a merda das estatísticas... Porque é a merda das estatísticas que separa a ficção da realidade, e as teorias das verdades facilmente comprováveis...

E portanto, que disse eu no meu post anterior que tu vens agora desmentir? Eh pá, mais uma vez, NADA, absolutamente NADA, e a frustração é mesmo essa: é ler aquilo tudo e ficar na mesma! Vieste apenas com mais uma teoria, a teoria dos dois pivots, e das coroas e das placas nos dentes, muita cárie mas pouco chumbo!

Ainda pensei que viesses admitir que afinal, ao contrário do que andas a afirmar há um sem número de anos, o Gaitán não jogou sempre a 10 antes de chegar ao Benfica. Ainda pensei que te socorresses da estatística para perceber que antes do Benfica, Gaitan só teve um clube, e nesse clube o 10 era Riquelme! Mas claro, podes sempre vir com a teoria de que o Boca Juniores jogava com dois números 10!

O que eu disse e tentei mostrar com o meu post foi que no futebol moderno, e especialmente nas grandes equipas, os antigos “mágicos números 10” estão a perder peso nos sistemas táticos dessas equipas.  E socorri-me das estatísticas (que nem sequer são estatísticas, são factos) para mostrar (e sustentar) que:

No Manchester City o 10 é Dzeko, um ponta de lança puro.

No Liverpool, o 10 é Coutinho, que joga descaído na ala esquerda.

No Chelsea o 10 é Mata, um puro 10, que para Mourinho quase não conta e que deverá sair do clube ainda este mês.

No Arsenal, o 10 e pedra fundamental da equipa é Jack Wilshere, enquanto Ozil, à semelhança do que acontecia no Real Madrid, joga mais sobre as alas. Obviamente, e em saídas rápidas para o ataque, e à semelhança de Gaitan no Benfica, Ozil aparece no centro do terreno como transportador de jogo.

No Tottenham, o 10 é Adebayor.

Na Juventus, o 10 é Tevez.

No Real Madrid e Nápoles, não há sequer número 10! Havia Ozil no RM, o tal melhor 10 do mundo, mas que, dizem as estatísticas, o Real Madrid vendeu, o que parece indiciar que se vendeu é porque achou que o melhor 10 do mundo não tinha assim tanta importância no esquema tático da sua equipa!

No Barcelona, o 10 é Messi que joga descaído nas alas e por vezes como 9.5, embora, claro, o Barelona não seja exemplo, já que todos, do meio campo para a frente, são jogadores de todas as posições e exemplo máximo do jogador moderno, polivalente e taticamente evoluído.

No Manchester United o 10 é Rooney, ou seja, também aí se joga sem o típico número 10. Contratou-se o grande "10" do FCP, Anderson, que Ferguson não descansou enquanto não transformou em "8", o que só por si já quer dizer muita coisa! 

No Bayern o 10 é Robben, mais um extremo.

No FCP, o número 10 James Rodriguez também andava chateado porque o treinador insistia em pô-lo a jogar na faixa esquerda, e não era sequer um titular indiscutível apesar do seu inegável talento.

E já antes de Jorge Jesus, um tal de Quique Flores de quem o GB tanto gosta, insistia em colocar o 10 do Aimar, pasme-se, também a jogar na faixa esquerda!

Mais uma vez, a merda da estatística!

Agora podes-me perguntar:
Mas há algo de errado em jogar com um número 10 atrás do ponta de lança? Evidentemente que não! Depende sempre do que o treinador quiser fazer.

O Gaitán até pode ser um magnífico 10? Duvido mas até pode! Até o Mário Rui, o Danilo e o David Simão podem vir ainda a ser fabulosos jogadores de futebol como tu sempre adivinhaste! 

Agora, e esta é a razão do meu post, é que a estatística mostra uma tendência que as tuas teorias não desmentem: Os típicos números 10 estão a perder preponderância nos sistemas táticos do futebol moderno.

Alguns desses típicos números "10", jogadores fabulosos com a bola nos pés mas fracos sem ela, são hoje jogadores de banco nas grandes equipas, e últimas cartadas dos treinadores para desencravar jogos atados. Entram para trazer anarquia ao jogo. São jogadores úteis mas longe de serem os jogadores fundamentais que eram há não muitos anos atrás.

E neste contexto, sim GB, embora tu não gostes de ouvir, é minha opinião que o Bernardo Silva deverá tornar-se num jogador bem mais completo do que o típico “10” que é hoje se quiser singrar ao mais alto nível, porque jogadores do seu tipo não têm vida fácil no futebol moderno! E repara que não estou a dizer que não está ali potencialmente um grande jogador!

Técnica o Bernardo tem, não o nego. É um desequilibrador nato. Mas se calhar far-te-ia bem perder algum tempo a analisar estatísticas, para perceberes que o que não falta no mundo no futebol, são jogadores portadores duma técnica incrível e que nunca passaram da mediania.

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