Portugal, 20 de Novembro de 2013
Confesso que fui dos que pensou que a Selecção de Jorge Mendes , também conhecida como Selecção Nacional, iria assistir ao Mundial de 2014, no sofá. As exibições medianas e medíocres dos dois últimos jogos, não auguravam nada de positivo perante o 2º adversário mais difícil (a seguir à França), que estava disponível para os jogos do play-off.
Acontece que o futebol é como é, e de facto cada jogo tem uma história diferente, mesmo que jogado pelas mesmas equipas. Como há temos atrás se viu nos dois jogos do Benfica contra o Olympiakos para a Champions League. Quem visse a exibição do 1º jogo não podia imaginar a exibição que o Benfica fez no 2º jogo.
O que sobra da vitória de ontem, não é a exibição de Ronaldo mas o cínico e natural aproveitamento de 3 jogadas de contra ataque, criadas a partir da errada movimentação ofensiva da Suécia que ao optar por privilegiar o numero de atacantes, subiu as linhas, incluindo as linhas defensivas, o que permitiu vários “desenhos” de contra ataques límpidos e eficazes, onde se destacou Ronaldo como concretizador.
O que eu distinguiria do jogo de ontem, foi a movimentação de conjunto, de um lado e de outro, em que os que quiseram atacar mais, foram penalizados pelas consequências da dinâmica do seu sistema de jogo, pois a sua linha defensiva estando quase no meio campo, deixou uma grande distância na retaguarda, para o seu guarda redes. Essa distância foi aproveitada pela Selecção de Jorge Mendes que tendo espaço e clareza de opções, conseguiu aproveitar 3 lances de transição rápida (contra ataque) em que Ronaldo se destacou pela qualidade da execução e quantidade de concretização.
Serve isto para dizer que no Benfica há muitos teóricos que defendem este tipo de jogo que a Suécia praticou, com muitos atacantes o que leva a equipa a ter uma dinâmica ofensiva com consequências inevitáveis no posicionamento da linha defensiva, provocando o seu adiantamento. Recordo o golo da derrota em Belém, na época em que Camacho substituiu Fernando Santos (que também não servia, diziam os teóricos e críticos), em que a linha que unia o defesa esquerdo Léo e o defesa direito Nelson, era a própria linha do meio campo! Já depois de Camacho fazer a substituição clássica de tirar um médio (Maxi) para meter um avançado (Nuno Gomes ), com 0-0, o Belém mandou uma bola para as costas da nossa defesa (tipo ontem), o Weldon fez de Ronaldo (com um remate difícil e bonito, convenhamos) e as culpas caíram em cima de Luisão (para variar). Recentemente contra o Olympiakos lá tivemos dois pontas de lança quando jogamos na Luz, com resultados nulos mais uma vez...
Quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga e isso aplica-se inteiramente ao nosso Benfica e a esta “catrafilada” de gente que fala, fala, e não diz nada que se aproveite. Mas incomodam e prejudicam a equipa....
Voltando à Selecção de Jorge Mendes , houve mais dois factos a ajudar ao seu sucesso: 1) a vitória por 1-0 no estádio talismã da Luz, e isso é um facto que registo com agrado, 2) o excesso de confiança dos suecos traduzidos na campanha de mau gosto (mesmo para mim) da Pepsi, nas afirmações patéticas de um jogador que pediu aos seus adeptos que gritassem por Messi quando Ronaldo tivesse a bola e acabando no pateta do Ibrahimovic que tem tanto de talento futebolístico como de estúpido, quando se equiparou a “Deus”. Esta malta da Suécia no que toca a “mind games” está atrasada uns bons 10 anos relativamente a nós...
Este apuramento difícil e tremido quer dizer que mudou alguma coisa, para melhor na Selecção? Obviamente que não...quando tivermos de empurrar o adversário para a sua baliza, porque o adversário nos reconhece superioridade, o Ronaldo não marca três – como não tem marcado - e ficaremos dependentes das demais incidências de jogo. Como por exemplo, não encaixar um golo com 0-0...
No Benfica devíamos aproveitar estas “lições” que o futebol de Selecção nos dá. E deixarmos os preconceitos e lugares comuns de lado...
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