Portugal, 5 de Outubro de 2013
Há tempos atrás circulou por aí uma carta aberta ao Presidente Vieira, subscrita pelo sócio Arrobas da Silva, onde a “páginas tantas” explica a derrota no campeonato anterior, com um (!) lance ocorrido no fatídico FCP – Benfica. Segundo ele, o 2º golo do FCP nasce da falta de ratice de André Almeida que num lançamento lateral, optou por tentar servir Cardozo, o qual estava emparedado por 2 defesas, tendo começado aí a jogada que deu o 2º golo. E o fim do sonho do 33º título.
Os adeptos do Benfica têm o coração junto à boca quando falam, e junto ao cérebro quando pensam. Por isso nem falam, nem pensam com a objectividade que o contexto competitivo viciado em que o Benfica participa. Um campeonato não se perde num lance, não se perde num jogo... um campeonato ganha-se e perde-se em 30 jogos. Não perceber isto, é não perceber que o Benfica fez muito bom trabalho para chegar ao estádio do FCP com o título na mão, caso o FCP tivesse os pontos que o valor da sua equipa merecia.
Não podemos pedir mais “ratice” aos jogadores do Benfica quando jogam, e não termos nós próprios, a “ratice” de pensar o futebol como o FCP pensa. Porque o FCP nunca questiona a sua equipa de futebol quando não ganha, nunca questiona as opções do treinador quando não ganha, não questiona a qualidade do jogo que fizeram, não questiona se mereciam ganhar ou não. Questiona os erros dos árbitros, como se viu no Estoril!
O FCP enquanto estrutura e os analistas ligados ao clube, nunca questionam a equipa. Nunca dão azo a que a comunicação social entre por caminhos que desestabilizam, porque apontando a causas internas. Mexem com os níveis mentais e emotivos de todos. Mas o povo portista sim, esse critica, assobia e manifesta desagrado. Que curiosamente são ignorados pela mesma comunicação social que anda atrás dos adeptos do Benfica para falarem mal do treinador, e não estou a pensar no Jesus.
Ser “rato” nestas coisas é ver para além da nossa equipa. Havendo 3 equipas em campo, temos de pensar à FCP, se isso significa pensar “à campeão”. Ou seja como atrás exemplifiquei. Isto para contestar a ideia do Bruno Carvalho, candidato derrotado, que afirmou que “no Benfica há uma cultura de segundo lugar”, quando Jesus disse após a derrota em Paris que íamos concentrar-nos na luta pelo 2º lugar do grupo. Pois deixemos para trás o discurso dos coitadinhos e joguemos ao ataque como o FCP faz.. não temos de nos rever nos melhores?
A não ser que nestas questões de “discursos”, não possamos adoptar o discurso deles, porque são um clube que tem um presidente condenado por corrupção.. mas então em que ficamos? O que é pensar em função de uma cultura de primeiro lugar?
Vou tentar dar um exemplo. Mais uma vez ligado com a comunicação social. Após o gamanço do jogo com o Belenenses, a 1ª parte da semana começou com o habitual branqueamento de que “houve erros, mas o Benfica jogou mal”. Alguns “fidalgos de bolsos vazios” (adeptos totós) ilustraram com a grandeza de outros tempos, que “afinal tivemos 60 mn para marcar 1 golo e não marcamos”. É que o Benfica quando é gamado pelo árbitro, tem de marcar mais do que 1 golo... Por acaso quando fomos campeões, só ganhamos 1-0 ao Belém.. sorte a nossa não termos sofrido golos em fora de jogo...
Veio a 2ª parte da semana, e passou-se o motivo das criticas, para a “fraca exibição” e o mau resultado contra o PSG, adjectivando-se da pior forma possível, o que já não era agradável. Num espaço de dias, passamos de um jogo gamado em que o treinador não soube por a equipa a corrigir os erros do árbitro, para um jogo em que o treinador não soube contrariar o poderia adversário. Não sei se repararam, mas o objectivo foi sempre o treinador. Que até serviu (dá dentro) para lavar os erros do árbitro. Para lavar o trabalhinho do “sistema”.
Ora bem, o adepto ingénuo seguramente vai pensar que sim, que todo este chorrilho de criticas é natural, desinteressado e justo. O adepto com “ratice” vai pensar que nada disto acontece por acaso, que o FCP quando é goleado na Champions nunca aparece nos destaques ou capas dos jornais de Lisboa, que o SCP quando levou 7-1 não teve ninguém a pedir a cabeça do treinador Paulo Bento, a falar em depressões e mau ambiente no balneário, etc. Então terá de haver mais qualquer coisa para além da função “informativa” agressiva da comunicação social. E de facto há. Chama-se Manuel Mota e vai arbitrar o jogo de amanhã no sempre difícil campo do Estoril.
O Sr.º Manuel Mota arbitrou o Beira-Mar – Benfica da época passada, onde por acaso assinalou 1 penalty a nosso favor, existente, mas em contrapartida não viu outros dois, sendo que um foi da responsabilidade do árbitro assistente, mas outro foi da sua responsabilidade. Foram 2 penaltys na mesma jogada e ambos sobre Lima. Não marcou. Associado a estes lances havia a punição disciplinar que condiciona o jogador, ou pode levar à expulsão se já tivesse um cartão amarelo.
Ora bem, o Sr.º Mota foi escolhido e esteve no passado domingo, no FCPB 2 – Santa Clara 1. Se a coincidência da nomeação para um jogo do Benfica, depois de um jogo do FCP B, pode passar em claro aos ingénuos, talvez a sua actuação não. O que vos deixo para verem bem, talvez explique porque foi escolhido. Depois a culpa vai ser do treinador (é o que dizem os jornais):
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