Na passada segunda feira, o GB publicou um excelente post sobre as negociatas envolvendo jogadores de futebol, de nome 'Como se fazem negócios "lá em cima"'.
Trouxe ao conhecimento de muitos portugueses um trabalho da France2 sobre o nebuloso mundo do futebol, com destaque especial para o FC Porto, cujas transferências levantam dúvidas.
É curioso que as grandes transferências do FC Porto são quase sempre realizadas para clubes de Leste, emergentes, ou para clubes liderados por milionários estrangeiros, cujo dinheiro parece nascer nas árvores mas cujo rasto parece também percorrer meio mundo até se perceber donde veio, quando se chega a perceber.
Para muitos leitores do NGB, este assunto não é novo.
A 6 de Março de 2013, no post 'O labiríntico mundo dos donos dos jogadores' o assunto envolvendo os jogadores do FC Porto Mangala e Defour tinha já sido trazido à baila devido a uma notícia do jornal 'O Jogo' sobre as transferências dos jovens benfiquistas João Mário Fernandes e Luciano Teixeira.
Seguindo o artigo e procurando mais informação na agência Bloomberg, a informação mais detalhada foi publicada neste post, tendo inclusivé o director de comunicação do FC Porto, o ex-jornalista Rui Cerqueira, sido contactado quer por emails quer via telefone para comentar este tema. Não respondeu.
O que está em causa em grande parte destes movimentos de dinheiro é uma coisa: o futebol hoje em dia é apenas mais uma plataforma para lavar dinheiro.
E sob a capa da seriedade, centenas de dirigentes e empresários enriquecem à custa da paixão do adepto.
Vamos ser claros. Numa altura em que o mundo atravessa uma crise de liquidez financeira, em que a banca faz uma dieta forçada pois está com os cofres vazios, em que países estão quase na bancarrota, aparecem de repente 100, 200 ou 300 milhões num clube de futebol?
Paga-se como se fosse um café 100 milhões de euros por um jogador?
A UEFA implementou o 'fair-play' financeiro, mas que até agora só fez vítimas entre os clubes menos representativos, o que seria o objectivo.
Aliás, a UEFA tem sido o principal ponta de lança deste interesses obscuros.
A Champions League, gabada por tantos, não passou de um golpe publicitário que decapitou grande parte das chances de clubes de dimensão média poderem vencer a competição, conforme sempre aconteceu no passado.
A pressão para que a União Europeia legisle de forma a que os jogadores nacionais tornem a ter outra protecção desapareceu.
Tirando em Inglaterra, o último bastião do amor ao jogo, ninguém ressurge esse tema, vital para o futuro do futebol europeu.
Os clubes, mesmo os grandes clubes europeus, atingiram a sua capacidade máxima de endividamento.
Estão à mercê dos mercenários do futebol que são alguns jogadores, e dos vigaristas que usam a paixão do adepto para enriquecer e branquear dinheiro.
Muitas selecções europeias estão a começar a sentir os reflexos da falta de aposta nos jovens dos seus países.
Se não és tu, adepto, em 10-15 anos tudo isto ruirá. E o que restará então?
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