Portugal, 24 de Setembro de 2013
O Benfica venceu no sempre difícil campo do Guimarães (o benfiquista Joaquim Rita diz que não), com um golo de Cardozo e uma exibição utilmente sóbria. Finalmente vê-se algum respeito do treinador pelas dificuldades que alguns clubes nos colocam, e a prova disso é a opção pelo modelo de jogo 4-2-3-1, com Djuricic atrás de Cardozo, Fejsa e Matic como médios interiores volantes, Enzo e Markovic como médios ala, e a já habitual linha defensiva, salientando-se a opção por dois defesas laterais altos como Siqueira e André Almeida.
Também, e uma vez mais, o Benfica foi penalizado (outra vez) por umas quantas decisões do árbitro Bruno Esteves e seus auxiliares, que tiveram influência directa no resultado final. Aos 30 segundos uma falta por trás a Luisão, passou sem sanção disciplinar, quando estamos perante o que na gíria se denomina “tackle deslizante com risco para a integridade física do adversário”. Aos 3 mn o auxiliar assinalou 1 fora de jogo a Enzo Perez que ficava na cara do guarda-redes com forte possibilidade de fazer golo. Se compararmos com a facilidade com que, na situação inversa, os nossos adversários nos marcam golos precedidos de fora de jogo, mais ou menos claros, como Marítimo e SCP, temos de concluir – uma vez mais – que isto não acontece por acaso e faz parte de um manual de arbitrar, criado para dificultar o acesso do Benfica à baliza adversária. Temos depois os já habituais penaltys não assinalados a nosso favor. Um por corte com o braço de Abdoulayeh, jogador emprestado pelo FCP, e outro por derrube claro a Lima. Entre estes dois lances, muitos outros lances ocorreram com a componente disciplinar a ser mal aplicada, mais em favor do Guimarães , mas a comunicação social, na também já habitual operação de iludir e enganar, quis fazer crer que apenas aconteceu um lance em que Siqueira podia ter levado o 2º cartão amarelo.
Ah, estou a dizer mal. Parece que a bola cortada com o braço do Abdoulayeh não era penalty. A fazer fé nas 1ªs páginas dos jornais de Lisboa (RECORD e BOLA) só era penalty o lance igual, a favor do SCP contra o Rio Ave, ou aquele que os adeptos do FCP ainda hoje invocam para contrabalançar ao golo 2 metros em fora de jogo de Maicon, um suposto penalty em que a bola vai contra Cardozo que está nas costas do defesa do FCP que falhou o cabeceamento....
Esta jornada acabou por ser peculiar pois FCP e SCP também perderam pontos, depois de estarem em vantagem no marcador (facto que passou despercebido aos analistas avençados de serviço, ao contrário do que acontece com o Benfica). O caso do FCP é mais interessante porque tendo sofrido um golo de penalty cometido fora da área (igual ao que lhes foi oferecido contra o Marítimo), não conseguiram ganhar a um adversário, que tem um orçamento bem inferior (não é esta a conversa que ouvimos quando se trata do Benfica?)...
A medo, a comunicação social ainda destacou o primeiro erro do árbitro, a expulsão perdoada a Otamendi aos 11 mn por derrube ao adversário que só tinha o guarda-redes, entre ele e a linha de golo. Ainda na semana passada vimos o famoso Capela expulsar um defesa do Estoril por ter feito uma “falta” (que não fez) junto à lateral esquerda da grande área (ainda por cima levou com 1 penalty), lance que deu polémica entre alguns comentadores e blogues, pelo que não se compreende que este árbitro de Vila Real, imune a essa polémica se tenha esquecido de aplicar a lei e expulsado Otamendi. Beneficiado duas vezes ficou a equipa do FCP, pois não tiveram de correr 80 mn, 10 contra 11, desgastando-se e tendo resultado mais incerto. E na próxima jornada teriam de meter novo jogador a central, com alguns riscos inerentes aos automatismos.
A arbitragem esteve pois e uma vez mais no nível que tem estado, naquilo que tenho referido como a “normalidade” da anormalidade, e o que é que a comunicação social faz? Aproveita-se de um momento menos bom do nosso treinador, que defendeu um adepto para além dos limites do razoável, e pronto, temos assunto para as próximas semanas. De forma simples e expedita, acabou o tema arbitragens e começou o tema Jesus.
Esta estratégia da comunicação social contudo está eivada de erros e demonstra a falta de qualidade que grassa nessa área: 1) Afirmaram que a PSP tinha colocado Jesus sujeito a termo de identidade e residência, o que é falso, pois só o Ministério Público pode propor essa medida de coacção que depois terá de ser validada por um juiz, 2) Mencionaram a existência de agressões, quando pelos vistos o relatório da PSP apenas refere impropérios e gestos impróprios. O que também é visível nas imagens.
Se querem dar a ideia que estão preocupados com situações incorrectas que ocorrem dentro dos campos de futebol, ao menos parametrizassem o problema de Jesus com o uso de força excessiva que alguns stwearts e policias de serviço empregaram em alguns adeptos do Benfica, tratando-os como se fossem terroristas! Já repararam se tivessem feito o mesmo ao puto adepto do SCP que atravessou todo o relvado do Estádio do Algarve para ir pedir a camisola aos jogadores do SCP, apenas há 8 dias atrás?
Esta operação branqueamento/crucificação de Jesus, 1) permitirá ao FCP e a Vítor Pereira, corrigirem os erros das nomeações da semana anterior, com a maior das tranquilidades, 2) dá jeito para abafar o processo judicial (sim, este está mesmo a correr nos Tribunais) que existe entre o benfiquista Valdemar Duarte, e Pinto da Costa e outros responsáveis do FCP que o ameaçaram de morte e 3) ninguém pôde perceber que quando a equipa do FCP não é suficientemente ajudada e sofre 1 penalty com 0-0 ou 0-1, não consegue ganhar os seus jogos.
Jesus é grande...
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