O primeiro zero...

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Thursday, September 19, 2013

O primeiro zero...

Portugal, 19 de Setembro de 2013

Ao fim do 5º jogo oficial desta época, finalmente conseguimos manter as redes da nossa baliza invioladas, o que é sempre um tónico para o jogo seguinte. Dá-se a curiosidade de tal ter acontecido num jogo da Champions, prova teoricamente mais difícil do calendário, e não numa prova de grau de dificuldade inferior. Será isto normal?

Claro que não é. O facto é que hoje podemos dizer que ficamos a zero na nossa defesa porque o árbitro estrangeiro invalidou um golo aos belgas, já que o marcador do golo, ou participante activo no mesmo, estava em fora de jogo. E mais. Ao mn 43 da 1ª parte, foi também assinalado fora de jogo ao ataque do Anderlecht, num lance igual aos que cá em Portugal, a favor de FCP e SCP não são assinalados: quando o avançado está em posição incorrecta no instante em que a bola lhe é endossada, mas na sequência da trajectória da bola, ele passa a ter mais do que 2 jogadores entre si e a linha de baliza.

Como referi no texto anterior, a nossa comunicação social, numa lógica que podemos considerar enquadrada na “arte” da mentira ou da ilusão, tem criado a normalidade da anormalidade das arbitragens nacionais. Ou seja, há um erro grosseiro de arbitragem que favorece FCP ou SCP? Simples: transforma-se em difícil leitura, o árbitro não tem televisão e as repetições que nós (jornalistas) temos aqui no estúdio ou essa peregrina interpretação da lei do fora de jogo que é defender que “se o jogador estava deslocado no início do lance, pouco depois já não estava iludindo o árbitro”.

Como se viu, para os árbitros estrangeiros as leis de arbitragem são outras. E graças a uma simples decisão de um árbitro, conseguimos finalmente ter um jogo sem sofrer golos! Afinal ter boas defesas, poucos golos sofridos é uma questão que não depende única e exclusivamente do desempenho das equipas, mas sim e em particular, da decisão dos árbitros!

Ora. Se recuarmos aos 4 jogos feitos no campeonato nacional, recordamo-nos que o 1º golo do Marítimo, obtido de penalty, é precedido de uma situação de fora de jogo do avançado. No 2º golo do Marítimo o marcador também está ligeiramente deslocado. No único golo do SCP, o marcador estava deslocado na mesma distância que estava o avançado belga aos 43 mn.

Mas nestes casos, infelizmente para nós, os árbitros não decidiram assinalar fora de jogo. Porquê? Bem, se calhar estavam distraídos, como disse o Proença para justificar o escândalo de há 2 épocas atrás. Mas estariam mesmo?

Se voltarmos aos jogos do Benfica e em particular à quase derrota contra o Gil Vicente, o assistente que acompanhou o ataque do Benfica na 2ª parte, Benfica que estava numa situação desesperada, conseguiu ver – bem – dois foras de jogo em que Rodrigo e Luisão estavam em posição deslocada inferior às atrás referidas que precederam os golos do Marítimo e SCP! Depois não viu um jogador do Gil cortar uma bola com o braço ao mn 86, apesar de estar a menos de 10 metros do lance... Ou seja, viu os lances difíceis – que eram contra o Benfica, mas não viu o lance fácil, que era a favor do Benfica.... Distraído? Francamente... Temos de jogar mais? Uma porra...

No fundo, e resumindo, os árbitros portugueses têm uma sensibilidade muito apurada quando se trata de decidir foras de jogo ao ataque do Benfica, mas já não têm qualquer tipo de sensibilidade para decidir jogadas dos adversários do Benfica, nas mesmas condições. E se projectarmos o critério para os jogos do FCP e do SCP constatamos, sem grande dificuldade, que a “sensibilidade” se inverte radicalmente da área para onde eles atacam, e da área por eles defendida. Daí não conseguirmos ver o FCP ou o SCP sofrerem 1 golo em fora de jogo, mas em contra partida marcarem alguns. Então o SCP este ano bate todos os recordes da estatística: em 2 jogos consecutivos cometeu a proeza de ter os seus primeiros golos obtidos em fora de jogo. Para o árbitro que arbitrou o Benfica-Anderlecht...

É pois com alguma estupefacção, não muita reconheço, que verifico que a sondagem que o blogue lançou sobre o que fazer depois de vermos as arbitragens das primeiras 4 jornadas, tem no primeiro lugar, num empate técnico, as opções “retirar o apoio a Fernando Gomes presidente da FPF” e “temos é de ganhar os nossos jogos pah”.

Quer dizer que apesar do que termos visto anos e anos a fio, agora contestado com o simples exemplo do árbitro que invalidou o golo dos belgas, continua a existir uma enorme quantidade de adeptos que defende que, ganhando os nossos jogos isso basta para, presumo ser campeão.

Ou seja, para esses adeptos, o FCP não ganha jogos com golos em posição de fora de jogo, ou penaltys inexistentes. Não faz pontos com essas manigâncias da “hiper sensibilidade” dos árbitros. Nada disso. Se nós ganharmos os nossos jogos, isso basta, nem que para cada 2 golos ilegais que os árbitros validem, tenhamos de marcar três... mesmo que dois sejam anulados por pretenso fora de jogo...

O Benfica caiu e não se levanta. Quando os adeptos defendem a lógica do impossível, obviamente que o FCP (e o SCP agora) esfregam as mãos...


Quem não teve zero mas sim nota 20, foi o Calado nos comentários da Benfica TV. Sereno, intérprete sensato das incidências do jogo, leitura acertada das substituições, enfim, uma grande noite de comentários... de fazer inveja a muitos pseudo analistas que já criaram raízes nos programas da treta. Parabéns!

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