A entrevista a Luis Filipe Vieira conduzida por Hélder Conduto foi das melhores, em termos de imagem pessoal, que vi ao presidente do Benfica.
Muito por mérito de Hélder Conduto que fez quase todas as perguntas que todos queríamos fazer e penso que não poderia ir muito mais além, pois o patrão era o entrevistado.
E por Luis Filipe Vieira ter parecido estar à vontade como em poucas vezes o vimos.
Concordo com quase toda a análise do GB aqui.
Nota-se que há muitas coincidências em projectos actuais e futuros de Luis Filipe Vieira para o Benfica e o que tem sido defendido no NovoGeraçãoBenfica nos últimos anos, apesar do ruído dos que nada contribuem e nada fazem para que o Benfica seja melhor.
É um orgulho para nós saber que, dando ou não ouvidos aos benfiquistas, as boas ideias ainda encontram eco.
Há aspectos positivos da gestão de Luis Filipe Vieira de que ele se deve orgulhar.
A BenficaTV é uma delas, mesmo com os lambe-cus que ainda circulam nos seus corredores.
A justificação para o negócio de Fariña também. A aposta da imagem do clube no Dubai é uma excelente notícia, em termos de receitas futuras.
Mas esta entrevista revela que o maior erro de Luis Filipe Vieira persiste.
"Nunca ninguém me pode avaliar por ser campeão ou não ser campeão", diz o presidente do Benfica.
Errado, caro Luis Filipe Vieira. Essa é a marca de qualquer presidente vencedor do Sport Lisboa e Benfica desde sempre. E querer algo diferente é ir contra o ADN do clube.
Fala em transparência, em clareza no que é o Benfica mas fica-se pelas palavras.
O futebol continua sem uma estrutura que o defenda. Esta entrevista confirmou isso.
Rui Costa é definido com um papel genérico, mas perante a insistência do jornalista, LFV nunca diz que Rui Costa é o responsável do futebol do Benfica, e assim, de Jorge Jesus. Fala no scouting, nas contratações mas nunca se refere a Rui Costa como o chefe, abaixo do próprio Vieira.
Quando questionado sobre Carraça, enuncia sem qualquer explicação Lourenço Coelho como seu substituto, mas não tendo a transparência de explicar porque, segundo vários rumores, Carraça ainda estará a receber vencimento do Benfica.
Depois mais do mesmo. Promessas para 2014/2015 sobre os jogadores portugueses e sobre não precisar de vender jogadores, como DSO já o tinha feito em 2010.
Como já tinham existido para datas do passado.
Tudo para o futuro, explicando que é preciso tempo. Quanto tempo mais? 12 anos não chegaram?
Como o 3+1+50 passou de 4 para 5 anos.
A questão dos bilhetes e quotas, que já se percebeu que não vai cumprir, dando o dito por não dito com a justificação da subida do IVA, que aconteceu em 2012 e não agora.
A forma como desvalorizou a presença de Proença no Seixal, depois de tudo o que disse sobre ele e todas as formas como Proença prejudicou o Benfica.
A insistência em classificar quem discorda de si como membro da 'feira das vaidades'.
Faltou falar sobre o apoio a Fernando Gomes. Faltou esclarecer a fundo muitos outros temas.
"Às vezes perdendo, aprendemos muito."
Pois a sensação que fica é que Luis Filipe Vieira não aprendeu nada com as derrotas do futebol do Benfica e com os seus erros como gestor desse mesmo futebol.
Torno a dizer: há vários pontos positivos na gestão de Luis Filipe Vieira e nesta entrevista.
Mas o que conta são os resultados. Não os económicos, que são um meio para um fim.
Num clube desportivo o que conta são os títulos.
Luis Filipe Vieira diz que ainda tem um trabalho a fazer. Primeiro, terá que sossegar a sua própria direcção, coisa que parece cada vez mais complicado fazer. As unanimidades de decisão de que falou existem só na sua cabeça, Luis Filipe Vieira.
E não é desvalorizando os que assobiam ou votam contra que vai conseguir ganhar o apoio dos adeptos e sócios.
O FC Porto vai continuar a ganhar e nós a vê-los ganhar porque o presidente do Benfica não mexe no essencial dos seus erros.
Infelizmente, o trabalho de Luis Filipe Vieira parece só ir terminar quando formos ultrapassados em número de títulos nacionais.
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