Podia Artur ter feito mais? Julgo que sim. Um guarda-redes de excelência teria chegado àquela bola, um remate em tudo semelhante ao de kelvin, e onde Artur me parece um nada deslocado em demasia para o poste direito da sua baliza e lento a fazer-se ao lance.
Já antes, numa outra bola chutada para si, Artur não saiu da baliza para a agarrar, e deixou que Garay corresse 40 metros com o adversário que marcava para cortar uma bola que um guarda-redes confiante teria agarrado facilmente.
Sou algum especialista na matéria para estar aqui a dizer onde deve Artur colocar-se? Evidentemente que não. São "feelings" pessoais, que valem o que valem, ou seja, muito pouco. O meu feeling é que Roberto - o flop - teria agarrado a bola de ontem e a bola do Kelvin. Mas se calhar não teria agarrado outras, poderão sempre dizer, e eu aceito.
Mas temos um problema na baliza? Infelizmente, temo que sim.
Não tanto pelo golo de ontem mas, pela linguagem corporal após o golo. Não creio, sinceramente, que Artur seja um guarda-redes com grande confiança nesta altura. E a confiança, meus amigos, nestas coisas é chave. Especialmente num guarda-redes. Chave para os adeptos e para a própria equipa.
Confiança é sinónimo de personalidade, é dar garantia de saber impor-se nos momentos difíceis, nos ambientes adversos. Confiança é não tremer! E Artur tremeu, infantilmente, o ano passado nos dois jogos contra o FCPorto, falhou com o Estoril, falhou em três dos jogos mais importantes da época! Artur parece afetado por saber que os adeptos já desconfiam dele. Eu desconfio, e julgo não estar sozinho neste sentimento!
Quero dizer com isto que devemos dispensar Artur? Arrumá-lo desde já? Evidentemente que não. Mas ajudá-lo nesta altura é também protegê-lo, e protegê-lo é ter um plano B para o caso das coisas não correrem bem ao número 1. Protegê-lo é não colocar nos seus ombros toda a pressão do sucesso da época.
E o nosso Plano B é... Paulo Lopes, alguém que não foi contratado para jogar mas sim para fazer respeitar questões jurídicas de formação de planteis. Tivemos um caso semelhante com Roberto, que foi ficando, e jogando, e falhando, e chorando, e aguentando, porque no banco estava... Júlio César. E esse é um erro que não se pode repetir, não podemos não ter uma alternativa para a baliza, para o caso, repito, o caso, de Artur falhar. Oxalá não falhe, evidentemente.
E por isso já aqui me referi a Oblak. Oblak seria um número 2 perfeito. Porque poderia passar o ano inteiro no banco de suplentes sem reclamar, se as coisas corressem bem a Artur. Para ele seria sempre um passo em frente na carreira. Mas também porque teríamos no banco alguém motivado e pronto a agarrar uma oportunidade se ela surgisse. Não quer dizer que a agarrasse. Mas entraria com alma, com aplausos, com tolerância, com esperança, com fé, com perspectivas de futuro, com o apoio dos adeptos encarnados, e o da imprensa (Oblak goza de muito boa imprensa em Portugal), o que nestas coisas da bola são conquistas fundamentais.
O contrário é Paulo Lopes, que lá está, pelos motivos já explicados, e a quem ninguém reconhece competência para ser o número 1 encarnado, salvo numa muito breve situação pontual!
Bem sei que Oblak desapareceu, até hoje ninguém no Benfica acha dever aos adeptos uma explicação, mas com Oblak ou sem Oblak, serei só eu a achar que o Benfica precisa de um plano B, de alguém que se esteja a preparar para agarrar a titularidade da nossa baliza, se e quando a oportunidade surgir?
Serei só eu a achar que neste momento a baliza é um dos pontos mais fracos da equipa, e que nem Paulo Lopes nem Mika parecem ser alternativas viáveis?
P.S. Parabéns a quem teve olho para contratar Markovic. Após apenas três jogos particulares, arrisco-me a prever que vai ser um dos "grandes" do futebol mundial, e que baterá o record de transferências de um clube português. E com Jorge Jesus como treinador, não podia estar em melhores mãos. Muito, muito boa contratação!
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