Ponto prévio : Vejo jogos de futebol – mesmo os do Benfica – com a razão e não com o coração. Como sou treinador de futebol de formação, procuro sempre tirar ilações sobre os jogos que vejo.
Como tal sou um menino comparado com a experiência de JJ e da sua equipa técnica. Mas neste primeiro jogo que vejo do Benfica 2013 / 2014, há tanta coisa com que não me identifico neste Benfica, pelo menos no jogo de hoje.
JJ ao que tenho lido da imprensa desportiva diária -que tenho lido todos os dias num espreguiçadeira à borda da piscina em Vilamoura, à espera de ficar com a cor do Bruno Cortez – mudou o sistema táctico. “Colou-se” às equipas de referência europeias, ou aos seus colegas treinadores de Elite da UEFA, que se encontram pontualmente em Genebra.
Apresenta-se o Benfica num 1x4x2x3x1 ao contrário do 1x4x1x3x2 das últimas épocas. A ideia será ( talvez ) permitir uma melhor circulação de bola na 1ª zona de construcção do terreno, dando sobretudo maior largura ao jogo em vez do que estávamos habituados, uma equipa forte na transição defesa x ataque, com um jogo vertiginosamente vertical.
O Benfica inicial que vi hoje, tinha Rúben Amorim e André Almeida, nas posições que serão a “6” e a “8”. Ambos estiveram longe do que seria pretendido. Sem bola nunca foram suficientemente pressionantes pois estiveram demasiadamente posicionais no processo defensivo. Grande parte do tempo a jogarem em linha, quase nunca fizeram cobertura um ao outro. Isso permitia que o Levante, sem grande qualidade técnica e com uma dinâmica baixa, mesmo assim conseguia sair a jogar de trás, circulando a bola no corredor central, chegando perto da nossa área.
Sim, existem outras razões para que tal acontecesse. Se tivesse havido Rodrigo em campo, ( Só dei por ele quando escorregou ao marcar aquele livre – Ou arrebenta de vez este ano no Benfica ou…) que era o primeiro homem a condicionar a saída de bola do Levante, com Djuricic ainda a adaptar-se aos princípios de jogo do Benfica, e com Ola John irritantemente lento de dinâmica, de processos, de execução e cognitivamente e com Sulejmani também ( tal como Djuricic ) na fase de adaptação e com a agravante do imenso tempo parado na última época.
Estes para mim eram os factores que permitiam o Benfica sentir dificuldades no processo defensivo.
Com bola houve algo que me irritou e bastante. Compreendo e também o faço nas minha equipas, jogar com os extremos nos lados contrários ( o canhoto à direita e o destro à esquerda ) mas fazê-lo durante 45 minutos é parvoíce redonda quando se tem um canhoto e um destro. E esse pormenor para mim retirou profundidade no processo ofensivo da equipa. Mais curioso é que na 2ª parte Gaitán jogou sempre na esquerda e Sálvio sempre na direita…
Na pré época, o resultado é o que menos me interessa, apesar de admitir que vencer, é sempre positivo para sentir a dinâmica de vitória. Mas o mais importante são os processos da equipa, identificar lacunas e melhorá-las.
Lacuna número 1 – De que vale a pensa cruzar bola para a área se não temos um cabeceador nato, ou pelo menos um “ponta de lança” com presença na área ?
Lacuna número 2 – Jardel. Apesar de ter ganho uma bola de cabeça numa bola parada em situação defensiva, 4 meses depois, borrou a pintura no golo. É lento a executar, tal como no deslocamento e na reacção, não joga na antecipação. Que saudades tenho das notícias de 2011 e do interesse do Bayern de Munique nos seus serviços…
Lacuna número 3 – Rúben e Almeida são dois “6 e ½” e nunca serão dois “8”. Mas mais vale os dois em campo, do que ver Roderick no meio campo. André Gomes joga mais com um deles do que os dois juntos em campo.
Lacuna número 4 – Quando Artur chegou ao Benfica era uma coisa. Agora é outra. A única alteração que ele teve além de trocar de clube, foi trocar de treinador de guarda redes. Agora cada um que tire as suas ilações….
Agora breve alusão aos “reforços” desta época.
Lisandro é reforço e caso Garay venha a sair, teremos substituto à altura. Sílvio por vezes para-lhe o relógio. Aquela entrada de hoje, lembrei-me do que li sobre a expulsão que sofreu contra o Sporting. Se o João Cancelo jogasse no At. Madrid estava na equipa principal não estava ? Treinava com a equipa A e jogava na B se a aposta fosse Maxi. Cancelo hoje voltou a abrir o livro. É neste momento o melhor lateral direito do Benfica e arrisco-me a dizer do país…
Bruno Cortez pelo que vi hoje e pelo que li antes, está a evoluir. Do que conheço dele no São Paulo, pode surpreender e muito. É preciso entender que estava sem jogar desde Março creio eu. Mitrovic não jogou e Steven Vitória se veio é porque Jardel está de saída. Como se diz mesmo…”A cara de um, focinho do outro” ?
Djuricic conheço-o bem, no Herenveen jogava mais na linha, do lado esquerdo para procurar jogo interior, neste momento está atrás de Markovic para a posição “9 e ½”. Markovic é um puto de um jogador !! Também já o conhecia e só tenho pena do que li antes de ele vir para o Benfica que será o novo Ramires…Em trânsito para o Chelsea – Espero que não !! –
Sulejmani é mais Enzo Perez do que um Gaitan ou Sálvio. Precisa de ganhar ritmo, voltar a ter rotinas e ritmo de jogo.
Fariña…Deu boas indicações, mas se queriam um 10, tinham o Quintero – Vai ser craque não duvidem…- Ou Carlos Auzqui. Se o Benfica andou a ver jogos do Estudiantes por causa de Dúvan Zapata, têm notas deste miúdo de 1991 de certeza. Só destoa porque é baratinho…1 milhão e negócio feito.
Já agora para finalizar os pontas de lança. Havia Heleniusdo Aalborg, também de 1991 – 1m95cm – assinou pelo Aston Villa por 2 milhões. Havia Cornelius que foi para o Cardiff. Houve mais que tempo para concluir o dossier Tacuara. Vamos ver o que “nos dará” LFV
De Vilamoura para o Universo Benfiquista
Snortinho ( mais conhecido pelo Caipirinhas !! )
P.S. - Andei desaparecido por afazeres profissionais. Estou a dever uma "posta" sobre o futebol de formação do Benfica. Não está esquecido.
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