Jorge Jesus, na ausência de um líder no futebol do SLBenfica, assume assim um prémio de ascender ao lugar de Manager do SLBenfica, com responsabilidade directa sobre a contratação de jogadores e gestão das equipas principal e B do SLBenfica.
Terá sido uma "manobra" muito arriscada e, porventura, desnecessária de Luís Filipe Vieira depois do legado que traz Jesus, que culminou numa quarta temporada sem títulos e com alguns casos de indisciplina à flor da pele e criticas de jogadores (menos utilizados, é certo - Aimar, Nolito, etc).
Por outro lado, entregar a liderança da primeira etapa "pós-formação" dos jogadores a um treinador inexperiente, sem qualquer "tradição" ou obra feita na formação... É totalmente incompreensível.
Desta forma, Luís Filipe Vieira "entrega" a liderança operacional do futebol a Jorge Jesus â entrada do quinto ano como treinador e com apenas um título de campeão conquistado.
Reforço desde já que sou totalmente favorável à permanência de Jesus, mas irrevogavelmente (mas não à Portas) contra a forma como o Clube se permitiu ficar refém de um treinador que tem justificado apenas pela via de rentabilização de jogadores e que recebe dos mais altos ordenados da Europa (4M€/ano).
Muito tenho lido sobre Jesus e os seus "records" obtidos. Semanalmente lia-se nos jornais, que era o melhor desde fulano, era o que tinha mais jogos europeus, era o que tinha mais golos marcados em balizas rectangulares e com bolas redondas, enfim... A imprensa (a pedido) tem enchido o Jesus de "records" que valem coisa nenhuma.
E com isso... Vimos um Jorge Jesus aparecer na entrevista ao Moniz como se nada se tivesse passado nos últimos três anos e como se a culpa de ele não ser um treinador vitoriosos fosse de todos menos dele. Como prémio, ganha ainda mais do que ganhava antes e têm ainda mais responsabilidades do que tinha antes.
Para mim, no que me diz respeito, avalio um treinador pelos resultados desportivos e nesses, o único record que Jorge Jesus consegue é o de ser O ÚNICO treinador da história do SLBenfica que em quatro anos no clube... Só conquistou um título de campeão.
Até Artur Jorge, à excepção dos treinadores interinos, todos tinham conquistado títulos de campeão (pelo menos) e habitualmente mais que uma época significou quase sempre mais que um título.
Apontar Jorge Jesus, neste momento, como um treinador para a história do SLBenfica é, como vem sendo habitual, desprezar a dita história do SLBenfica. Com este alargamento de poderes, Jorge Jesus não consegue mais que ser um "Arsene Wenger do Benfica" - um treinador com longevidade e sem títulos (o francês tem três títulos em 18 anos) - e não um "Ferguson da Luz" como querem fazer dele (13 campeonatos em 26 anos), a não ser por alusão ao facto de o escocês ter andado de 86 a 93 sem ganhar, mas nessa altura era um jovem treinador com 45 anos e não um experiente treinador com 59, como os que fará Jesus na quarta-feira.
Podem vir com as teorias que quiserem sobre a valorização de jogadores, mas convenhamos que se é certo que nunca valorizámos tanto... Também é certo que nunca tínhamos investido tanto nos jogadores. Ou seja, a valorização é maior, mas porque o investimento em jogadores com potencial também é muito maior...
Dito isto, gostava de abrir a discussão sobre a adequação destas novas (mais alargadas) funções de Jorge Jesus e sobre a adequação de termos um treinador na equipa B sem qualquer experiência (acrescento: benfiquismo).
Ao invés de ter assumido o fracasso e dedicar-se este ano à conquista do título sem macula e sem olhar a outras "diversões" e protagonismos, Jorge Jesus aparece totalmente reforçado nos seus poderes, o que invariavelmente vem reduzir de forma brutal a sua margem de manobra. Quer parecer-me que desta forma, Jesus vai ficar sem espaço na Luz se não entrar rapidamente a ganhar de forma inquestionável e se nao "cavar" já uns resultados que coloquem o Benfica no topo da tabela.
Parece agora claro que não houve qualquer reestruturação de um dos maiores problemas do SLBenfica: a falta de estrutura competente. Saiu Carraça e reforçou-se os poderes de Jesus, "mostrando" mais o Lourenço Coelho. É a chamada "cosmética", ou então a demonstração que a maior preocupação do Clube não são os títulos, mas a dita marca que agora circula nos jornais de fazer 80M€ em vendas.
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