O Museu das Taças antigas e já cheias de pó

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السبت، 13 يوليو 2013

O Museu das Taças antigas e já cheias de pó

Os dissabores da vida tornam-nos mais amargos, mais cínicos. E isto não é só no futebol mas em tudo, nas nossas relações amorosas, pessoais e profissionais.

E por isso admito que não parto para esta época com especial otimismo. Chamem-me pessimista se quiserem, mas sempre disse, e muitas vezes aqui o escrevi, que uma das piores coisas que nos podem fazer no futebol é roubarem-nos a ilusão. Sem ilusão, o fervor clubístico vale zero.

Mesmo na época passada, parti para ela com grande descrença. Aqui escrevi, logo no inicio, que se o FCPorto, por ter sido campeão era o grande favorito à conquista do titulo, depois das vendas de Javi e Witsel na reta final da janela de transferências, o FCPorto tinha tudo a seu favor, sobretudo a meio campo onde era bem mais maduro e consistente.

Alguns dirão que foram ofertas irrecusáveis. Pois se calhar até foram. Mas acho que não é assim que se fazem as coisas, quando nos últimos dias se vende o coração da equipa (sim, vende, porque mesmo o Zenit não depositou na conta do Benfica os 40 milhões a pronto da clausula de rescisão, ao contrário do que RGS disse na SIC), o mesmo foi dizer para Jorge Jesus: “Homem, como sabes o objetivo é ganhar tudo, agora desemerda-te.”

E Jorge Jesus desemerdou-se realmente, porque fazer a época que o Benfica fez, todos os sonhos que despoletou e acalentou, adaptando Enzo ao centro e fazendo brilhar Matic sem nunca terem substituto à altura, senão dois miúdos vindos da B que naturalmente se mostraram verdinhos em muitas fases decisivas da época quando era preciso dar mais qualquer coisa, tudo isso se deve a Jorge Jesus. A mais ninguém.

Com duas vendas não devidamente compensadas, se compromete um ano de sonhos e um orçamento de 100 milhões de euros. Pior, para mim, só quando aqui há uns anos, LFV vendeu Simão no último dia de inscrições, matando logo aí qualquer hipótese de sucesso a Fernando Santos. O mau da fita, foi claro, o treinador, mas foi-o realmente?

Eu não gosto de virar o bico ao prego, e não passei seguramente a ser contra tudo aquilo que antes apoiava. Não vou tirar a LFV os seus méritos da inovação, da credibilidade, da recuperação, do pioneirismo, ou até do esforço evidente em dar ao futebol do Benfica a dimensão que lhe tem faltado. Mas também acho que é tempo, até para a minha própria sanidade mental, de começar a separar o trigo do joio, e o trigo aqui, nesta fase em que o clube atravessa (e vou repetir, NESTA FASE EM QUE O CLUBE ATRAVESSA, porque entendo que no passado a condescendência para com o joio tinha de ser bem maior) o essencial, repito, são vitórias no futebol. 

E para esta época portanto, não contem comigo para grandes paninhos quentes, para ah e tal que para o ano é que é, porque a minha escassa ilusão já não me permite tal coisa. Isto é hora de analisar as coisas com frieza e objetividade, e só há dois caminhos: ou se ganha ou se perde, não há nada no meio.

E verdade seja dita, bem sei que já contratámos vários jogadores, que o esforço foi feito, que alguns deles até se vislumbram como craques e espalharão magia com certeza, nos relvados portugueses. Mas continua, para mim, a faltar o essencial: a ilusão nos olhos dos adeptos, e uma classe dirigente capaz de alimentar essa ilusão, não com BenficaTVs ou Museus, mas com palavras e ações, e mensagens certeiras dirigidas aos coração dos adeptos, e ao futebol porque é futebol o que corre nesses corações. 

E que vejo eu? Mais do mesmo! Acho absolutamente inconcebível que 2 meses após o final de época, LFV não tenha ainda falado aos Benfiquistas fazendo uma análise fria à situação, apontando onde estão os erros e as medidas adotadas para os corrigir.  Acho absolutamente inconcebível, a entrevista que Jorge Jesus deu à Benfica TV, com mais fanfarronice e auto-elogios, e uma clara incapacidade em reconhecer qualquer erro próprio.

E também aqui, convém dizer, continuo a achar Jorge Jesus um excelente treinador e alguém capaz de nos devolver a glória que almejamos, tal como acho ao mesmo tempo que é ele quem tem segurado LFV nos últimos anos, e que se JJ ainda não saiu, é porque LFV sabe melhor que ninguém que saindo Jesus, em termos de conhecimento do futebol não sobra nada na estrutura e retrocedemos 10 anos! 

Mas, por amor de Deus, alguém ponha a JJ uma rolha na boca! Haja alguém que lhe diga, AO FIM DE 4 ANOS, aquilo que pode e não pode dizer! Mas será possível, que ao fim de três anos de desaires, da boca de JJ saia sempre a sensação de que acabámos de ganhar tudo quando na verdade não ganhámos nada?

E que dizer do verdadeiro Diretor de Comunicação do clube, Rui Gomes da Silva, que semanalmente monta o seu próprio circo em direto na SIC Noticias, colocando o nome da instituição no livro do anedotário do desporto nacional? Que falta de classe, é tudo o que me apetece dizer!

Tal como acho inconcebível, as intervenções desse mestre da comunicação chamado João Gabriel! Ou a dispensa do Carraça, não pela dispensa em si mas, porque é mais do mesmo, mais areia atirada aos olhos dos adeptos, como se subitamente, e passados 11 anos de LFV, o presidente tenha encontrado o grão de areia que emperrava o funcionamento da estrutura, e agora tudo vá funcionar em pleno, graças a um Coelho qualquer. 

Assistiu à entrevista de José Veiga à CMTV Sr Luís Filipe Vieira? Eu espero que sim, para que tenha percebido finalmente e de uma vez por todas, aquilo que falta: Conhecimento, capacidade, profissionalismo, tomates, SOBRETUDO TOMATES e CAPACIDADE de LIDERANÇA, ir por exemplo à TV e saber falar e expor as suas ideias.

Numa hora de entrevista, Veiga pôs a nu todo o amadorismo que reina na nossa estrutura do futebol. E eu estou-me marimbando para o Veiga, ou se o veiga volta ou se o Veiga vai, ou se o Veiga é do Benfica ou do Porto. O que sei é que falta ao Benfica um José Veiga, seja esse Veiga quem for.

Nos correntes moldes, é-me de facto difícil manter a ilusão de que algo melhor está para vir, quando da parte de quem nos dirige parece estar tudo bem, não há nada de errado como o seu silêncio demonstra, e todos nós calmamente e ano após ano, a ver os milhões serem gastos, o museu carregado de taças antigas e cheias de pó, sempre a ver as traineiras passar.

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