O mau exemplo do Futsal III

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Monday, July 1, 2013

O mau exemplo do Futsal III



Portugal, 1 de Julho de 2013



O dia seria mais apropriado para escrever sobre os direitos televisivos cujo contrato de 12 anos, por negócio (ou negociata) de Vilarinho e Vieira com a Olivedesportos, terminou ontem dia 30 de Junho. Mas dado que os direitos televisivos justificam um bom texto com alguma pesquisa, e o tempo que tenho infelizmente não é muito, por razões de excepcionalidade profissional, volto ao tema do Futsal, onde os erros se sucedem a velocidade estonteante.


No texto I, escrito em Março vaticinei que o novo treinador João Pinto, que vinha substituir o despedido Paulo Fernandes, iria falhar os objectivos com toda a certeza, por razões que detalhei. No texto II sugeri qual deveria ter sido a postura da Secção na gestão dos resultados menos bons que a dada altura da época aconteceram, devendo ter sido privilegiada a defesa da liderança de Paulo Fernandes e criticados os desempenhos de algumas arbitragens, grosseiramente evidentes na sua má qualidade e prejuízo da equipa do Benfica.

No texto II escrevi também que a opção pela mudança de treinador trazia já um problema antes da época ter sequer chegado ao final: se a equipa falhasse, como tudo apontava pela superioridade do SCP e pelos erros de arbitragem que aconteciam na proporção de 2 para o Benfica e 8 para o SCP, o que iria acontecer é que a Secção teria mais um problema para resolver. Escrevi: A pergunta que se impõe é: e agora? Alguém consegue imaginar a nova época ser iniciada com o actual treinador, que estava condenado à partida, e que ao longo da prova apenas confirmou que o problema do Futsal, não era de treinador? Alguém consegue imaginar a Direcção reconstruir uma equipa de Futsal para salvar “a pele” deste treinador (e da Secção), sem serem confrontados com a pergunta “se o problema era de plantel, porque despediram Paulo Fernandes?”?


Com a idade que tenho não me surpreendo com qualquer coisa. Mas reconheço que a Secção me surpreendeu novamente. Deixando a inteligência no cacifo, a Secção optou por manter o novo treinador e não renovar contrato com 3 jogadores que foram preponderantes ao longo da época, salvando um pouco a nossa face ao contribuírem decisivamente para estarmos na final dos Play-offs: César Paulo, Davide e Diego Sol. 


De certa forma isto é apenas a continuação do “filme” que se iniciou com a descabida despedida do treinador Paulo Fernandes. Um “filme” que irá acabar numa época pior que a anterior (onde vencemos a Supertaça), com nova revolução no final, que - finalmente - poderá incluir a própria Secção. Um “filme” sem "happy end" e que significará a injecção de mais dinheiro para restaurar os índices de competição perdidos por este conjunto de “decisões de manual” que a Secção tem tomado, em claro prejuízo dos superiores interesses do Benfica e dos seus sócios e adeptos.


Ora bem. Persistindo no erro, já que também a opção por João Pinto se revelou errada pela falta de carisma facilmente detectada (e sem carisma não há liderança forte por mais competências que se tenham), a Secção continua a sua “fuga para a frente”: agora são os jogadores a pagar a factura da má época.  


E chegados aqui, se isto era uma opção que estava em cima da mesa (reconstruir a equipa para salvar a “pele” do treinador e da Secção), as opções já feitas mostram um certo carácter persecutório para com os atletas brasileiros, querendo passar a ideia que haverá um lobbye de brasileiros que “comem muito feijão e jogam pouco”. A somar aos 3 que terminavam contrato, fala-se que estão a tentar rescindir com Diece porque ao fim de 4 anos, descobriram que tem salário elevado (versão BOLA). Pensei que só via estes disparates nos outros clubes, mas o Benfica afinal não é assim tão diferente...

A tese do lobbye ganha alguma expressão porquanto em simultâneo, renovaram contrato mais um ano, com Gonçalo Alves e mais 2 anos com Bruno Coelho. Ambos portugueses por mero acaso.


Ora este tipo de opções, ao contrário do que pensam os intelectuais de pacotilha que estão a planear a próxima época do Futsal do Benfica, vão acrescentar pressão sobre os “eleitos”, os “meninos bonitos” que ficarem. Pois estes sentir-se-ão sempre na obrigação de mostrar que têm capacidade para dar a volta ao “texto”, têm qualidade para justificar as opções que foram feitas em seu favor, etc. Ora jogadores de alguma forma pressionados, rendem menos. E a equipa ganha menos.


A sorte da próxima época do Benfica dependerá mais do SCP e dos cortes orçamentais que venham a fazer na modalidade, do que própriamente das virtudes das opções da Secção do Benfica, que só sabem fazer algo que estamos fartos de conhecer: primeiro sai o treinador porque não ganha, depois sai parte do plantel porque afinal estava acomodado(imaginem se Jesus sai da equipa principal de futebol)...


Por último, consta-se que o Benfica vai reduzir aos custos do Futsal. Ora, considerando que a redução de custos no Basquetebol se deveu a não precisarmos de uma equipa tão forte, perante um panorama competitivo tão mediano, a pergunta é: porque se reduz então no Futsal? Que dizem os adeptos da teoria do “milagre económico”? Li, num comentário na BOLA online que o SLB clube, tem um activo de 15,500 milhões de euros, e um passivo de 99,300 milhões de euros. Alguém me pode esclarecer se estes números são verdade? É que João Vale Azevedo, o “papão”, já não está cá vai para 13 anos...

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