Continuidade de Jorge Jesus
Dúvidas nenhumas quanto à qualidade e competência do treinador. Algumas dúvidas porém, se a sua continuidade é neste momento a decisão certa. O episódio Cardozo e o episódio Enzo são reveladores (talvez) de um certo mau estar no balneário que pode ser fatal. Todos sabemos como Jorge Jesus leva os seus jogadores ao limite, como os desgasta física e mentalmente, como lhes quase exige a perfeição. E tudo isso é muito mais fácil de exigir quando se ganha, quando os resultados comprovam o acerto das decisões de quem comanda. Quando não se ganha é normal que a duvida se instale. E como sabemos a duvida instalou-se na Direção, nos adeptos, e evidentemente, nos jogadores também. Continuará Jorge Jesus a ter os jogadores do seu lado? Essa é a principal questão que só os primeiros jogos da nova época dissiparão.
O Dossier renovação
Uma verdadeira anedota. Primeiro Jorge Jesus quer mas a direção não sabe se quer. Depois a direção já quer mas o treinador não quer pensar no assunto naquele momento. Depois o Presidente confirma a comunhão de ideias e quase anuncia o casamento mas o treinador diz que não é hora de falar em renovações e que tem de ponderar várias coisas. Depois a direção parece que já não quer, o treinador quer e o presidente não se sabe se quer. E duas semanas após o términos da época ainda não se sabe quem é o treinador! Podia ser pior?
Calado é um poeta
Pode ser azar apenas, mas também pode ser karma. Desde que LFV abriu a boca este ano a seguir ao jogo do Marítimo, vencemos um jogo, ainda assim sofrível, frente ao Moreirense. Facto. O ano passado, desde que LFV abriu a boca em direto na televisão para anunciar o disparate de que só falaria de arbitragens quando estas fossem profissionais, foi comer e calar até ao fim, com perdas de pontos irreparáveis, fruto de erros dos homens do apito. E o presidente, surdo e mudo, cúmplice e refém do silencio que anunciou. Ao fim de 12 anos Sr Presidente, há erros tão primários que até o mais fiel dos adeptos já tem dificuldade em perdoar.
A politica de Comunicação do Clube
Continua um desastre, um verdadeiro desastre, de um amadorismo puro. Pode-se claro culpar todos os Gabriéis deste mundo mas, a verdade, nua e crua, é que a comunicação do clube deveria ser responsabilidade do Presidente do clube, e o problema aqui é que a sua impreparação para esse tipo de responsabilidade é absolutamente gritante. Onde anda o líder nas horas difíceis?
Jorge Jesus
Que um banho de humildade tenha tomado conta de si, são os meus desejos. Que tenha aprendido de uma vez por todas que num clube como o nosso, não há épocas de sonho antes de se conquistar porra nehuma. Que saiba assumir responsabilidade pelos fracassos, porque se os orçamentos dos clubes permitem justificar derrotas com FCP ou Chelsea por exemplo, já o mesmo não serve para justificar derrotas com Guimarães em finais de Taças nem com Bragas em meias finais de Liga Europa. O Benfica não é ainda a tal super potencia que o seu discurso por vezes anuncia. Estamos perto de ser essa tal grande equipa? Acho que sim. Mas falta ainda algo, que não é técnica nem é tática nem é jogadores, mas uma pequeníssima mas grande coisa chamada MENTALIDADE. Será capaz de nos dar isso?
Prioridade ao Campeonato
O ano passado Jorge Jesus assumiu que a campanha na Liga dos Campeões prejudicou a nossa sorte no campeonato. Todos os adeptos ouviram e compreenderam. Este ano porém o problema repetiu-se, e Jorge Jesus TENTOU ser fiel às suas palavras um ano antes e disse por exemplo que a equipa que primeiro saísse da Europa teria mais possibilidades de ser campeã nacional. Muitas vezes JJ assumiu o cansaço e as limitações do plantel numa luta em 4 frentes. OS SÓCIOS ACEITARAM? CLARO QUE NÃO! Os sócios exigiram sim lutar por tudo e nada de prioridades. Jogar até estoirar. É essa a mentalidade dos grandes clubes, aceito. Mas o Benfica não tinha plantel para isso. Perdemos em Braga a Taça da Liga nas penalidades e já quase caiu o Carmo e a Trindade. Exigir-se conquistar tudo quando em Dezembro se vende Nolito e Bruno César e Aimar não saiu por acaso, e quando no plantel só existe um lateral e dois médios centros competitivos, é verdadeiramente utópico. No Benfica não há pois lugar a prioridades, e essa é uma das grandes lições da corrente época.
António Carraça
Não percebo, ninguém percebe qual o papel deste senhor. Para que serve um diretor desportivo se nunca aparece para dar a cara? Para que serve ele se nunca serve para fazer de escudo entre o balneário e o exterior? Ao fim de 12 anos Senhor Presidente, onde está a estrutura ganhadora, a estrutura capaz, a estrutura competente? E isso, Sr Presidente, também tem a ver com roubos de arbitragens ou consequências da gestão de Vale e Azevedo? São 12 anos Senhor!! DOZE!!!! E o amadorismo ainda prevalece em tantos aspetos da vida do clube!
As Lágrimas
Que o tornem mais forte Sr Jorge Jesus, é tudo o que peço. Porque sinceramente não gostei das lágrimas após o segundo golo do Guimarães. Faltavam 10 minutos para o jogo acabar Mister. E um jogador seu que olhasse para o banco naquela altura à procura de soluções pouco mais via que derrotismo, descrença, incapacidade e resignação total. Eu sei o que aquela final do Jamor significava para si mas, caramba, aquela era hora de dar um murro na mesa e mostrar o que vale. As lágrimas tinham de ficar para mais tarde.
Rui Gomes da Silva
Inquestionavelmente é alguém que em termos de posições que defende está bem próximo da maioria dos Benfiquistas. Mas o seu tempo de antena, nos atuais moldes, deveria acabar aqui. Deveria afastar-se, reciclar, e aparecer um dia mais tarde com outras ideias e talvez outro discurso. A intenção foi boa, mas o seu discurso fanfarrão só resulta em equipas ganhadoras. Sem ganhar, Sr. Rui Gomes da Silva, é complicado, faz de nós todos motivo de chacota, os bobos da corte, porque não duvide, já agora, que o Sr. é muitíssimo responsável pelo grande crescendo do Anti-Benfiquismo que se tem verificado nos últimos anos. Não perceber isso é andar a dormir.
Nota: Espero que a renovação de Jorge Jesus seja resultado de uma forte convicção do Presidente de que esse é o caminho certo para o clube, e não o de ir apenas pelo caminho mais fácil. Sim, já sei, que alguns dirão que o caminho mais fácil seria despedir o treinador. Mas eu aí discordo. Acho que despedir JJ seria ter de assumir mais uma vez o fracasso, o blá, blá, blá do costume, o início de um novo ciclo, um discurso já completamente gasto.
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