Hoje não é dia para se discutir entre benfiquistas. Já chega as discussões que tivemos de ter com os Anti-Benfica, já chega de noite mal dormida, já chega deste amargo sabor a desilusão.
E por isso compreendo e partilho da frustração do meu companheiro de blogue Shadows, e compreendo até a sua análise fria pelos números. O Shadows, tal como eu, e como qualquer outro que escreve ou comenta neste blogue, o que quer é que o Benfica ganhe, seja com o Jesus, seja com o Jaquim ou seja com o Manel.
E como o Shadows gosta muito, muito do Benfica, e corre atrás do Benfica, e gasta dinheiro no Benfica, e vive e respira o Benfica neste blogue, está frustrado, como todos estamos, deve ter tido uma noite horrível como todos tivemos, e quer na manhã seguinte, resolver o mal pela raiz, identificar o que está mal, e correr com as pessoas que segundo ele são responsáveis por tudo o que está mal (embora nunca pelo que está bem), e trazer outras (que ninguém sabe quem são), que irão seguramente fazer muitíssimo melhor, eventualmente vencer um jogo no Dragão, eventualmente vencer um dos tais jogos decisivos de que o Shadows fala, porque naturalmente, já todos percebemos que os jogos decisivos para o Shadows são sempre aqueles que se perdem, nunca os que se ganham (que são muitos).
Jogo decisivo era com o Estoril em casa. Jogo decisivo porquê? Porque não vencemos, claro. Claro que a vitória no Marítimo não foi decisiva, a vitória com o Sporting não foi decisiva, a vitória em Guimarães também não, e a de Braga muito menos. Esses nunca foram jogos decisivos porque, claro, ganhámos.
Eu não percebo, sinceramente, as criticas ao Benfica do jogo de ontem. O Benfica fez ontem no Dragão um jogo conseguido, um jogo maduro, um jogo que nunca ofereceu perigo para a nossa baliza, exceto no último minuto. Um golo sofrido num auto golo, dois golos oferecidos contra o mesmo Porto no Jogo da Luz por disparates de dois jogadores.
O Benfica não quis ganhar o jogo? Não concordo. O Benfica quis ganhar o jogo mas o resultado e o desenrolar do tempo do jogo jogava a nosso favor. Primeiro que tudo era preciso segurar o ponto, e esperar que numa ou noutra jogada, o contra ataque saísse e matasse o adversário. Saiu poucas vezes, concordo com isso.
Em relação ao Jesus e ao Shadows, é certo que o Shadows nunca foi muito à bola com o Jorge Jesus mas, ultimamente, ele aí estava já como um defensor da renovação, dizendo até, em resposta a um post meu: “Mas JJ tem gerido as coisas de forma muito competente na segunda parte da temporada.
E este JJ, sim ESTE, merece continuar no clube.”
E este JJ, sim ESTE, merece continuar no clube.”
Temos claro de alterar o que escreveu para “segunda parte da temporada, EXCETUANDO os últimos 2 minutos do jogo do Dragão (jogo que representa fielmente para mim, aquilo que estava a ser uma gestão de jogo competentíssima, tendo até em conta que na quarta feira há uma final europeia para disputar e nem tínhamos tido de suar muito)
Tudo muda de facto, num remate, numa bola no post, num ressalto que entra ou não entra na baliza, e hoje, claro, para o Shadows e para muitos outros seguramente por esse pais fora, é hora de tirar deste blogue a tarja que exige a renovação imediata do treinador Jorge Jesus e colocar uma que exija a imediata contratação de outro treinador qualquer. Seja ele quem for. Que não será seguramente Mourinho nem Guardiola, por isso é mesmo preciso agarrar algum génio que ande por aí perdido, e que seja capaz de garantir em 29 jogos, mais do que 23 vitórias, 5 empates e uma derrota.
Na realidade, muito do que o Shadows diz também é correto, e nestas últimas duas semanas cometeram-se dois erros muito graves: O primeiro, as palavras de Vieira, já, como tanto gosta, a celebrar as coisas antes do tempo. A segunda, a própria celebração da equipa no relvado depois da vitória na Madeira.
No geral, sou sempre contra análises a quente e, vamos esperar pelo fim da época para análises mais elaboradas mas, acho que Jorge Jesus não errou no jogo de ontem, acho que Jorge Jesus falou muitíssimo bem no fim do jogo (tendo em conta o abalo que sofrera minutos antes), assumiu as culpas pela derrota, acho que o Benfica não devia ter cortado em falta todas as jogadas do Porto como o Shadows defende, já que todos perceberam que o perigo para a nossa baliza só poderia vir de bolas paradas, e acho que o ajoelhar de Jorge Jesus no fim do jogo é o ajoelhar de todo o Benfiquista que sente ter morrido na praia uma vez mais. A pressão era imensa (para toda a gente) mas, a maior parte dessa pressão estava nos ombros de Jorge Jesus e, ignorar esse facto é não perceber o óbvio.
E agora? Agora é concentrar-nos no jogo de quarta-feira, e esperar que Vieira puxe das notas para oferecer um prémio de jogo bem chorudo aos jogadores do Paços no jogo de Domingo, para que comam a relva como o Estoril comeu contra nós.
Realmente custa, e custa muito, porque este Porto não joga nada. Mas também é verdade que para alguns Benfiquistas é um castigo merecido, para todos aqueles que por exemplo nunca escondem a cagança e reservam até o Marquês antes do tempo.
Do contacto que vou tendo com outros Benfiquistas, conheço alguns que me dizem que a única coisa boa que advém deste abalo é poderem ver a cara de Rui Gomes da Silva no “O Dia Seguinte” de amanhã.
O meu pai, antigamente um grande Benfiquista e cada vez mais um que se borrifa para a bola, torceu ontem pelo Porto por causa deste senhor.
Pessoalmente, é um “estilo” com que não me identifico, com que nunca me identifiquei, e de que não gosto, e que tem fomentado e muito o ódio cada vez mais exacerbado ao nosso clube pelos Anti-Benfica nos últimos anos, representado na figura de Rui Gomes da Silva, na gabarolice, no facciosismo, na sobranceria, na falta de humildade, e uma certa arrogância que a derrota de ontem também pune.
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