Portugal, 23 de Maio de 2013
3 dias depois do final do campeonato confesso que ainda tenho as ideias um pouco confusas e não percebi bem o que se passou para perdermos um campeonato por 1 simples ponto. Se noutros anos a diferença pontual existente para o crónico vencedor, ainda me provocava alguma incerteza nas minhas convicções sobre o modelo que leva o FCP a ser sempre campeão, desta vez não tenho esse álibi e apenas fico a olhar para a tabela classificativa interrogando-me “como foi possível?”.
Antes que venham os adeptos estoicistas com o choradinho habitual que as culpas do mundo ser um lugar tão mau, serem todas da nossa exclusiva responsabilidade, lembro que esta equipa do Benfica fez mais pontos que o FCP de Hulk no ano passado (esta é para alguns que querendo criticar Jesus, afirmaram que o castigo de Hulk ajudou o Benfica a ser campeão em 2010), lembro que esta equipa do Benfica fez mais pontos do que a equipa campeã em 2010, lembro que esta equipa do Benfica fez mais pontos que o FCP de Mourinho, quando em simultâneo ganhou a Taça UEFA num ano, ou a Champions no ano seguinte.
Esta equipa que é a equipa do Benfica com melhores resultados nos últimos 20 anos, conseguiu fazer 85,6% de pontos e mesmo assim não ganhou o campeonato.
Perante tão óbvia constatação restam duas hipóteses: 1) dar os parabéns aos vencedores porque foram efectivamente melhores e conseguiram com essa qualidade fazer mais 1 pontos, 2) concluir que pelo contrário, este campeonato perdido por 1 ponto prova à saciedade que há limites para o mérito, limites colocados pela manipulação dos erros de arbitragem, manipulação que influencia o mérito de uns e de outros, aumentando ou diminuindo-o conforme a cor da camisola.
Eu sou, desde há mais de 20 anos, apologista da opção 2. Desde que o clube da minha terra jogou contra o Rio Ave, na altura na 2ª divisão e no sábado anterior, tive uma conversa com o presidente de um clube vizinho (também na 2ª divisão e treinado por Freitas, ex-jogador do FCP), na qual ele me disse friamente “o árbitro vai ser o José Silvano e já perdestes”. Como não queria acreditar nas certezas desse presidente e amigo, fui ver o jogo. E vi como se faz...
O futebol nunca mais foi o mesmo para mim e com facilidade percebi como é que a máquina portista ganha os campeonatos enquanto em Lisboa se muda de jogadores, treinadores e presidentes. Com o passar dos anos fui adicionando peças ao puzzle, peças que me foram chegando de pessoas com credibilidade no meio. Até de sócios do FCP com conhecimento da matéria.
Tudo se resume a ter o controlo de todas as variáveis da arbitragem, que agora ao contrário dos tempos de Mourinho, é agora total. Antigamente o FCP controlava alguns árbitros, com prendas, meninas, empréstimos, etc. Contudo esses árbitros, eram penalizados quando erravam de forma evidente, sendo prejudicados nas nomeações dos jogos seguintes. Daí o FCP de Moutinho ter sido campeão com 84% e 80% de pontos “apenas”.
Hoje o FCP domina através do Dr.º Fernando Gomes, o presidente da Arbitragem Vítor Pereira (que já estava controlado pelo FCP devido a “pecados” cometidos nos anos 90) e as comissões de acompanhamento técnico, as tais que promovem reuniões de aperfeiçoamento regular com os árbitros. Portanto os árbitros que erram de forma escandalosa, a favor do FCP ou contra o Benfica, têm uma protecção “especial” que se resume a serem poupados à critica no jogo seguinte, mas entrando nas nomeações logo a seguir, nem que seja para jogos da 2ª Liga. Não ganham os 1100 euros da 1ª liga mas ganham 800 euros da 2ª Liga e ainda continuam nas boas graças deste “sistema”.
Assim Bruno Paixão que arbitrou a única derrota do FCP em 3 anos de campeonatos “made” Fernando Gomes, não apita jogos de FCP e SCP e perdeu as insígnias de internacional. Este Hugo Miguel não tarda a ser novamente nomeado para um jogo de algum prestígio e continuará na fila para ser promovido a internacional!
Este domínio que hoje o FCP tem nas diversas variáveis da arbitragem e que não tinha há 10 anos, tem pois a ver também com a estratégia do Benfica para a Liga e para a FPF, que através do Sr.º Vieira apoiou “inequivocamente” a candidatura de Fernando Gomes. Ora perante a evidência dos factos, das duas uma: 1) ou o Benfica admitia o erro desse apoio e passava a criticar o desempenho dos árbitros e os critérios de quem os avalia, 2) ou não admitia o erro e continuava a aceitar de forma passiva e activa, toda a espécie de tropelias praticadas pelos árbitros com prejuízos incalculáveis na auto estima dos benfiquistas e no prestigio do clube.
Alguém viu o Sr.º Vieira comentar a arbitragem do Paços – FCP, como vimos o Sr.º Pinto da Costa dizer que não queria que “este campeonato fosse conhecido como a Liga Capela” momentos depois de ganhar com 1 penalty fora da área? Não viram nem vão ver. O Sr.º Vieira faz parte desta engrenagem. É chocante, mas é a realidade! Voltarei ao tema ...
Post a Comment