O grande tema depois da infeliz noite do passado sábado para os escribas do NGB, não foi se o Jorge Jesus deveria ou não renovar, se deveríamos mandar o Presidente dar uma volta ao bilhar grande e levar o Carraça junto, a 7ª avaliação da Troika ou o 13 de Maio em Fátima. O tema foi :
"Quem vamos convidar para escrever sobre a forma de jogar do Chelsea"
E vários nomes foram lançados em cima do teclado ( sim a malta prefere o teclado do que a mesa ).
Desde o Luís Freitas Lobo, António Tadeia, José Marinho, Pedro Ribeiro, Dani ou o pequeno grande Luís Campos, havia sempre prós e contras e não se chegava a um consenso, até que o Shadows deu um murro no teclado e disse :
"E que tal imitarmos os nossos ex-rivais da 2ª circular, o Sporting, que quando andam tesos apostam na prata da casa ? Já não temos budget para croquetes e minis com torresmos, vamos lançar novamente o Snortinho, como fizemos com o Fenerbahce"
E aqui está o Snortinho para "degustar" lentamente o Chelsea.
O jogo que o Snortinho escolheu para a degustação, foi o Chelsea vs Tottenham da Liga Inglesa.
E para quem já reparou, sim é verdade...Eu falo sobre mim na 3ª pessoa do singular, porque o meu sonho sempre foi ser como o Ricardo "Labreca" ou o Miguel Veloso...Jogadores amadores de Golf que usam aqueles calções coloridos, e andam naqueles carritos brancos a 10 kms/h !!
E começo por vos dizer que o Rafa Benitez ( é aquele badochinha de bochechas rosadas de quem bebeu carrascão espanhol e de bigode e barba "fashion" quem nem assim consegue comer uma bifa às 6 da manhã podre de bêbeda ) é tão cagão como o Jorge Jesus quando joga no Dragão, que até deve ter borrão nas cuecas !! Cuecas sim, porque aquela figura, não pode de maneira nenhuma conhecer os boxers !!
Mas vamos então ao que interessa, depois deste meu momento, tipo substituição de Gaitán por Roderick no Estádio do Dragão....
Com Hazard de fora por lesão e John Terry em dúvida pela mesma razão, a minha aposta do 11 inicial por parte do Chelsea para a Final da Liga Europa é esta :
Se Terry estiver apto, sai Cahill do 11. E Benitez poderá ainda recuar David Luiz para central e colocar o veterano Lampard ao lado de Ramires. Óscar passará do lado direito para o esquerdo pela ausência de Hazard, entrando no 11 inicial, Moses para o flanco direito. Torres será o jogador mais adiantado com o seu compatriota Juan Mata a ser o jogador mais próximo a apoiá-lo.
Olhando para o esquema táctico dá a entender que o 1x4x2x3x1 é uma 1x4x5x1 a defender. Mas não. É mesmo um típico 1x4x4x2, com Mata a colocar-se ao lado de Torres na 1ª zona de construção do adversário. Ramires e David Luíz são os "tampões" do meio campo e os que mais bolas recuperam, apesar de David quando recupera por vezes não toma as melhores opções, o que faz com que o Chelsea perca novamente a posse de bola.
Azpilicueta no jogo contra o Tottenham, defendeu muito no espaço exterior Gareth Bale, deixando muito espaço para o central Cahill. E Ivanovic quanto tem de se colocar numa acção de cobertura a Cole, cria uma "cratera" onde nem Cahill ao vir para a zona mais central, ou David Luíz por ser o médio defensivo dessa zona, ocupam esse espaço que pode ser aproveitado por uma ruptura de um médio. No caso desta final, na minha opinião será Gaitán que terá que aparecer rompendo por este espaço, ou Enzo.
O Chelsea defende à zona, num bloco médio / baixo. Opta alternadamente por fazer pressão alta, onde David Luíz tem papel fulcral.
Mas sente-se mais confortável baixando o bloco, esperando pelo adversário e sair em transição rápida.
Como a imagem documenta, 1x4x4x2 e não um 1x4x2x3x1 sem bola. Nota-se o espaço que deixam para jogar entre linhas ( meio campo e defesa ). Jogando à zona, sem pressão alta.
Um ponto fraco no jogo defensivo do Chelsea são as transições ataque / defesa. Quando se encontra no meio campo adversário, em posse e perde a bola, a equipa tem muitos problemas em se colocar correctamente, sobretudo porque Ramires e David Luíz sobem ao mesmo tempo.
No jogo observado, o Tottenham faz o 1 x 1 por Adebayor numa dessas situações, uma transição rápida por parte dos Spurs depois de um canto ofensivo do Chelsea, onde os Blues não conseguiram criar o equilíbrio para evitar o golo da equipa de Villas Boas, como se pode comprovar na imagem em baixo.
Um pormenor a ter em conta pela equipa técnica liderada por Jorge Jesus, já que o Benfica é muito forte neste aspecto.
Por falar em transições ofensivas, as duas equipas finalistas são muito equivalentes neste aspecto. Nenhuma delas se dá muito bem em posse de bola. Não existe no ADN de ambas as equipas a paciência para jogar em posse. São ambas talhadas para as transições rápidas.
E neste aspecto, Juan Mata é figura central de todo o jogo ofensivo do Chelsea.
É a sua primeira opção, sendo a 2ª mais longe no terreno, Torres.
Juan Mata faz jus à camisola 10 que enverga. Marca cantos, livres, e é peça importante no jogo ofensivo do Chelsea. Raramente a bola não passa pelos seus pés. É inteligente, rápido a executar e no deslocamento. Será Matic que se encarregará de não o deixar jogar.
Se o Chelsea se sente pressionado na 1º zona de construção, Ivanovic jogará longo com o seu pé direito ( apesar de jogar no lado esquerdo do corredor central da defesa.
Cech também baterá longo o pontapé de baliza, onde a referência será Torres e com Mata a fazer o movimento nas costas para tentar surpreender o Benfica.
Os laterais acompanham o ataque, e Ramires é o médio a ter atenção nas rupturas, aparece muito bem no espaço. Torres joga sempre fixo entre os centrais, mas por vezes com movimentos para o flanco direito dando largura na transição, para Mata ou Ramires, aparecerem no corredor central.
O Benfica precisa de ter especial atenção nos lances de bola parada, especialmente nos cantos. Torres, Óscar e Cahill ficam na pequena área. Cahill move-se para o 1º pau ( Pau como Carlos Manuel agora diz ), Torres ao centro, e o jovem Óscar ao 2º poste, como Saviola ficava quando jogava entre nós.
Em jeito de conclusão, são duas equipas com esquemas tácticos diferentes, mas com princípios de jogo com algumas semelhanças. Sentem-se melhor jogando em transições rápidas ou contra ataque, do que em ataque organizado, em posse jogando mais em largura a todo o campo.
Não vai ser na minha opinião um jogo que pela sua qualidade ficará na memória de todos, mas sim um jogo emotivo, com oportunidades de golo.
Acredito que ambas as equipas irão marcar golos, mas espero que o Benfica faça mais golos que o Chelsea e saia vencedor.
Já me chega a desilusão do jogo contra o PSV, não pela derrota nos penalties, mas sim aquela imagem de ver os jogadores do Benfica a correrem em velocidade e as chuteiras a saírem-lhes dos pés, pelas meias novas que estavam a usar, ou a derrota com o Milan, num jogo que perdemos mas caímos em pé.
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