Carta Aberta ao Presidente do Sport Lisboa e Benfica

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Thursday, May 30, 2013

Carta Aberta ao Presidente do Sport Lisboa e Benfica


Exmo Sr. Presidente do Sport Lisboa e Benfica,

Para que fique claro desde já, faça V. Exa. o que fizer é o Presidente do Sport Lisboa e Benfica, o meu clube do coração desde sempre e para sempre. Nesse sentido, mesmo quando discordo das suas decisões, faço-o com o desejo real que tenha todo o sucesso na sua função de Presidente do SLBenfica, seja com as suas ideias ou ouvindo as criticas, pois isso representa o sucesso do Clube que amo. O seu sucesso (ou de qualquer outro nome) é-me indiferente, eu quero é o sucesso do meu Clube.

Não está, para mim, nem nunca estará em causa a sua presença no cargo de Presidnete do SLBenfica, pois V. Exa foi eleito e bem eleito por larga maioria de sócios. Não desejo, como já tenho lido, que saia até porque não conheço quem queira ou demonstre que seja capaz de melhor.

Pelo contrário, desejo-lhe muitos e longos anos na Presidência do SLBenfica, mas permita-me que lhe deixe algumas criticas, porque os elogios deixo-os para os que gostam de se colar aos sucessos para apenar "sorrir para a fotografia" e dizer que ajudaram. Eu prefiro ajudar a corrigir o que entendo não estar bem.


1. O cargo de Presidente do Sport Lisboa e Benfica

Senhor Presidente, bem sei que se tem batido pela não remuneração como um facto de dedicação ao Clube, trabalhando em favor do Clube e sem nada receber, alegadamente em prejuizo da sua vida profissional. Fica desde já a minha sugestão: Altere esta situação!

Para o Sr. Presidente poder ter a sua vida profissional, com o sucesso que lhe conhecemos e para gerir como Presidente do SLBenfica de forma... "presidencialista", o Sr. Presidente tem que ter nas suas empresas e no SLBenfica um conjunto de pessoas/assalariados da sua confiança que "se lhe substituam" quando não pode estar.

Ora, se no caso das suas empresas o Presidente é que sabe, já no caso do SLBenfica, eu prefiro que se dedique a 100% ao clube e seja remunerado em conformidade (e com objectivos em função do sucesso desportivo), do que pague mais do que seria a sua remuneração a um conjunto de "multiplos pseudo-lideres representativos" que acabam depois por não passar de "yes men" do Sr. Presidente. As decisões que tomam, precisam na mesma de si, ou muitas vezes são decisões fracas.

Com isto, o SLBenfica iria reduzir fortemente a dimensão da sua "estrutura", que hoje tem multiplas pessoas, muitas vezes para fazer... as mesmas funções. Isso gera multiplas opiniões, multiplas cabeças, multiplos ouvidos, multiplos "influenciadores", multiplas pessoas a tomar iniciativas/decisões e "não decisões". É a feira das vaidades que se conhece e alimenta tantos. GRANDE ERRO!

É precisamente daqui que vem a ideia de que há gente que manda demais no SLBenfica. Eles não mandam demais, o Sr. Presidente é manda "demenos".


2. A agora famosa... "Estrutura"

Ora aqui está um ponto que agora toda a gente fala, mas que eu já ando a "bater nesta tecla" há muitos anos. Muitos mesmo. É só ler o blog e pesquisar.

O ponto anterior, como pôde perceber, é o elemento principal para se ter uma... estrutura. Ou seja, ter menos pessoas, menos "pseudo-lideres" e uma equipa pequena, dedicada a 100%, apaixonada pelo Clube e remunerada (e bem remunerada) pelo sucesso desportivo. Ser bem remunerado não é vergonha! Vergonha é ser bem remunerado e não o justificar ou merecer.

Tenho algumas duvidas que o Sr. Presidente perceba dos "meandros" do futebol o suficiente para ter a liderança o futebol. Não é vergonha nenhuma e o Sr. Presidente não será menos líder do clube se o assumir. O que importa é que o líder (do futebol) que seja nomeado por si, tenha a sua total e cega confiança, enquanto Presidente, para que ele tome decisões e lidere efectivamente o futebol sem ter que precisar de lhe pedir nada, o que obviamente não quer dizer que o Presidente não seja consultado e chamado a ter a "última palavra" nas grandes decisões.

Em Portugal só vejo dois nomes capazes de assumir essa função: Rui Costa e José Veiga. Saberá, quem lê o blog, que a minha preferência será o José Veiga e que entendo que o Presidente e o José Veiga deveriam ultrapassar as suas diferenças e trabalhar juntos, como dois complementos fantásticos que já demonstraram ser. O Presidente e liderar o Clube e a SAD, o José Veiga a liderar todo o futebol com autonomia desportiva e operacional - obviamente enquadrado e respeitando as superiores decisões de gestão do Clube como um todo e de gestão financeira.

Mas obviamente que entendo perfeitamente que possa haver diferenças do passado inultrapassáveis, na vossa opinião. Acho um desperdício se assim for, mas entendo. Nesse caso, peço-lhe o favor de não considerar hipoteses de "António Carraça 2.0", como é o caso do Carlos Janela (já sugerido por alguns) ou outro, e tenha a coragem de dar esse cargo a Rui Costa.

E é esta a estrutura, Presidente! Fácil, não?
O domínio das grandes decisões deve estar entre si e o líder do futebol que as pensa, define e estabelece prioridades em sintonia consigo e com a Direcção Financeira, para depois as mandar executar operacionalmente: É aqui que entra o treinador, o director técnico, o responsável de logística, a comunicação exterior do futebol e todos os outros operacionais que têm como função EXECUTAR as decisões e respeitar a estratégia.

Neste modelo, pode mudar de treinador 10x em 10 anos... que o impacto é muito relativo. Só se sentirá em campo, nas tácticas e eventualmente na capacidade para, dentro de campo, nos superiorizarmos em função da maior ou menor competência do treinador seremos mais ou menos "à Benfica". Mas jamais perderemos por não dominar os factores exteriores ao campo de futebol, jamais exporemos a equipa ou o treinador a acções que visem fragilizar ou desestabilizar a equipa, jamais falharemos nos momentos decisivos. Estaremos sempre preparados.

Mas temos que ter a nossa estratégia, liderada pelo tal nosso núcleo duro dedicado a 100% ao Clube e a quem todos - os do clube - deverão alinhamento ou... a porta da saída. O Sport Lisboa e Benfica tem gente a mais e liderança a menos.

3. Jorge Jesus deve ficar.

A saída será o caminho mais fácil e, especialmente "boa para todos". Todos mesmo!

Já aqui o escrevi várias vezes. Jorge Jesus deve ficar no SLBenfica, porque não foi devido ao seu trabalho que o SLBenfica não foi campeão, não venceu as Taças da Liga Europa e de Portugal. Não foi!

A renovação de Jorge Jesus é, possivelmente, o "dossier" mais mal gerido desta mais de uma década da sua Presidencia. Já deveria ter renovado em Outubro, quando o Presidente foi reeleito. Mas permitiu, erradamente, que muita gente o influenciasse a a esperar pelos resultados desportivos. Mais tarde, quando quis demarcar-se disso... já era tarde e Jorge Jesus já estava "amassado" por essa sua indefinição.

São essas influências exteriores a si que tanto nos têm custado.

Com os resultados desportivos e a pressão de sócios e dirigentes do SLBenfica, agora o Presidente ficou com um problema complicado para resolver:

- Se mantiver Jorge Jesus irá contra os seus "pares". Demasiados "pares", diga-se! Terá que assumir "sozinho" a decisão de se manter fiel ao que dissera precipitadamente depois do jogo com o Marítimo - nunca mais fale sem ser para falar de factos consumados, deixe-se lá de promessas e popularismos. Terá, com isso, de assumir, em função da forma como comunicar essa decisão, a responsabilidade da pressão que possa vir a acontecer em função de alguns eventuais resultados menos bons. Eu já lhe deixei uma sugestão de como comunicar isto... terá que ser implacável na defesa do treinador e não deixar o minimo espaço para pressões futuras.

Seja como for, manter Jesus e... manter os dois pontos iniciais desta carta aberta por resolver de forma adequada, será na prática adiar um problema para resolver mais tarde. Manter Jesus ou qualquer outro sem resolver os dois pontos anteriores, nunca permitirá que o SLBenfica ganhe de forma sustentada e recorrente. Jesus simplesmente tem a capacidade e competência para se substituir a parte das graves ineficiências da estrutura do SLBenfica... mas isso fragiliza-o, como se vê.

- Se Jorge Jesus sair do SLBenfica, arrisco dizer que haverá pelo menos dois tipos de pessoas satisfeitas:
1) Os que só vêem o golo que entra ou não entra e por isso acham que o problema é o treinador. Terá seguramente entre estes milhares de adeptos e muitos dos seus dirigentes.
2) O Presidente do FCPorto e a sua pequena estrutura de decisão, nomeadamente o Antero Henriques (e se calhar até arrisco incluir o Fernando Gomes, da FPF).

Os primeiros, acham que tudo se resolve com a contratação de uns craques, substituição do Carraça por outro igual mas benfiquista (mais um para queimar!) e com outro treinador (agora é que vai ser!!). E pronto! Simpaticamente alegres até à próxima derrota onde se volta a despedir esta gente toda.

Os segundos percebem que dado que o SLBenfica não tem estrutura no futebol e o Jesus consegue atenuar parte dessas incompetências, o ideal é o Jesus sair do SLBenfica. Se não for para o FCPorto, pelo menos que seja para o estrangeiro.

Há ainda a facilidade que isto traz ao Presidente que, obviamente, não tem que assumir a responsabilidade de enfrentar sócios e dirigentes pela renovação e pode ainda dizer "ele só não ficou porque não quis" - Obrigado Jorge Mendes por teres arranjado uma proposta do estrangeiro!!!

Cómodo, não? Seja como for, a um líder não se pedem decisões cómodas, a um líder pede-se que seja... UM LIDER! Há que manter Jorge Jesus e efectivamente reformular e especialmente encolher a estrutura da SAD.

Ah! E antes que tenha a tentação de dar a Jorge Jesus a liderança do futebol, com um "carrinho de mão" como Carlos Janela ou qualquer outro, fica o aviso: Jesus é excelente treinador... mas um péssimo "tudo o resto". Ou seja, isso seria uma péssima decisão, pois seria permitir a Jesus mais do que pode e tem competência para dar... e com isso abrir a porta a alguém que, melhor ou pior que António Carraça, também não tem "estofo" e dimensão para liderar o futebol do SLBenfica e seria apenas um executante, seria apenas uma solução igual a ele.

4. O apoio a Fernando Gomes

Caro Presidente, esse senhor é o verdadeiro sucessor de Jorge Nuno Pinto da Costa quando ele já não puder mais. Desenganem-se os que consideram o mandato que ele agora iniciou como o último. O Presidente do FCPorto sabe que aquilo vai "mandar um tombo" quando ele sair... e ele não quer estar cá para ver, pelo que, qual "Rainha de Inglaterra" vai ficar e ficar até que a saúde lhe permita.

O futuro poderá ser esgrimido entre Antero Henriques, Alexandre Pinto da Costa (pobre coitado!), António Oliveira e... Fernando Gomes. Este sim é mais inteligente e competente que todos os demais súbditos da "Rainha de Inglaterra", pelo que irá conseguir "coze-los em lume brando" quando chegar a hora.

E essa hora está ser construída desde há três anos para cá! Primeiro na Liga de Clubes, depois na FPF.

Não é preciso ser oposição férrea a Fernando Gomes, nem sequer é preciso declarar afastamentos públicos. Limitemo-nos a não sermos nós os fieis apoiantes de alguém que não hesitará em nos querer subjugar, que não hesitará em nos querer vencer e nos querer ver atrás.

Não temos que ser tipo "oposição política" que estão sempre "do contra". Mas, como já disse acima, temos que ter a nossa estratégia, liderada pelo tal nosso núcleo duro dedicado a 100% ao Clube e a quem todos - os do clube - deverão alinhamento ou... a porta da saída.

Sempre que a nossa estratégia ficar posta em causa pelas iniciativas, acções ou falta delas da FPF, deveremos ser os primeiros a publicamente denunciar e apontar a nossa oposição.


Muito mais poderia ser dito e escrito, mas a missiva já vai longa.

Além do mais, tudo o mais que possa ser dito e escrito, assente em fundações frágeis como as actuais... será apenas desperdiçar tempo e massa cinzenta.

Esta é a minha modesta opinião, só isso mesmo...

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