Luís Sobral in Maisfutebol:
O Benfica deu esta quinta-feira um passo mais para uma época que poderá entrar na história do clube como das melhores de sempre.
As contas finais far-se-ão em breve. Quando se decidir o campeonato, quando chegar Amesterdão e por último no Jamor. Se conseguir vencer todas as competições ou pelo menos duas (se uma for a Liga, claro) será uma temporada fantástica.
Na hora da vitória perante os turcos, Jesus foi sereno e tocou no ponto ao ligar o sucesso com o Fenerbahçe aos quatro anos de trabalho na Luz.
É verdade que muitos dos melhores jogadores do primeiro ano saíram. Outros chegaram, poucos continuam. Mas o treinador está lá com a sua equipa técnica, a direção permanece.
Jesus ganhou no primeiro ano e para muitos benfiquistas «ofereceu» os campeonatos seguintes. É evidente que não foi isto que sucedeu. Pelo menos não apenas isto. Do outro lado houve um adversário com valor, convirá não esquecer.
Mas mesmo perdendo, Jesus manteve uma linha de jogo e o clube não abanou. Continuou a conseguir contratar bem e vender melhor. Discutiu os campeonatos e foi sempre aos quartos-de-final, pelo menos, das provas europeias.
A estabilidade trouxe regularidade e tranquilidade para continuar a trabalhar. Esta época Jorge Jesus foi bom naquele que era o seu ponto fraco: contar com mais jogadores, fazê-los descansar. Conseguiu fazer crescer alguns, muito. Estou a pensar sobretudo em Matic e Enzo Pérez. Mas também em André Almeida e um pouco em André Gomes. Recuperou Gaitán que reaparece numa forma brutal no período que decide a época. Foi firme ao pedir Lima e Sálvio.
Por isso, creio que nesta altura é justo eleger Jesus como o principal responsável pelo momento eufórico que o Benfica está a viver. O apuramento para a final da Liga Europa traz de volta a dimensão histórica do clube, o que certamente empolga os benfiquistas e não deixará de se refletir em receitas relevantes até ao final da época.
Mas há mais. O Benfica poderá fechar a época à frente do F.C. Porto no Ranking UEFA e já garantiu que em 2013/14 entrará à frente dos dragões. Ambas as equipas poderão, aliás, aparecer no pote um do sorteio da fase de grupos, o que será notável, a confirmar-se.
Nas últimas décadas o F.C. Porto foi o grande clube português na Europa. Esse estatuto passará para o Benfica, entre esta temporada e a próxima. Se a isto se juntar o campeonato nacional, a discussão do verão (sobretudo no Dragão, acredito), será esta: estará o domínio do futebol português a mudar de mãos?
É uma reflexão para a qual convido os leitores.
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