Um par de meias

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الثلاثاء، 16 أبريل 2013

Um par de meias



Portugal, 16 de Abril de 2013

Pela 2ª vez em 3 épocas, o Benfica de Jorge Jesus apurou-se para as meias-finais de uma competição europeia. Um par de “meias” que a somar a um par de “quartos” faz recuperar o estatuto europeu do Benfica.


Como no Benfica as coisas parecem acontecer sempre por acaso, a questão da renovação do treinador continua sem sinais claros de evolução, o que dadas as circunstâncias não pode ser interpretado como um bom sinal. E nem as notícias publicadas no CM podem apaziguar esta sensação de incomodidade, porque é fácil fazer circular notícias nos jornais. Eu próprio dei em 2001 uma entrevista a um jornal lisboeta já extinto, a propósito das providências cautelares, e tudo foi negociado num almoço que aconteceu na Bairrada. Agora imaginem os que têm milhares para investir mensalmente em jornalistas...


A renovação com o treinador é neste momento, uma questão que já deveria ter sido resolvida. Independentemente de como acabar a época, o Benfica deve ter ideias claras do que pretende e num balanço sério, racional e actual, dos 4 anos de contrato de JJ, este deve continuar. Caso a renovação já tivesse acontecido, isso seria um sinal de pujança da liderança da Direcção, seria um sinal de confiança no treinador com óbvios reflexos no espírito de grupo dos jogadores, seria um sinal dado aos adversários que a estratégia não vai mudar e que nos vamos continuar a apresentar fortes, seria uma forma de negociar em melhor circunstâncias com o treinador, pois por cada título alcançado, ele irá – obviamente – cobrar mais.


Haverá também quem defenda, na senda de uma lógica tacanha típica de um certo pensamento português, que quanto mais se protelar a renovação mais o Benfica pode poupar em salários, caso JJ não vença todos os troféus ou até se possa justificar a não renovação caso não ganhemos nada. Isto é um pensamento ridículo mas parece ter alguma aceitação entre as “altas esferas” do Benfica. Entenda-se, dirigentes e ex-dirigentes que já se pronunciaram afirmando que, caso JJ não ganhe o título de campeão, o Benfica não deve renovar com ele (Gaspar Ramos).


Estes “Gaspares” do nosso clube, são um bom exemplo do pensamento "suicidário" que faz escola entre muito boa gente que diz sofrer pelo Benfica. E que nalguns casos chega a exercer funções de dirigismo no clube, explicando assim uma boa parte da decadência que atingiu o clube nos anos 90 e na primeira meia dezena do século actual, custando ao Benfica muitos milhões de contos em experiência falhadas de novos jogadores pedidos pelos novos treinadores!


Adiante que me estou a desviar do tema. Chegamos às meias-finais da Liga Europa, não ganhamos nada ainda, mas estar aqui e passar por cima de Bayer de Leverkusen, Bordéus e Newcastle é um facto a salientar. Porque para ganhar é preciso chegar à final, e para chegar à final é preciso chegar à meia-final. Quantas mais vezes chegarmos à meia-final, mais vezes seguramente chegaremos à final. Logo, não conquistar a Liga Europa não pode ser um factor penalizante para avaliar o treinador que, em duas das últimas 3 épocas, colocou o Benfica na antecâmara da final (nos últimos N anos, quantas equipas europeias conseguiram este feito?). 


Quanto ao jogo com o Newcastle, o esquema de jogo veio ao encontro do que eu defendera no texto “Alea Jacta est”: “em casa do Newcastle vamos ter muitas dificuldades contra o seu futebol atlético e linear. É desejável que Jesus esqueça o 4-4-2 (cada vez menos losango, pelas características de Matic) e aposte no 4-2-3-1, reforçando o meio campo para tentar controlar o ritmo do jogo. Se deixarmos o Newcastle pegar na bola e obrigar-nos a correr atrás deles, vai ser muito complicado”.


Apenas falhei no avançado, uma vez que a minha aposta seria em Cardozo e a de JJ foi em Lima. Contudo, e uma vez mais, foi com Cardozo que igualamos o resultado, uma prova mais do quanto injustiçado é este grande jogador por parte significativa dos adeptos.


Para concluir, ontem conseguimos voltar à final da Taça de Portugal, 8 anos depois e na 4ª tentativa de JJ. Poderíamos ter estado lá há 2 anos atrás, caso não fossemos impedidos por Carlos Xistra. Mas deste empate com sabor a vitória, que me deixou um sabor agri-doce, escreverei no próximo texto.

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