Um dos pontos mais discutidos sobre a renovação de contrato de Jorge Jesus é o seu vencimento.
Justo por ver o Benfica praticar o melhor futebol dos últimos anos e por um título de campeão nacional.
Justo por ter colocado o Benfica a discutir todos os anos o título.
Justo por durante o seu consulado o Benfica ter efectuado vendas por valores milionários e por se ter assistido à valorização de jogadores que eram considerados 'perdidos'.
Elevado por em 3 épocas apenas ter vencido um título de campeão nacional e as Taças da Liga em que participou.
Elevado por ter perdido o acesso a uma final europeia com o Sporting de Braga, clube com orçamento inferior e com menos qualidade no seu plantel.
Elevado pelo fraco resulado obtido com o investimento feito em atletas internacionais e de qualidade superior.
Estes são alguns dos argumentos que se esgrimem, quer a favor, quer contra Jorge Jesus.
A questão que se coloca tem a ver com a diminuição do vencimento de JJ, a rondar os 334.000€/mês.
A troca dessa diminuição por um aumento compensador em prémios por objectivos atingidos.
Sabendo que JJ valoriza e muito o que tem feito no Benfica, não será fácil para ele aceitar um corte no seu vencimento, mesmo que compensado noutros campos do seu contrato.
Aliás, não é fácil para ele nem para ninguém.
Se o patrão do caro leitor do NGB vier ter consigo e lhe oferecer um corte no vencimento tentando compensá-lo num campo em que os resultados não dependem exclusivamente do seu trabalho, aceitaria?
Sabendo que terá trabalho garantido noutras paragens e muito provavelmente com um aumento no que aufere actualmente?
Quantos de vós aceitariam tal situação?
Duvido que a maioria aceite.
Na realidade, temos sempre aquela ideia de que os jogadores e treinadores sentem a mesma paixão que nós pelo clube, e por isso, farão tudo para cá ficar.
O que esquecemos por vezes é que acima de tudo são profissionais que apreciam ser bem pagos e de forma justa, tendo em conta a apreciação que fazem do seu trabalho.
O Benfica não é um clube qualquer. O show dado pelos seus adeptos quer em Leverkusen quer em Aveiro deixam isso bem claro.
Mas os atletas e treinadores não vivem exclusivamente do reconhecimento da massa associativa. E tendo em conta o aumento brutal de impostos a que se tem assistido nos últimos meses em Portugal, a questão assume uma importância maior.
Veremos como Luis Filipe Vieira e Jorge Jesus conseguirão ultrapassar este tema.
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