Portugal, 4 de Março de 2013
“Enfim, sós” é o título que o jornal A BOLA escolheu para resumir a jornada 21. Inspirou-me a escrever algumas linhas sobre a novidade que não tem sido destacada, e que é vermos o Benfica como líder isolado. Até aqui, a única equipa que havia estado isolada na liderança, tinha sido apenas o FCP. Vale o que vale, mas é uma correcção que se justifica.
Costumo ver a Benfica TV após o jogo, sendo perceptível uma clara dualidade no sentido de análise, com vantagem de Pedro Valido sobre José Augusto. Não se trata de exprimirem meras diferenças de opinião, trata-se de transmitir mensagens que se apoiem no futebol real, no futebol de hoje, e não no passado ou na perfeição. Daqui se percebe que quando o canal for codificado, deverá haver muito cuidado na forma como forem escolhidos os futuros comentadores. A bem do negócio e do Benfica, como é evidente.
É também necessário mudar de atitude em relação à arbitragem, porque um dos pilares das vitórias o FCP não são “apenas” os erros de arbitragem programados em função de um “manual de operações” (aqui marca-se, ali, para a outra camisola, não se marca), mas a análise que depois esses erros não tem nas televisões. Isto é: os árbitros erram porque sabem que todos os operadores televisivos, enfeudados à lógica de “sistema” comandado pelo Sr.º Joaquim Oliveira (accionista de referência da FCP e SCP SAD’s), os irão poupar nas análises e nas imagens. Excepto se errarem contra o FCP. E em menor escala, contra o SCP. Aí é que é um problema. Que o diga Bruno Paixão.
Ou seja, caso os entendidos não tenham ainda entendido, passe o pleonasmo, os erros de arbitragem só por si não são um problema. Problema são sim, as lavagens mediáticas desses erros e das consequências dos mesmos, no normal desenrolar do jogo.
E isso voltou a acontecer em Aveiro, com destaque para a equipa de comentadores da Benfica TV. Se sabemos que a restante comunicação social, intencionalmente desvirtua a actuação dos árbitros, é mais difícil de perceber a continuada inépcia dos representantes benfiquistas e em particular da nossa televisão, quando têm de falar do tema.
Ganhamos com 1 golo de penalty, num lance que me pareceu mal decidido. O defesa não teve intenção de cortar a bola com o braço porque está de costas para a jogada. Mas cortou uma situação de golo eminente (o guarda redes moveu-se em direcção contrária à bola cabeceada por Cardozo), pelo que me parece que de acordo com a lei 12, a decisão correcta seria a marcação de um livre indirecto com expulsão do defesa que ilegalmente impediu o golo. Mas este não foi o erro maior, até porque é consensual entre os analistas que o penalty foi bem assinalado. Os erros maiores foram duas grandes penalidades sobre Lima, uma delas bem à vista do árbitro. A primeira, no seguimento de um canto: Lima foi agarrado pelo defesa com o pormenor do braço estar bem visível por cima do tronco de Lima que assim foi impedido de saltar. Na sequência da jogada, Luisão rematou, a bola saiu na direcção de Lima e este voltou a ser puxado para baixo pelo mesmo defesa. 2 penaltys na mesma jogada, nem viu o árbitro, nem viu a comunicação social. O segundo penalty foi num lance em que Lima foi emparedado por dois defesas, mas um deles contactou com a anca e também pisou o pé de Lima provocando-lhe desequilíbrio e queda. Penalty que contudo o árbitro não podia ter avaliado dada a sua posição em relação à jogada, mas que deve ser contabilizado na conta do “deve e haver” como fazem os portistas com os seus penaltys televisivos.
Por último e para os que criticaram a exibição menos fulgurante do Benfica, ainda há a tal situação de golo que o Beira-Mar teve aos 80 mn, que resultou de um canto inexistente. Mais uma má decisão do árbitro, de manual, tal como Xistra no ano passado em Guimarães, onde por nosso azar, resultou a 1ª derrota do campeonato e aquela lenga-lenga sobre os “erros de Jesus”.
Portanto não vi nenhuma boa arbitragem, como António Rola avaliou na Benfica TV, vi sim mais do mesmo, embora com menos intensidade de um árbitro que não tem (ainda) o “traquejo” de Proença, Benquerença ou Xistra. Se a futura codificada Benfica TV avaliar desta forma ingénua este tipo de arbitragens, não iremos tirar partido da independência que teremos quando os jogos do Benfica forem filmados pelas nossas câmaras de televisão.
Remato com o que me pareceu ser a exibição do Benfica. Várias situações de golo “cantado”, quer por Lima quer por Cardozo. Pareceu-me que o problema da não concretização foi mais de ordem mental do que física ou técnica.
Contudo deixo um reparo para os críticos de Jesus: no ano passado, defenderam que ele “arrebentava” com os jogadores, porque insistia sempre nos mesmos. Leio por aqui e por ali, algumas criticas ao facto de esta época, estar a mudar jogadores demasiadas vezes, e perder alguns automatismos.
Ora meus amigos, deixem-me dizer-vos como naquela anedota: “organizem-se”!
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